LIÇÃO 01 - A DIVINDADE DE JESUS
01 de Julho
de 2012
Texto Áureo
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus”. Jo 1.1
Verdade Aplicada
O meio mais completo de revelação de Deus é a encarnação,
em que a vida e o discurso de Jesus foi a
manifestação especial do Pai.
Objetivos da Lição
► Apresentar Jesus como tema central do
Evangelho de João;
► Mostrar que Jesus foi rejeitado e que
podemos também ser;
► Revelar aos homens que Jesus é Deus.
Textos de Referência
Jo 1.1 No princípio, era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Jo 1.2 Ele estava no princípio com Deus.
Jo 1.3 Todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada do que foi feito se fez.
Jo 1.4 Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
Jo 1.5 e a luz
resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Jo 1.6 Houve
um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
Jo 1.7 Este
veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por
ele.
Jo 1.14 E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
- Segunda feira: Cl 1.15-18
- Terça feira: Fl 2.5-8
- Quarta feira: Jo 1.1
- Quinta feira: Jo 1.14
- Sexta feira: Jo 1.11
- Sábado: Jo 1.12
INTRODUÇÃO
O propósito maior do Evangelho de João é afirmar
que Jesus é o filho eterno de Deus (Jo 20.31). O autor, segundo a tradição
judaico-cristã, é o próprio João, o apostolo. Ele é aquele discípulo a quem
Jesus amava e que estava presente na ultima ceia, na crucificação, e ao tumulo
vazio do Senhor. Na bíblia, há quatro livros biográficos sobre Jesus, os
primeiros três são geralmente conhecidos como sinóticos. João é impar por nos
ajuda a entender os outros três. Pois dá uma interpretação mais profunda da
vida do Senhor.
O evangelho de
João apresenta Jesus como “Verbo”, palavra que na Versão Almeida Revista e
Corrigida é traduzida pela palavra grega “Logos”. “[1,1] EN ARKHÊ ÊN O LOGOS KAI O LOGOS ÊN PROS TON
THEON KAI THEOS ÊN O LOGOS” O uso desta palavra pelo apostolo tem trazido
muitas discussões ao longo dos séculos, por se tratar de um termo usado na
filosofia grega, o qual possuía um significado todo especial. Que havia sido
como que “adaptado” ao judaísmo por um contemporâneo de Cristo, o filosofo
judeu Filo (25 a.C +/- 50 a.C.), natural de Alexandria e que se tornou o maior
comentarista do texto grego do Antigo Testamento (a Septuaginta). (4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição
3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)
1.
QUEM É JESUS SEGUNDO JOÃO?
O
Evangelho de João é, obviamente, notável por suas referencias à divindade de
Jesus. Já no principio de seu livro, João expressa particularmente essa idéia:
“No principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus"
(Jo 1.1)
Sem delongas o escritor apresenta
a figura central do Evangelho, mas não a chama de Jesus ou Cristo. Neste ponto
Ele é o Logos (Palavra). Este termo tem raízes no V.T., sugerindo conceitos de
sabedoria, poder e um relacionamento especial com Deus. Era também largamente
usado pelos filósofos para exprimir idéias tais como discussão e mediação entre
Deus e o mundo. No tempo de João toda sorte de leitores entenderiam sua
adequabilidade aqui, onde a revelação é a nota principal. Mas o aspecto
diferente é que o Logos também é o Filho do Pai, que se encarnou a fim de
revelar Deus plenamente (1:14,18). (Comentário Bíblico de Moody – João)
1.1. ELE É
ETERNO
João afirma que Jesus “No principio era o Verbo” (Jo 1.1). O termo
grego usado por João é “ARKHÊ”,
cujo significado é “principio”, “origem”, “inicio”. As investigações
filosóficas começaram na Grecia quando os pensadores passaram a querer
descobrir qual era o “principio” (ARKHÊ) de todas as coisas. João, inspirado
pelo Espírito Santo, mostra, claramente, que o “principio” é o Verbo, o Verbo
que estava com Deus, o Verbo que é o próprio Deus. (4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos
de Deus)
1.2. ELE É
DIVINO
A
expressão “verbo”, que significa a Palavra, identifica Jesus, através de quem
Deus criou todas as coisas: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez”. (Jo 1.3). O apostolo Paulo afirma que através de
Jesus foram criadas todas as coisas que há nos céus, na terra, visíveis e invisíveis...
tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1.16). O autor da carta aos Hebreus
afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2),
que sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. (4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A
Natureza voluntaria de Cristo)
Quando
consideramos Jesus como o Verbo, estamos afirmando que Ele é a expressão única
da personalidade divina a criação, é o único meio pelo qual podemos ter acesso
a Deus. É a Pessoa divina que faz a ponte, a comunicação, a apresentação de
Deus à criação. Ninguém pode ter acesso a Deus a não ser por Cristo (Jo 14.6b).
