Em que dia morreu Yeshua: sexta ou quarta-feira?



( A IASD diz que foi sexta)

É verdade que Yeshua (Jesus) ressuscitou domingo de manhã? Alguns advogam que o domingo se tornou dia de guarda, baseados nesta idéia. Seria isto verdade? É certo considerar parte de um dia, como sendo 24 horas?
"O elemento tempo na morte e ressurreição de Yeshua HaMashiach (Jesus)"
As Escrituras nos ensinam o caminho da salvação (O livramento da pena de morte imposta sobre a raça humana pelo pecado) por meio de Yeshua (Jesus), o Filho de D-us. Esta verdade constitui o centro das Escrituras.
O plano da salvação foi proclamado, uma vez e outra, pelos escritores da Bíblia, quando foram dirigidos pela inspiração divina. Tem se utilizado muitos métodos para enfatizá-lo, fazê-lo compreensível e comunicá-lo a nós, tais como: Histórias, Incidentes, Eventos, Parábolas, Exemplos, Ilustrações, Alegorias, Símbolos e por ensinamento direto. Estes métodos estão habilmente mesclados para revelar claramente a vontade e o desejo de D-us para o homem.
Um caminho de vida que prepara homens e mulheres para o glorioso e eterno Reino do Pai Celestial e de Seu Filho.
O MASHIACH E O SINAL DE JONAS
Um dos incidentes interessantes do Tanach (AT) e que está ligado ao tema da salvação, é o que envolve Jonas e o grande peixe. Esta é uma história com uma grande lição: "a lição de obediência". Porém, é mais do que isto. É uma ilustração ou tipo do Mashiach, não em sua rejeição de fazer o que D-us ordenou, mas na experiência de permanecer muito tempo dentro do grande peixe que o Eterno preparou.
Certamente, ninguém havia imaginado alguma relação entre a obra e vida do Mashiach e a experiência de Jonas, de ser jogado de um barco agitado pela tempestade, ao mar, para ser engolido por "um grande peixe".
Porém, o Mashiach não podia deixar de fazer uso desta história em sua pregação, porque não foi um incidente casual. D-us o planejou, e seria fator de vital importância para elucidar o plano da salvação.
Sem o relato do mencionado incidente existiria grave dúvida sobre a veracidade da salvação para o homem, porque se Yeshua (Jesus), o homem que foi declarado como o centro do Plano da Redenção, que deu Sua vida na Cruz do Calvário, não fosse realmente o Filho de D-us, sem pecado, não poderia haver segurança de salvação para ninguém.
Sem contar com a história de Jonas e seu peixe captor, não haveria uma prova positiva com a qual refutar o protesto de que o Mashiach da Bíblia era um impostor; porque Ele mesmo disse a alguns incrédulos escribas e fariseus (os quais haviam duvidado de sua verdadeira identidade, embora O haviam visto fazer milagres), que não seria dado outro sinal além do de Jonas, para provar sua afirmação de ser o MESSIAS.
"...Então alguns escribas e fariseus lhe disseram: Mestre, gostaríamos de ver da tua parte algum sinal. E Ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas. Pois como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra." (Mat. 12:38-40)
Assim parte do plano da salvação está contido nesta história. Se o Mashiach não permanecesse no túmulo o tempo exato especificado neste relato de Jonas, não seria o verdadeiro MESSIAS, portanto, o elemento tempo exato, especificado nos ensinamentos das Escrituras, concernentes à Crucificação e Ressurreição do Mashiach é vital, como o mostraremos.
Ao iniciar uma investigação na Escritura sobre este assunto, assinalamos que Yeshua (Jesus) referiu-se à história mencionada, como uma coisa que realmente aconteceu.
É importante também notar que o relato feito por Mateus do qual Yeshua (Jesus) especificou, ensina que depois de Sua morte, o Mashiach estaria no túmulo por três dias e três noites, ou seja, um total de exatamente 72 horas. O mesmo tempo, portanto, que Jonas ficou confinado dentro do grande peixe. Assim, Jonas foi um tipo de Yeshua (Jesus) no túmulo terreno.
