LIÇÃO 01 - A DIVINDADE DE JESUS



01 de Julho de 2012

Texto Áureo

“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Jo 1.1

Verdade Aplicada

O meio mais completo de revelação de Deus é a encarnação, em que a vida e o discurso de Jesus foi a manifestação especial do Pai.

Objetivos da Lição

      Apresentar Jesus como tema central do Evangelho de João;
      Mostrar que Jesus foi rejeitado e que podemos também ser;
      Revelar aos homens que Jesus é Deus.

Textos de Referência

Jo 1.1        No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Jo 1.2        Ele estava no princípio com Deus.
Jo 1.3        Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Jo 1.4        Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
Jo 1.5        e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Jo 1.6        Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
Jo 1.7        Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
Jo 1.14      E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

 LEITURAS COMPLEMENTARES
  • Segunda feira: Cl 1.15-18
  • Terça feira:  Fl 2.5-8
  • Quarta feira: Jo 1.1
  • Quinta feira: Jo 1.14
  • Sexta feira:  Jo 1.11
  • Sábado: Jo 1.12
 INTRODUÇÃO
O propósito maior do Evangelho de João é afirmar que Jesus é o filho eterno de Deus (Jo 20.31). O autor, segundo a tradição judaico-cristã, é o próprio João, o apostolo. Ele é aquele discípulo a quem Jesus amava e que estava presente na ultima ceia, na crucificação, e ao tumulo vazio do Senhor. Na bíblia, há quatro livros biográficos sobre Jesus, os primeiros três são geralmente conhecidos como sinóticos. João é impar por nos ajuda a entender os outros três. Pois dá uma interpretação mais profunda da vida do Senhor.
O evangelho de João apresenta Jesus como “Verbo”, palavra que na Versão Almeida Revista e Corrigida é traduzida pela palavra grega “Logos”. “[1,1] EN ARKHÊ ÊN O LOGOS KAI O LOGOS ÊN PROS TON THEON KAI THEOS ÊN O LOGOS” O uso desta palavra pelo apostolo tem trazido muitas discussões ao longo dos séculos, por se tratar de um termo usado na filosofia grega, o qual possuía um significado todo especial. Que havia sido como que “adaptado” ao judaísmo por um contemporâneo de Cristo, o filosofo judeu Filo (25 a.C +/- 50 a.C.), natural de Alexandria e que se tornou o maior comentarista do texto grego do Antigo Testamento (a Septuaginta). (4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)

1. QUEM É JESUS SEGUNDO JOÃO?
O Evangelho de João é, obviamente, notável por suas referencias à divindade de Jesus. Já no principio de seu livro, João expressa particularmente essa idéia: “No principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (Jo 1.1)
Sem delongas o escritor apresenta a figura central do Evangelho, mas não a chama de Jesus ou Cristo. Neste ponto Ele é o Logos (Palavra). Este termo tem raízes no V.T., sugerindo conceitos de sabedoria, poder e um relacionamento especial com Deus. Era também largamente usado pelos filósofos para exprimir idéias tais como discussão e mediação entre Deus e o mundo. No tempo de João toda sorte de leitores entenderiam sua adequabilidade aqui, onde a revelação é a nota principal. Mas o aspecto diferente é que o Logos também é o Filho do Pai, que se encarnou a fim de revelar Deus plenamente (1:14,18).  (Comentário Bíblico de Moody – João)

1.1. ELE É ETERNO
João afirma que Jesus “No principio era o Verbo” (Jo 1.1). O termo grego usado por João é “ARKHÊ”, cujo significado é “principio”, “origem”, “inicio”. As investigações filosóficas começaram na Grecia quando os pensadores passaram a querer descobrir qual era o “principio” (ARKHÊ) de todas as coisas. João, inspirado pelo Espírito Santo, mostra, claramente, que o “principio” é o Verbo, o Verbo que estava com Deus, o Verbo que é o próprio Deus. (4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)

1.2. ELE É DIVINO
A expressão “verbo”, que significa a Palavra, identifica Jesus, através de quem Deus criou todas as coisas: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. (Jo 1.3). O apostolo Paulo afirma que através de Jesus foram criadas todas as coisas que há nos céus, na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1.16). O autor da carta aos Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2), que sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. (4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A Natureza voluntaria de Cristo)