Moises, o legislador, era íntimo de Deus, todavia, somente pode vê-lo pelas
costas. Jesus é o único que pode nos apresentar tal plenitude, tudo o que
precisamos fazer é conhecê-lo (Jo 14.7) (4º
Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)
1.3. ELE É
CRIADOR
Diante
dos judeus, Jesus afirmou sua preexistência, dizendo: “Antes que Abraão
existisse eu sou”. (Jo 8.58). O eterno Filho de Deus é antes de todas as
coisas, conforme afirma Paulo em (Cl 1.17). Jesus declarou a João em Patmos:
“... Eu sou o primeiro...” (Ap 1.17). Estas afirmações bíblicas não deixam
dúvidas quanto à eternidade do Filho de Deus e nos asseguram uma plena
salvação. (4º Trim 1999 -BETEL – Jesus
Cristo – Lição 1 – A Natureza voluntaria de Cristo)
O
evangelista descreve o “logos” em relação ao principio (Gn 1.1). Toda obra
criadora começa no Gênesis e foi feita por intermédio da Palavra criadora de
Deus e, que, este princípio se deu pela existência do “logos” (Hb 11.3; Cl
1.17). João afirma que antes de todas as coisas serem criadas, o “logos” (Jesus)
já existia, era anterior a todas as coisas, era eterno. João afirma que Jesus é
esse principio absoluto, no qual os gregos buscavam as respostas para os mais
profundos questionamentos de suas almas. (4º
Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos de Deus)
2.
A ENCARNAÇÃO DE JESUS
Jesus veio ao mundo como um ser totalmente
humano. Um conhecido judeu do I século d.c., participando de todas as atividades de
um ser humano comum. Diferente de reencarnação, Ele de fato encarnou, Fez-se
homem e habitou entre nós (Fl 2.5-8). E manifestou-se entre os homens como luz
do mundo (Jo 1.4). Veio para eliminar as trevas profundas da humanidade. Essa é
uma verdade essencial, negada terminantemente pelos gnósticos da época. Eles
afirmavam que a encarnação de Jesus não teria sido real (1Jo 4.2,3). Mas João
consegue provar que, de fato, Ele esteve entre os homens.
Em toda a bíblia encontramos provas da
humanidade de Jesus (Jo 1.14). Isto nos revela que Jesus, o Deus eterno,
tornou-se humano para que pudesse realizar o propósito divino de salvação (Fp
2.5-9), pois somente como ser humano genuíno ele teria qualificações para
redimir a raça humana do poder de Satanás (Hb 2.14-17). (4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A Natureza voluntaria
de Cristo)
2.1. O
TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA
Jesus foi encontrar João Batista junto
ao Jordão para ser batizado por ele. (A
despeito de João conhecia Jesus muito bem, alem de serem primos, pois sua mãe
Isabel era prima de Maria mãe de Jesus)- grifo meu, naquele momento
ele logo reconheceu que ali estava “o cordeiro de Deus”. João tentou dissuadir
Jesus do batismo por não considerar-se digno de batizar o Filho de Deus: “eu
preciso ser batizado por ti e tu vens a mim?” (Mt 3.14). Jesus porem
respondeu-lhe: “Deixa por agora, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”
(Mt 3.15).
Através do ministério de João Batista,
Deus começou a preparar a efetiva atuação de Jesus como o Messias. A mensagem
de João era um alerta de preparação para o reino de Deus, como ainda hoje a
mensagem de Deus é que os homens se preparem para a volta de Jesus. Naquela
época poucas pessoas compreenderam o convite de João Batista ao arrependimento,
tal qual em nossos dias poucos são os que ouvem e entendem a mensagem da
salvação. A humanidade de Jesus em submeter-se ao batismo de João é exemplo da
submissão à vontade do pai. (4º Trim 1994
- BETEL – Jesus Cristo – Lição 4 – O Batismo de Jesus)
2.2. A
REJEIÇÃO DOS HOMENS
9. A luz verdadeira não transforma João em uma luz falsa.
Dá a entender que é uma luz anti-típica, máxima – o sol, não uma vela. Daí,
venerar João indevidamente, depois que a Luz despontou, é errado (3:30; Atos
19:1-7). A sintaxe do versículo no grego é difícil. A verdadeira luz que,
vinda ao mundo; ilumina a todo homem é a tradução mais provável. Através de
sua presença entre os homens o Logos traria uma iluminação superior àquela que
fora proporcionada aos homens antes de sua vinda.