DIFÍCIL DE RESPONDER
Este ensinamento de Yeshua (Jesus), introduz na mente de milhões de religiosos mal informados uma pergunta difícil de responder. Como pode este sinal ser verdadeiro em Yeshua (Jesus)?
Se Yeshua (Jesus) foi crucificado na "sexta-feira santa", posto no túmulo justamente antes do pôr-do-sol deste mesmo dia, e se levantou na manhã de domingo (como poderia sugerir uma leitura superficial de certas passagens da Brit Chadasha (NT), Ele não teria estado no túmulo os três dias e três noites; não poderia ter sido o verdadeiro Messias.
No entanto, o Mashiach especificou claramente (como está registrado em Mateus 12:39, 40) que o único sinal que lhes daria para demonstrar que era o Messias, seriam Seus três dias e três noites sepultado no coração da terra, ou seja, o mesmo tempo que Jonas esteve dentro do grande peixe.
Seria isto uma contradição ou há um modo de harmonizar este relato de Yeshua (Jesus) com a revelação dos fatos ocorridos?
Um exame cuidadoso nos relatos da Brit Chadasha (NT) revelará que não há incompatibilidade, mas completa harmonia. Achar-se-á um esclarecimento definitivo, o qual mostra que Yeshua (Jesus) era verdadeiramente "o Cordeiro de D-us, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Além disso, um estudo deste assunto revelará evidência adicional da divina inspiração dos escritos sagrados, e de que D-us é mui exato em tudo o que faz.
Em Jonas 1:17 lemos:
"Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe..."
Isto esclarece que Jonas esteve verdadeiramente dentro ou sepultado no peixe, três dias completos e três noites completas, o que é equivalente a 72 horas. Antes de acontecer isto, Jonas havia entrado num barco para fugir de seu dever, porém o tempo que permaneceu no navio não conta nos três dias e três noites que esteve dentro do peixe.
Para fazer o tipo verdadeiro, nós não podemos contar o tempo que Mashiach esteve nas mãos dos judeus e dos romanos. Considera-se somente o tempo que esteve no túmulo, exatamente três dias e três noites.
QUANDO YESHUA HAMASHIACH FOI COLOCADO NO TÚMULO?
Ser-nos-ía de grande ajuda, enquanto continuamos o estudo do elemento tempo na crucificação e ressurreição de Mashiach, determinar quando Yeshua (Jesus) foi posto no túmulo. Ele foi colocado ali no mesmo dia que foi crucificado; precisamente na tarde deste dia, próximo ao pôr-do-sol.
Com relação a isto, citamos o relato do seu sepultamento como está registrado em Marcos 15:42-43:
"E quando já era tarde (pois era a preparação, isto é, a véspera de sábado), foi José de Arimatéia, membro ilustre do Sinédrio, que também esperava o Reino de D-us, apresentou-se corajosamente a Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus."
O mesmo relato encontra-se em Lc 23:52-54
"Este foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Tendo descido-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro aberto na rocha, no qual ninguém ainda tinha sido sepultado. E era véspera da Páscoa, e estava para raiar o sábado."
Estes versos logicamente fixam uma questão: Que dia da semana era este chamado sábado? Que dia era este chamado de "a preparação"?
De acordo com o quarto mandamento do decálogo, como se encontra em Êxodo 20:8-11, o sétimo dia da semana está designado como Sábado, o qual segue-se chamado até hoje de Sábado.
Portanto, se o Sábado mencionado em Lucas 23:54 era o sétimo dia da semana (de acordo com o quarto mandamento) bem poderia ser determinado que a sexta-feira (o dia anterior ao sábado) fosse o dia da preparação, mencionando neste mesmo verso. Assim que, por este raciocínio e relato da Escritura, parece que o Mashiach foi crucificado e sepultado na sexta-feira, precisamente antes do pôr-do-sol.