Quando consideramos Jesus como o Verbo, estamos afirmando que Ele é a expressão única da personalidade divina a criação, é o único meio pelo qual podemos ter acesso a Deus. É a Pessoa divina que faz a ponte, a comunicação, a apresentação de Deus à criação. Ninguém pode ter acesso a Deus a não ser por Cristo (Jo 14.6b). Moises, o legislador, era íntimo de Deus, todavia, somente pode vê-lo pelas costas. Jesus é o único que pode nos apresentar tal plenitude, tudo o que precisamos fazer é conhecê-lo (Jo 14.7) (4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)

1.3. ELE É CRIADOR
Diante dos judeus, Jesus afirmou sua preexistência, dizendo: “Antes que Abraão existisse eu sou”. (Jo 8.58). O eterno Filho de Deus é antes de todas as coisas, conforme afirma Paulo em (Cl 1.17). Jesus declarou a João em Patmos: “... Eu sou o primeiro...” (Ap 1.17). Estas afirmações bíblicas não deixam dúvidas quanto à eternidade do Filho de Deus e nos asseguram uma plena salvação. (4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A Natureza voluntaria de Cristo)

O evangelista descreve o “logos” em relação ao principio (Gn 1.1). Toda obra criadora começa no Gênesis e foi feita por intermédio da Palavra criadora de Deus e, que, este princípio se deu pela existência do “logos” (Hb 11.3; Cl 1.17). João afirma que antes de todas as coisas serem criadas, o “logos” (Jesus) já existia, era anterior a todas as coisas, era eterno. João afirma que Jesus é esse principio absoluto, no qual os gregos buscavam as respostas para os mais profundos questionamentos de suas almas. (4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)

2. A ENCARNAÇÃO DE JESUS
Jesus veio ao mundo como um ser totalmente humano. Um conhecido judeu do I século d.c., participando de todas as atividades de um ser humano comum. Diferente de reencarnação, Ele de fato encarnou, Fez-se homem e habitou entre nós (Fl 2.5-8). E manifestou-se entre os homens como luz do mundo (Jo 1.4). Veio para eliminar as trevas profundas da humanidade. Essa é uma verdade essencial, negada terminantemente pelos gnósticos da época. Eles afirmavam que a encarnação de Jesus não teria sido real (1Jo 4.2,3). Mas João consegue provar que, de fato, Ele esteve entre os homens.
Em toda a bíblia encontramos provas da humanidade de Jesus (Jo 1.14). Isto nos revela que Jesus, o Deus eterno, tornou-se humano para que pudesse realizar o propósito divino de salvação (Fp 2.5-9), pois somente como ser humano genuíno ele teria qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás (Hb 2.14-17). (4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A Natureza voluntaria de Cristo)

2.1. O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA
Jesus foi encontrar João Batista junto ao Jordão para ser batizado por ele. (A despeito de João conhecia Jesus muito bem, alem de serem primos, pois sua mãe Isabel era prima de Maria mãe de Jesus)- grifo meu, naquele momento ele logo reconheceu que ali estava “o cordeiro de Deus”. João tentou dissuadir Jesus do batismo por não considerar-se digno de batizar o Filho de Deus: “eu preciso ser batizado por ti e tu vens a mim?” (Mt 3.14). Jesus porem respondeu-lhe: “Deixa por agora, pois assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt 3.15).
Através do ministério de João Batista, Deus começou a preparar a efetiva atuação de Jesus como o Messias. A mensagem de João era um alerta de preparação para o reino de Deus, como ainda hoje a mensagem de Deus é que os homens se preparem para a volta de Jesus. Naquela época poucas pessoas compreenderam o convite de João Batista ao arrependimento, tal qual em nossos dias poucos são os que ouvem e entendem a mensagem da salvação. A humanidade de Jesus em submeter-se ao batismo de João é exemplo da submissão à vontade do pai. (4º Trim 1994 - BETEL – Jesus Cristo – Lição 4 – O Batismo de Jesus)