10, 11. A Luz era verdadeira e resplandecente, mas a acolhida que teve foi
desapontadora. Além da semelhança que há nos dois versículos, jazem neles
diferenças deliberadas: estava, mundo; veio, o que era seu; e os seus não o
receberam. Deixar de discernir o Logos pré-encarnado é mais compreensível
do que a recusa trágica de seu próprio povo, em aceitá-lo quando veio entre
eles.
12, 13. Nem todos recusaram a Luz. Aqueles que a receberam ganharam poder
(autoridade, direito) de serem feitos (naquele exato momento) filhos
de Deus. Aqueles que o receberam são descritos como aqueles que crêem
no seu nome (pessoa). Veja 20:31. Há duas maneiras de se dizer a mesma
coisa. Os crentes são mais adiante descritos em termos do que Deus faz por
eles.
Eles nasceram... de Deus. Não é um
processo natural que traz pessoas ao mundo – não do sangue
(literalmente, sangues), sugerindo a mescla das correntes sanguíneas,
paterna e materna na procriação. Da vontade da carne sugere o desejo
natural e humano de se ter filhos, como da vontade do varão (a palavra
usada para marido) sugere o desejo especial de se ter uma descendência que
continue com o nome da família. Assim, o novo nascimento, algo sobrenatural,
foi cuidadosamente resguardado da confusão com o nascimento natural. (Comentário Bíblico de Moody – João)
2.3. A
MANIFESTAÇÃO DO VERBO
5. O mesmo sentimento. Melhor, Mantenham essa íntima
disposição uns para com os outros que foi exemplificada (o verbo tem de ser
suprido) em Cristo Jesus.
6. Subsistindo em forma de Deus. Melhor, Embora no seu
estado pré-encarnado possuísse as qualidades essenciais de Deus, ele não considerou
o seu status de divina igualdade um prêmio a ser egoisticamente entesourado
(tomando harpagmos passivamente). Morfê, forma, nos
versículos 6 e 7 denota uma expressão permanente de atributos essenciais,
enquanto skêma, forma (v. 8), refere-se à aparência externa que
está sujeita à mudança.
7. Antes a si mesmo se esvaziou. Ekenôsen não tem a
intenção de falar do sentido metafísico (isto é, que ele tenha se despojado de
seus atributos divinos), mas é uma "expressão pitoresca da totalidade de
Sua auto-renúncia" (M.R. Vincent, A Critical and Exegetical Commentary
on the Epistles to the Philippians and to Philemon, pág. 59). Observe a
alusão feita a Is. 53:12, "porquanto derramou a sua alma na morte".
Cristo esvaziou-se assumindo a forma de servo. (o uso de morfê, forma,
aqui, indica a veracidade de sua posição de servo), tornando-se em
semelhança de homens. Ao contrário do primeiro Adão, que fez uma tentativa
frenética de alcançar posição de igualdade com Deus (Gn. 3:5), Jesus, o último
Adão (I Co. 15:47), humilhou-se e obedientemente aceitou o papel de Servo
Sofredor (cons. a contribuição de R. Martin em ExpT, Março de 59, pág. 183 e
segs.).
8. O ato da humilhação voluntária
não parou na Encarnação, mas continuou até as profundezas ignominiosas da morte
pela crucificação. A omissão do artigo diante de staurou, cruz,
enfatiza a natureza vergonhosa da morte – e morte de cruz. (Com relação
à opinião dos romanos quanto à crucificação, cons. Cícero In Verrem
5.66). A si mesmo se humilhou. Ele pôs de lado todos os direitos
pessoais e Seus interesses a fim de assegurar o bem-estar dos outros. (Comentário Bíblico de Moody – Filipenses)
3.
AS BENÇÃOS DA ENCARNAÇÃO
Jesus, ao encarnar e viver entre os homens,
comunicou suas bênçãos, enriquecendo a experiência humana com o que há de
melhor no céu, a Sua própria natureza. Sua presença modificou comportamentos,
trouxe esperança e pavimentou estradas esburacadas da alma humana. Sua graça,
sua verdade e sua gloria, marcaram para sempre, a historia dos homens (Jo
1.14,17)
14. Antes que a fé possa produzir o novo nascimento, deve haver um
objeto sobre o qual repousar, tal como a encarnação do Verbo, o Filho de
Deus. Deus, tendo se expressado na criação e na história, onde a atividade do
Logos era evidente, mas a sua pessoa velada, agora se revelava através do Filho
em forma humana, que não era simples semelhança, mas carne, João poderia
ter usado "homem", mas escolheu declarar a verdade da encarnação
enfaticamente como se quisesse contrariar aqueles que tinham tendências
gnósticas. Essa falsa visão de Cristo recusava-se a aceitar que a divindade
pura pudesse assumir corpo material, uma vez que a matéria era considerada má
(cons. I Jo. 4:2, 3; II Jo. 7).