Esta é a conclusão comumente aceita e, aparentemente, tem fundamento bíblico. Se esta conclusão é correta, o Mashiach não cumpriu a profecia que disse, relacionada a Si mesmo. Porque, se ressuscitou no domingo de manhã, como geralmente se crê, Ele esteve no túmulo somente duas noites e um dia: sexta-feira de noite (uma noite), o dia de sábado (um dia), e a noite depois do pôr-do-sol do sábado (duas noites).
Ainda se contássemos o curto período entre o tempo que foi posto no túmulo e o pôr-do-sol como mais um dia, a conta só mudaria para Dois dias e duas noites, ou seja, um dia e uma noite menos que o tempo que o Mashiach disse que permaneceria no túmulo. E se não esteve ali o tempo completo que Ele prometeu, teria sido um impostor, porque Ele assegurou que este seria o único sinal dado.
Qualquer tentativa de contar alguma parte do dia de domingo como outro dia completo, no qual Mashiach poderia ter estado no túmulo antes de ressuscitar, teria que ser rejeitada, porque o anjo (de acordo com o relato de João 20:1) disse às mulheres que foram ao túmulo antes da saída do sol, que o Mashiach já havia ressuscitado e já havia saído. João especifica no seu evangelho que a visita foi feita "...Quando ainda estava escuro." Portanto, devemos estar seguros de que há algum equívoco com a teoria da crucificação na sexta-feira e da ressurreição no domingo pois Yeshua é o verdadeiro Messias e sempre disse a verdade.
Assim, é necessário investigar mais profundamente, para encontrarmos uma explicação harmoniosa e real para estes acontecimentos.
QUANDO YESHUA (JESUS) HAMASHIACH DEIXOU O TÚMULO?
Antes de responder a pergunta do subtítulo, faremos outra: Quando o Mashiach foi colocado no túmulo?
Procederemos desse modo para melhor entendermos e obtermos respostas claras, porque o tempo em que o Mashiach foi posto no túmulo pode ser determinado considerando-se primeiramente o momento em que Ele rompeu sua sepultura.
A ressurreição de Mashiach, levantando-se dos mortos foi um acontecimento maravilhoso. Todos os escritores dos evangelhos testificam o fato da ressurreição, porém, surpreendentemente, nenhum deles menciona o minuto exato em que houve este acontecimento. Não é correto dizer que a Bíblia não nos dá bastante informação sobre o tempo da ressurreição, ou seja, o dia e a parte exata do dia em que ocorreu.
Transcrevamos exatamente o que cada escritor do evangelho nos diz sobre a ressurreição:
MARCOS:
"...no primeiro dia da semana, de manhã cedo, chegaram ao sepulcro quando o sol já era nascido. Diziam entre si: Quem nos há de revolver a pedra da boca do sepulcro? Mas, olhando viram revolvida a pedra, a qual era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido de uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: Não temais, buscai a Jesus o Nazareno que foi crucificado: ressuscitou, não está aqui, eis o lugar onde o depositaram." (Mar. 16:2-6)
Nota-se que Marcos não dá nenhuma indicação do tempo em que Yeshua (Jesus) saiu do túmulo. Somente diz que algumas mulheres fizeram uma visita ao túmulo "ao sair do sol", unicamente para saber que o Mashiach não estava ali.
JOÃO:
"E no primeiro dia da semana, foi Maria Madalena ao sepulcro, de manhã, sendo ainda escuro, e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram. Partiu então Pedro com o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam ambos juntos, mas o outro discípulo corria mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Tendo se inclinado viu os lençóis postos no chão e o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas dobrado num lugar a parte. (João 20:1-7).
LUCAS:
"E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. E acharam a pedra do sepulcro revolvida. E entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões, com vestidos resplandecentes. E, estando elas atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Porque procurais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia". (Luc. 24:1)
Tão pouco Lucas dá algum indício de quando o Mashiach partiu do sepulcro. Somente confirma o relato dos outros escritores: que o Mashiach já havia saído quando as mulheres chegaram.