2.2. A REJEIÇÃO DOS HOMENS
9. A luz verdadeira não transforma João em uma luz falsa. Dá a entender que é uma luz anti-típica, máxima – o sol, não uma vela. Daí, venerar João indevidamente, depois que a Luz despontou, é errado (3:30; Atos 19:1-7). A sintaxe do versículo no grego é difícil. A verdadeira luz que, vinda ao mundo; ilumina a todo homem é a tradução mais provável. Através de sua presença entre os homens o Logos traria uma iluminação superior àquela que fora proporcionada aos homens antes de sua vinda.
10, 11. A Luz era verdadeira e resplandecente, mas a acolhida que teve foi desapontadora. Além da semelhança que há nos dois versículos, jazem neles diferenças deliberadas: estava, mundo; veio, o que era seu; e os seus não o receberam. Deixar de discernir o Logos pré-encarnado é mais compreensível do que a recusa trágica de seu próprio povo, em aceitá-lo quando veio entre eles.
12, 13. Nem todos recusaram a Luz. Aqueles que a receberam ganharam poder (autoridade, direito) de serem feitos (naquele exato momento) filhos de Deus. Aqueles que o receberam são descritos como aqueles que crêem no seu nome (pessoa). Veja 20:31. Há duas maneiras de se dizer a mesma coisa. Os crentes são mais adiante descritos em termos do que Deus faz por eles. 
Eles nasceram... de Deus. Não é um processo natural que traz pessoas ao mundo – não do sangue (literalmente, sangues), sugerindo a mescla das correntes sanguíneas, paterna e materna na procriação. Da vontade da carne sugere o desejo natural e humano de se ter filhos, como da vontade do varão (a palavra usada para marido) sugere o desejo especial de se ter uma descendência que continue com o nome da família. Assim, o novo nascimento, algo sobrenatural, foi cuidadosamente resguardado da confusão com o nascimento natural. (Comentário Bíblico de Moody – João)

2.3. A MANIFESTAÇÃO DO VERBO
5. O mesmo sentimento. Melhor, Mantenham essa íntima disposição uns para com os outros que foi exemplificada (o verbo tem de ser suprido) em Cristo Jesus. 
6. Subsistindo em forma de Deus. Melhor, Embora no seu estado pré-encarnado possuísse as qualidades essenciais de Deus, ele não considerou o seu status de divina igualdade um prêmio a ser egoisticamente entesourado (tomando harpagmos passivamente). Morfê, forma, nos versículos 6 e 7 denota uma expressão permanente de atributos essenciais, enquanto skêma, forma (v. 8), refere-se à aparência externa que está sujeita à mudança.
7. Antes a si mesmo se esvaziou. Ekenôsen não tem a intenção de falar do sentido metafísico (isto é, que ele tenha se despojado de seus atributos divinos), mas é uma "expressão pitoresca da totalidade de Sua auto-renúncia" (M.R. Vincent, A Critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Philippians and to Philemon, pág. 59). Observe a alusão feita a Is. 53:12, "porquanto derramou a sua alma na morte". Cristo esvaziou-se assumindo a forma de servo. (o uso de morfê, forma, aqui, indica a veracidade de sua posição de servo), tornando-se em semelhança de homens. Ao contrário do primeiro Adão, que fez uma tentativa frenética de alcançar posição de igualdade com Deus (Gn. 3:5), Jesus, o último Adão (I Co. 15:47), humilhou-se e obedientemente aceitou o papel de Servo Sofredor (cons. a contribuição de R. Martin em ExpT, Março de 59, pág. 183 e segs.).
8. O ato da humilhação voluntária não parou na Encarnação, mas continuou até as profundezas ignominiosas da morte pela crucificação. A omissão do artigo diante de staurou, cruz, enfatiza a natureza vergonhosa da morte – e morte de cruz. (Com relação à opinião dos romanos quanto à crucificação, cons. Cícero In Verrem 5.66). A si mesmo se humilhou. Ele pôs de lado todos os direitos pessoais e Seus interesses a fim de assegurar o bem-estar dos outros. (Comentário Bíblico de Moody – Filipenses)