Porém, devemos observar que não lemos o relato da ressurreição que nos dá Mateus no seu evangelho.
Mateus revela o tempo:
"No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste alva como a neve. E os guardas tremeram apavorados, e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse; Não temais; porque eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui: ressuscitou, como havia dito. Vinde ver onde ele jazia." (Mateus 28:1-6)
Nestes versos encontramos que Mateus acrescenta uma informação muito importante referente ao acontecimento, não encontrando contradição alguma no seu relato. Mateus é o único escritor do Evangelho que assinala o tempo da ressurreição. Ele escreve de uma visita feita ao túmulo antes de começar o primeiro dia da semana: "No findar do sábado ao entrar o primeiro dia da semana..." Ele não diz exatamente quanto tempo antes de o dia seguinte começará, porém está definindo que foi à tarde, na última hora do sábado semanal.
Isto explica completamente porque o Mashiach não estava no túmulo quando O visitaram de manhã ou de madrugada, depois do sábado (ao começar o primeiro dia da semana, hoje chamado domingo).
As mulheres, no relato de Mateus, estavam ali (nas redondezas pelo menos) no tempo da ressurreição, porque Mateus relata que "houve um grande terremoto: porque o anjo do Eterno, descendo do céu e chegando, havia revolvido a pedra e estava sentado sobre ela..." Elas, no entanto, não viram realmente que o Mashiach foi levado do túmulo.
Note-se que Mateus detalha o tempo da ressurreição com duas expressões diferentes: "no fim do sábado" e "quando começava a amanhecer o primeiro dia da semana", ou "ao entrar o primeiro dia". Estes são sinônimos, já que o sábado termina no pôr-do-sol. (Leia Lev. 23:32)
O SIGNIFICADO DA PALAVRA "AMANHECER"
A palavra amanhecer em Mateus 28:1 merece uma explicação. Embora seja aplicada usualmente como "manhã", na linguagem bíblica, neste caso específico, não indica o tempo de saída do sol, mas o começar de um dia completo de 24 horas.
Primeiramente, Mateus acaba de dizer que era "No fim do sábado...", isto porque o sábado termina no pôr-do-sol, portanto, seria impossível neste caso, a palavra "amanhecer", significar o romper do sol porque o sol não se levanta senão 12 horas mais tarde. Não poderia ser o fim do sábado e a manhã de domingo ao mesmo tempo.
Em segundo lugar, a palavra "amanhecer" foi usada aqui como um verbo e não como um sujeito.
Note-se que as palavras não são: "...no amanhecer" mas "quando começava a amanhecer..." ou ao entrar o primeiro dia..." Como verbo, o dicionário de Wester define a palavra amanhecer: "começar a aparecer, desenvolver, dar promessa, primeira aparência, princípio...", portanto, devemos entender que a ressurreição aconteceu quando o primeiro dia da semana estava perto, iniciando, começando a aparecer, quando o crepúsculo e a grande escuridão deram promessa de um novo dia que ia começar; porém definitivamente ANTES e não DEPOIS. A ressurreição foi efetuada no final de um dia e não no princípio de outro.
O termo amanhecer nesta passagem deriva-se da palavra grega "epiphosko". O "Greek and English Lexicon of the New Testament" de Parkhurst define: Aproximar-se, como o Sábado judeu, que começa na tarde". Para confirmá-lo consulte Levítico 23:32 e Neemias 13:19.
Assim, o verbo está claramente usado. Compare Luc. 23:54 e João 19:31 com Deut. 21:22,23 e com a mesma visão pode-se compreender o relato de Mateus 28:1. Ou seja, NA TARDE DE SÁBADO, quando os judeus estavam esperando o princípio do primeiro dia (domingo) da semana.
A palavra "amanhecer" ou "ao entrar" consiste num forte obstáculo à idéia de uma ressurreição no domingo de manhã, já que Mateus nos diz que sucediam estas coisas enquanto estava amanhecendo ou aproximando-se o primeiro dia da semana e isto nos prova que o primeiro dia da semana não havia ainda chegado. A ressurreição aconteceu na parte final do sábado.
Neste ponto, seria conveniente notar como outros homens traduziram Mateus 28:1, ou ao menos uma parte do verso. A seguir, consideremos um pouco destas traduções das Escrituras:
Versão Revisada e Versão Americana: "Na tarde de sábado..."
Almeida - Rev. e atualizada: "No findar do Sábado..."
Peshito Syriac: "E no encerrar do sábado..."
Novo Testamento da União Americana da Bíblia (Publicada pela Sociedade Publicadora Batista Americana): "Era tarde no sábado..."
Dean Alfred: "E no fim do sábado..."
Rotherman: "Na tarde da semana, quando estava a ponto de amanhecer o primeiro dia da semana...".
George Ricker Berry (Em seu Novo Testamento Grego Interlinear): "Na tarde do Sábado, quando estava escurecendo para o primeiro dia da semana..."
James Moffatt: "No encerramento do sábado, quando o primeiro dia da semana estava amanhecendo..."
A tradução grega (mais antiga que qualquer outro texto grego conhecido), The Sinaitic Palimpset, confirma as traduções citadas: "Na tarde do Sábado, quando o primeiro dia da semana amanhecia..." A tradução grega original revela que não há erro na versão do Rei Tiago (Inglês) em Mateus 28:1. Vejamos uma tradução de Mateus 28:1-7:
"Na tarde de sábado, quando estava escurecendo para o primeiro dia da semana, vieram Maria Madalena e a outra Maria para ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, vindo, tirou a pedra da porta e estava sentado sobre ela. E sua aparência era como de um relâmpago e seu vestido branco como a neve. E com temor dele, os guardas que cuidavam tremeram e estavam como mortos. Porém o anjo respondendo, disse as mulheres: Não temais porque sei que procurais a Jesus que foi crucificado. Não está aqui, porque ressuscitou, como disse. Vinde, vede o lugar onde foi posto o Senhor. E ide logo, dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dos mortos".
Isto fica confirmado com a "tradução interlinear do Novo Testamento Grego" por George Ricker Berry, Ph. D., Universidade de Chicago e Universidade Colgate, Departamento de Línguas Semíticas.
Assim, à primeira vista, poderíamos estranhar que a ressurreição tivesse ocorrido antes do pôr-do-sol. Ao entanto, pensando mais detidamente, descobrimos que é exatamente neste momento do dia em que deveria acontecer (e tinha que ser assim) para que as palavras proféticas de Yeshua (Jesus) se cumprissem exatamente.
Até aqui encontramos o tempo aproximado da ressurreição. No fim do sábado semanal. Porém, quando comparamos com o tempo em que se presume que o Mashiach foi posto no túmulo, a investigação que fizemos sobre o elemento tempo em nosso estudo, parece ainda mais confusa.
Se o Mashiach, como se diz, foi colocado no túmulo antes do crepúsculo da sexta-feira, e ressuscitou antes do crepúsculo de sábado, logo esteve no túmulo somente 24 horas, ou seja, um dia e uma noite.
Isto não pode ser verdade, porque então não teria sentido nenhum dizer que o dia depois da ressurreição era "o terceiro dia desde que aconteceu..." (Lucas 24:21)
Yeshua (Jesus) disse que estaria no túmulo três dias e três noites, portanto, visto que Ele ressuscitou no fim do sábado, temos somente que contar para trás até o tempo que Ele profetizou que estaria ali, para determinar quando foi posto no sepulcro.
Esta conta para trás nos leva precisamente ao crepúsculo de quarta-feira, o que significa que Yeshua (Jesus) foi crucificado neste dia e não na sexta-feira.
Agora pode-se ver claramente porque trabalhamos tanto com a pergunta referente ao tempo em que Mashiach saiu do túmulo, para poder dar resposta à pergunta anterior: quando Yeshua (Jesus) HaMashiach foi posto no túmulo?