3. AS BENÇÃOS DA ENCARNAÇÃO
Jesus, ao encarnar e viver entre os homens, comunicou suas bênçãos, enriquecendo a experiência humana com o que há de melhor no céu, a Sua própria natureza. Sua presença modificou comportamentos, trouxe esperança e pavimentou estradas esburacadas da alma humana. Sua graça, sua verdade e sua gloria, marcaram para sempre, a historia dos homens (Jo 1.14,17)
14. Antes que a fé possa produzir o novo nascimento, deve haver um objeto sobre o qual repousar, tal como a encarnação do Verbo, o Filho de Deus. Deus, tendo se expressado na criação e na história, onde a atividade do Logos era evidente, mas a sua pessoa velada, agora se revelava através do Filho em forma humana, que não era simples semelhança, mas carne, João poderia ter usado "homem", mas escolheu declarar a verdade da encarnação enfaticamente como se quisesse contrariar aqueles que tinham tendências gnósticas. Essa falsa visão de Cristo recusava-se a aceitar que a divindade pura pudesse assumir corpo material, uma vez que a matéria era considerada má (cons. I Jo. 4:2, 3; II Jo. 7). 
Habitou. Tabernaculou. Em combinação com a glória sugere a personalização da nuvem luminosa que repousava sobre o tabernáculo no deserto (Êx. 40:34). O Verbo encarnado é também a resposta à oração de Moisés (Êx. 33:18). João não narra a Transfiguração, pois apresenta todo o ministério como uma transfiguração, exceto quanto à luz da qual fala, que é moral e espiritual (cheio de graça e de verdade e não algo visível, cons. Jo. 1:17).
17. Assim como Jesus Cristo ultrapassou a João (1:15), assim também foi superior a Moisés. Ambos trouxeram algo de Deus, mas um trouxe a lei que condena, o outro a graça que redime da lei. Verdade sugere a realidade da revelação divina de Cristo. (Comentário Bíblico de Moody – João)

3.1. A GRAÇA DE JESUS
A palavra graça só aparece aqui e em 1.16-17. É a graça que Ele veio dar aos homens. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). A palavra que acompanha graça é verdade (17), e a verdade é o caráter essencial do Verbo. Esta é a verdade no sentido filosófico da realidade, no sentido ético da santidade, e no sentido moral do amor. Jesus disse a respeito de si mesmo: "Eu sou... a verdade" (14.6).

O versículo 15 é uma reiteração a respeito de João Batista. Em 1.7 ele testificou da Luz; aqui, ele testifica ou faz uma afirmação que anuncia a vinda de Cristo, enquanto afirma a sua existência eterna. João testificou dele e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: o que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.

A idéia de abundância do rico depósito da graça infinita de Deus é proeminente em João. A linha de ação é definida aqui no prólogo. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). Esta idéia de abundância ocorre repeti­damente nas palavras e nas obras de Jesus. Em Caná da Galiléia, havia abundância do melhor vinho (2.10). Ele deu à mulher samaritana "uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (4.14). Para a multidão faminta, havia mais do que o suficiente (6.13). Para a alma sedenta, Ele prometeu não só o suficiente para satisfazer, mas um transbordamento de "rios de água viva" (7.38). A vida abundante para os verdadeiros crentes se tornou possível pela entrada de Jesus no mundo (10.10). João não só exibe um evangelho que é universal no sentido explícito (i.e., um evangelho para "todo aquele que quiser"), como também em um sentido implícito. Todas as áreas da vida do homem de fé são permeadas pela graça abundante de Deus.

A expressão graça sobre graça é literalmente "graça tomando o lugar da graça". Robertson observa que ela é "como o maná fresco a cada manhã, a nova graça para o novo dia, e para o novo serviço".

Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (17). Este contraste vivido proporciona simultaneamente: (a) um plano para a organização dos materiais no quarto Evangelho; e (b) o cenário para o conflito e a controvérsia que culminaram na cruz.

A organização dos materiais no Evangelho de João mostra que a revelação através do Verbo é superior à da lei, e que somente em Jesus Cristo a lei encontra o seu cumpri­mento completo (Ele veio não para destruir, mas para cumprir). Esta revelação superior é a revelação plena, pessoal e final de Deus (14.9).

Jesus não estava em conflito com a lei. Aqueles que representavam a lei, sim, esta­vam em conflito com Ele. Isto resultou em uma prolongada controvérsia entre Jesus e os judeus, a qual teve início com a questão relacionada às leis do sábado (5.10) e culminou na cruz (19.18).

Não é que João pensasse na lei e na graça como antitéticas, ou que a lei não fosse verdadeira. Ela era verdadeira, porém limitada. A lei era insuficiente em relação às necessidades mais profundas do homem, ao passo que Cristo é mais do que suficiente, uma vez que Ele é a Fonte de toda a verdade e graça.

Aqui, João usa o nome histórico completo, Jesus Cristo. Nos Sinóticos, este nome completo só é encontrado em Mateus 1.1 e Marcos 1.1; e novamente em João, somente em 17.3.