Porém... poderia perguntar-se: Como pode ser isso? Como poderia Mashiach ser crucificado na quarta-feira, quando está claramente relatado que o dia da crucificação foi dia da preparação para o sábado?
João, o Evangelista - nos dá a resposta: "Então os judeus, porque era véspera da Páscoa, para que os corpos não fossem retirados da cruz no sábado pois era grande o dia de sábado, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e fossem retirados". (João 19:31)
Isto mostra que o Mashiach foi crucificado um dia antes do chamado "grande dia de sábado". Este era o sábado, sétimo dia da semana? Não, não era. Não podia ser, porque o sábado semanal designado como descanso nos Dez Mandamentos, nunca se lhe chamou ou referiu como sendo um "um grande dia".
Acrescente-se ainda que João esclarece que o dia anterior à páscoa é que se chamava "preparação": E era a preparação da páscoa, e quase a hora sexta..." Esta preparação não era, portanto, uma preparação para o Sábado do Eterno, o sétimo dia, mas a preparação da páscoa. (João 19:14)
Alguns argumentam que este "grande dia de sábado" especial ocorreu no mesmo dia do sábado semanal. Não pode ser este o caso, porque pode se provar simplesmente pelos registros astronômicos, que a lua cheia aconteceu, no ano da crucificação, na terça-feira - 13 de Nisã, as 2 da tarde (Este dado foi comprovado e corroborado pelo Observatório Naval dos Estados Unidos, e pelo Astronomer Real Britânico).
Agora, é de suma importância recordar que a PÁSCOA sempre ocorreu no dia seguinte da noite de lua cheia. E o dia seguinte da lua cheia neste ano da crucificação foi precisamente na quarta-feira, 14 de Nisã, portanto, a Páscoa não pode ter sido neste ano num Sábado semanal.
Nisã é o mês judeu que corresponde a parte do mês de março e uma parte do mês de abril do nosso calendário. Os dias da semana são os mesmos nos dois calendários. Quarta-feira no calendário judeu é quarta-feira no Gregoriano.
DOIS SÁBADOS NAQUELA MESMA SEMANA
Com uma simples comparação de textos, podemos provar que na semana da morte de Yeshua (Jesus), houve dois sábados: O primeiro dia dos asmos, que caía no dia 15 de Nisã e que neste caso, foi na quinta-feira e o Sábado do Eterno, o sétimo dia da semana. Para melhor entendermos, tomaremos um fato ocorrido neste período, ou seja, a compra de material e o preparo das especiarias, para se ungir o corpo de Yeshua. Vejamos quando isto ocorreu, segundo o relato de Lucas 23:54-56.
"E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos, e no sábado repousaram conforme o mandamento."
Por esta passagem fica claro a ordem de acontecimento das coisas:
a) Já estava terminando o dia da preparação, com o pôr-do-sol, e começando o sábado. Já não havia mais tempo para comprar e preparar as especiarias para ungir o corpo do Eterno, pois já era sábado.
b) O verso 54, no entanto, fala que elas, as mulheres, prepararam tudo antes do sábado e que repousaram neste dia, conforme ordenava o mandamento.
Como entender isto? Se já estava iniciando o sábado, como e quando elas compraram e fizeram os preparativos se o verso final nos prova que elas observaram o sábado. Difícil, não?
Comparemos agora o mesmo assunto com o descrito em Marcos 16:1 "E, passado o sábado, Maria Madalena e Maria mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo."
Este texto, parece complicar mais, todavia é aqui que se esclarecem os fatos, pois fala que as mulheres foram comprar as especiarias DEPOIS do sábado. Lucas, no verso 54 nos disse que este preparo ocorreu antes do Sábado e Marcos disse que foi depois! Como harmonizar as coisas?
A grande e esclarecedora verdade é que naquela semana houve dois Sábados: Um cerimonial, ocorrido na quinta-feira, ou seja, o primeiro dia da grande festa dos asmos e o outro, o sétimo dia da semana, ou o Sábado citado pelo quarto mandamento do decálogo divino. Assim que Yeshua (Jesus) morreu no dia 14 de Nisã, uma quarta-feira, também considerado o "dia da preparação"; foi sepultado no final deste dia, próximo ao pôr-do-sol, portanto já quase na virada para a quinta-feira, que por sua vez era o dia dos asmos, um sábado cerimonial e festivo. Foi depois deste sábado cerimonial ou quinta-feira, que as mulheres compraram e prepararam as especiarias, o que harmoniza com Marcos 16:1.
Uma vez preparado o material para ungir o corpo do Eterno, o que certamente se aprontou na sexta-feira, no Sábado do Eterno elas repousaram conforme o preceito da Lei (o que prova que os primitivos cristãos eram sabatistas) e no primeiro dia da semana foram cedo para fazer a santa unção. Isto harmoniza também Lucas 23:54 e 24:1 com Marcos 16:1, 2. Portanto, fica claro que naquela semana houve dois Sábados, dissipando-se assim quaisquer possíveis dúvidas no assunto.
OUTROS DIAS CHAMADOS "SÁBADOS"
Observe-se que a Bíblia fala de outros dias que não sendo o sétimo dia da semana, também recebem o nome de "Sábado". Por exemplo, encontramos um dia diferente chamado sábado no seguinte versículo: "...fala aos filhos de Israel e diz-lhes: No sétimo mês, ao primeiro do mês tereis descanso (SÁBADO), uma comemoração ao som de trombetas e uma santa convocação..." (Lev. 23:24)
Se lermos o versículo 39 encontraremos mencionado outro sábado: "Porém aos 15 dias do sétimo mês, quando tiverdes recolhido o fruto da terra, celebrareis a festa do Eterno por sete dias, o primeiro dia será descanso (SÁBADO); descanso (SÁBADO) será também o oitavo..."
Um texto que em nossas versões esclarece melhor que os dias de descanso nas festas fixas, eram chamados Sábados se acha em Lev. 23:32, ao dizer que o dia 10 do sétimo mês seria um Sábado para Israel: "Sábado de descanso vos será... aos nove do mês a tarde, duma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso Sábado." Se esta era uma data fixa, é obvio que podia cair em qualquer dia da semana e que seria um sábado, um sábado cerimonial, integrante de determinada festa.
Poderíamos ainda elucidar este assunto com uma passagem que menciona um Sábado denominado segundo-primeiro. Que seria isto? Certamente que este sábado não era o semanal, sétimo dia, mas um Sábado cerimonial. Porque segundo-primeiro? Porque era um Sábado secundário (não o principal, o 7º dia semanal), mas que caia primeiro, na semana, antes do Sábado do Eterno. Ver Lucas 6:1.
Assim é evidente e fácil de compreender que estas festas em datas fixas eram celebradas em qualquer dia da semana e que os dias em que não se trabalhavam eram considerados como "sábados".
Quando verificamos algumas passagens do Tanach (AT), pertencentes à instituição da Páscoa e da festa dos pães sem fermento que vem em seguida, encontramos porém outro dia chamado sábado e este é precisamente o SÁBADO ou "grande dia" a que João se referiu no capítulo 19:31, citado anteriormente.
Assim é indispensável determinar com que significado a palavra sábado está sendo aplicada na Bíblia, e de acordo com as Escrituras citadas pode-se ver que o Sábado que veio no dia seguinte ao que o Mashiach foi crucificado, não foi necessariamente o semanal dia de sábado, de acordo com o quarto mandamento.
O SÁBADO DA PÁSCOA
O Mashiach foi morto no dia 14 do primeiro mês hebreu, chamado Nisã ou Abib (o mesmo dia no qual o cordeiro da Páscoa era sacrificado sob o Antigo Testamento - Leia Êxodo 12:1-6) e isto podia acontecer em qualquer dia da semana.


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