Uma firme tradição judaica afirmava que ninguém jamais vira a Deus com olhos físicos (Êx 33.20; Dt 4.12). Consequentemente, João escreveu: Deus nunca foi visto por alguém (18). Mas isto proporciona a ocasião para que ele declare a plena verdade que está prestes a descrever em detalhes. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer. Aqui estão descritos em afirmações majestosas: a preexistência de Cristo e o seu relacionamento inigualável com o Pai, o Filho unigênito; a sua encarnação, este o fez conhecer; e a sua condição como eterno e exaltado, que está no seio do Pai. O melhor comentário sobre a expressão no seio do Pai foi feito pelo pró­prio João, quando escreveu uma frase que pode ser literalmente traduzida assim: "O Verbo estava face a face com Deus" (1.1). (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda10.html)

É importante que a súbita entrada parentética do verso 15 não obscurece a intima relação entre o verso 14 e o verso 16. Como fé é uma questão de aceitar aquele que estava cheio de graça e de verdade, segue-se naturalmente que recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. A curiosa expressão graça sobre graça significa, literalmente, graça "em troca por" ou "em substituição a" mais graça (cf. Rm 1:17; II Co 3:18); em outras palavras, como belamente traduz a Bíblia na Linguagem de Hoje, "bênção e mais bênçãos". Isto significa que podemos tirar, de sua plenitude, como de uma fonte inesgotável. Uma vez que a graça foi recebida, ela não cessa de crescer. Recebemos "graça em lugar de graça".

Para ser mais claro, Deus tem sido sempre um Deus de graça. No período do Velho Testamento, a lei foi dada por meio de Moisés; na era cristã, sua imu­távelgraça e verdade vieram por Jesus Cristo. A diferença reside não apenas na natureza de Deus, como doador, mas nas potencialidades da graça, para fazê-lo conhecido. Uma pessoa viva, cheia da realeza divina, é um meio mais adequado que os mandamentos escritos sobre as tábuas de pedra. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda6.html)


3.2. JESUS É A VERDADE
Cheio de graça e de verdade  Como homem, o Logos não estava vazio da realeza divina (como às vezes é erronea­mente interpretado Fp 2:7), mas cheio de amor misericordioso e da impertur­bável fidelidade, elementos centrais da compreensão veterotestamentária de Deus (Êx 34:6,7; Sl 85:9-10; 89:14; 108:4).Observe-se o equilíbrio alcançado com as combinações desses dois termos. Graça é uma compulsão irresistível aos homens, mais do que eles merecem, e que flui espontaneamente da ilimitada generosidade de Deus. Verdade, por outro lado, finca-se na determinação divina de ser coerente, inteligível e, por conseguinte, digna de crédito no seu relacionamento com a humanidade. Graça sem verdade não passa de sentimentalismo; verdade sem graça pode parecer algo de inflexível rigidez. Ao declarar sua natureza divina, Jesus combinou uma infinita ternura pelo pecador com uma inabalável fidelidade ao que é direito. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda6.html)

As versões em português mais usadas (exceto BLH) vinculam a frase cheio de graça e de verdade ao Verbo. A razão para isto é que o adjetivo cheio (plērēs) é nominativo e deve concordar com o nominativo logos. Há, po­rém, evidência suficiente de que no grego helenístico plērēs podia ser usado sem ser declinado, concordando com um substantivo em qualquer caso. Neste caso, cheio de graça e de verdade pode pertencer ao substantivo mais próximo, glória, apesar de glória estar no acusativo (doxan); isto fica ainda mais provável quando consideramos o pano de fundo destas palavras.

Moisés, no deserto, pediu um favor de Deus: "Rogo-te que me mostres a tua glória". A resposta foi: "Farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o nome do Senhor" (Ex 33.18s.). Isto porque a glória de Deus - o atributo que é só dele e o distingue - é sua bondade. De acordo com isto, cum­prindo sua promessa, "tendo o Senhor descido da nuvem, ali esteve junto dele, e proclamou o nome do Senhor. E, passando o Senhor por diante dele, cla­mou: Senhor, Senhor, Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade..." (Êx 34.5s). Estas palavras expressam a bondade que é a glória incomparável de Deus. Acontece que as palavras gregas de João 1.14, traduzidas cheio de graça (charis) e de verdade alētheia, facilmente podem ser reconhecidas como uma tradução da última frase de Êx 34.6: "gran­de em misericórdia (heb. hesed) e fidelidade (heb. ěmeth)". A glória vista no Verbo encarnado foi a glória revelada a Moisés quando o nome de Javé soou em seus ouvidos; porém, agora, esta glória foi manifesta na terra em uma vida humana,cheia de graça e de verdade. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda5.html)

3.3. A GLORIA DE JESUS
Nós vimos sua glória  Glória é um dos termos mais ricos do vocabulário teológi­co da Bíblia, referindo-se basicamente às manifestações visíveis do poder de Deus. A vida de Jesus brilhou, com a já referida presença da majestade divina. Através do ministério terreno do Verbo, Deus con­vocou os homens para uma nova cons­ciência de seu propósito e de seu pres­tígio.

Nos versos 14-18 reside implícita a superioridade de Cristo sobre Moisés. Em Êx 33 e 34, Moisés, a quem Deus falou "face a face" (33:11), pediu que a presença divina também acompanhasse o povo em sua peregrinação à terra pro­metida (33:14-17). Quando Deus con­cordou, Moisés pediu-lhe para ver sua glória (33:18), mas recebeu apenas uma revelação oculta, "porquanto homem nenhum pode ver a minha face e viver" (33:20). A despeito desta limitação, o povo pôde conhecer o "nome" (natureza) do Senhor como aquele que transborda em "beneficência e verdade" (34:6); foi esta a base do concerto lavrado sobre as tábuas de pedra (34:1,10,27,28). No prólogo, entretanto, o Logos, que esteve face a face com Deus (v. 1), habitou entre nós, como o "tabernáculo do encontro", em que a glória de Deus foi vista e onde a plenitude de sua graça e verdade foi recebida, não como uma lei, sobre pedra, mas como uma vida na carne. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda6.html)

Entre os judeus de fala grega, o substantivo skēnē e suas palavras cognatas, como o verbo skēnoō, que é usado nesta frase, comumente eram associados ao verbo hebraico shākan ("morar") e seus de­rivados, como o mishkān ("tabernáculo") da Bíblia e a shekināh pós-bíblica - uma palavra que literalmente significa "residência", porém era usada mais es­pecificamente para a gloriosa presença de Deus que residia no tabernáculo de Moisés e no templo de Salomão. Quando o tabernáculo foi concluído, "a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo" (Êx 40.34). De modo semelhante, quando o templo de Salomão foi dedicado, "uma nuvem encheu a casa do Senhor... porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor" (1 Rs8.10s.). Portanto, quando o Verbo se fez carne, a presença gloriosa de Deus corporificou-se nele, porque ele é a verdadeira shekínaāh. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda5.html)

CONCLUSÃO
O evangelho de João procura mostrar de fato quem Jesus é, ele revela a sua identidade divina sem rodeios, mas de forma axiomática. Ele não se distancia das questões difíceis de seu tempo que envolvia necessidade de respostas mais bem elaboradas, ele vai profundamente à fonte de vida e, com ousadia, traz de lá o seu ensino e pregação eloquentes. Nem tampouco ele tem medo de inovar fazendo uso das filosofias gregas, mostrando quem de fato era o Verbo verdadeiro.
Simples na linguagem e estrutura, este livro é, não obstante, uma exposição profunda da pessoa de Cristo colocada em cenário histórico. Tem uma mensagem para o discípulo humilde do Senhor e também para o mais adiantado teólogo. 
Certas semelhanças existentes entre ele e os Evangelhos Sinóticos são facilmente percebidas. Apresenta a mesma pessoa como figura central. Encontramo-lo como o Filho de Deus, o Filho do homem, o Messias, o Senhor do Salvador, e outros títulos. Há alguns anos atrás era moda, em alguns círculos, dizer-se que o Jesus de João era o resultado de um processo teológico dentro da igreja primitiva, por meio do qual o homem de Nazaré fora elevado à posição de divindade. Esse ponto de vista já não é mais sustentável, pois estudos posteriores estabeleceram a convicção de que a Cristologia dos Sinóticos e a Cristologia de João são fundamentalmente a mesma. Um Jesus meramente humano é completamente estranho tanto aos Sinóticos quanto a João.


Fontes:
Bíblia de Estudo Dake – Atos
(4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)
(4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A Natureza voluntaria de Cristo)
(4º Trim 1994 - BETEL – Jesus Cristo – Lição 4 – O Batismo de Jesus)
Comentário Bíblico de Moody – João)
(Comentário Bíblico de Moody – Filipenses)
Revista: JESUS CRISTO– Editora Betel - 3º Trimestre 2012 – Lição 01

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