Habitou.
Tabernaculou. Em combinação com a glória sugere a personalização da nuvem
luminosa que repousava sobre o tabernáculo no deserto (Êx. 40:34). O Verbo
encarnado é também a resposta à oração de Moisés (Êx. 33:18). João não narra a
Transfiguração, pois apresenta todo o ministério como uma transfiguração,
exceto quanto à luz da qual fala, que é moral e espiritual (cheio de graça e
de verdade e não algo visível, cons. Jo. 1:17).
17. Assim como Jesus Cristo
ultrapassou a João (1:15), assim também foi superior a Moisés. Ambos trouxeram
algo de Deus, mas um trouxe a lei que condena, o outro a graça
que redime da lei. Verdade sugere a realidade da revelação divina de
Cristo. (Comentário Bíblico de Moody –
João)
3.1. A
GRAÇA DE JESUS
A palavra graça só aparece
aqui e em 1.16-17. É a graça que Ele veio dar aos homens. E todos nós
recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). A palavra que
acompanha graça é verdade (17), e a verdade é o caráter essencial do
Verbo. Esta é a verdade no sentido filosófico da realidade, no sentido ético da
santidade, e no sentido moral do amor. Jesus disse a respeito de si mesmo:
"Eu sou... a verdade" (14.6).
O versículo 15 é uma reiteração a
respeito de João Batista. Em 1.7 ele testificou da Luz; aqui, ele testifica ou
faz uma afirmação que anuncia a vinda de Cristo, enquanto afirma a sua existência
eterna. João testificou dele e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu
dizia: o que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.
A idéia de abundância do rico depósito
da graça infinita de Deus é proeminente em João. A linha de ação é definida
aqui no prólogo. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça
sobre graça (16). Esta idéia de abundância ocorre repetidamente nas
palavras e nas obras de Jesus. Em Caná da Galiléia, havia abundância
do melhor vinho (2.10). Ele deu à mulher samaritana "uma fonte de água a
jorrar para a vida eterna" (4.14). Para a multidão faminta, havia mais do
que o suficiente (6.13). Para a alma sedenta, Ele prometeu não só o suficiente
para satisfazer, mas um transbordamento de "rios de água viva"
(7.38). A vida abundante para os verdadeiros crentes se tornou possível pela
entrada de Jesus no mundo (10.10). João não só exibe um evangelho que é
universal no sentido explícito (i.e., um evangelho para "todo
aquele que quiser"), como também em um sentido implícito. Todas as áreas
da vida do homem de fé são permeadas pela graça abundante de Deus.
A expressão graça sobre
graça é literalmente "graça tomando o lugar da graça". Robertson
observa que ela é "como o maná fresco a cada manhã, a nova graça para o
novo dia, e para o novo serviço".
Porque a lei foi dada por Moisés; a
graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (17). Este contraste vivido
proporciona simultaneamente: (a) um plano para a organização dos materiais no
quarto Evangelho; e (b) o cenário para o conflito e a controvérsia que
culminaram na cruz.
A organização dos materiais no
Evangelho de João mostra que a revelação através do Verbo é superior à da lei,
e que somente em Jesus Cristo a lei encontra o seu cumprimento completo (Ele
veio não para destruir, mas para cumprir). Esta revelação superior é a
revelação plena, pessoal e final de Deus (14.9).
Jesus não estava em conflito com a
lei. Aqueles que representavam a lei, sim, estavam em conflito com Ele. Isto
resultou em uma prolongada controvérsia entre Jesus e os judeus, a qual teve
início com a questão relacionada às leis do sábado (5.10) e culminou na cruz
(19.18).
Não é que João pensasse na lei e na
graça como antitéticas, ou que a lei não fosse verdadeira. Ela era verdadeira,
porém limitada. A lei era insuficiente em relação às necessidades mais
profundas do homem, ao passo que Cristo é mais do que suficiente, uma vez que
Ele é a Fonte de toda a verdade e graça.
Aqui, João usa o nome histórico
completo, Jesus Cristo. Nos Sinóticos, este nome completo só é
encontrado em Mateus 1.1 e Marcos 1.1; e novamente em João, somente em 17.3.
Uma firme tradição judaica afirmava
que ninguém jamais vira a Deus com olhos físicos (Êx 33.20; Dt 4.12).
Consequentemente, João escreveu: Deus nunca foi visto por
alguém (18). Mas isto proporciona a ocasião para que ele declare a plena
verdade que está prestes a descrever em detalhes. O Filho unigênito, que
está no seio do Pai, este o fez conhecer. Aqui estão descritos em afirmações
majestosas: a preexistência de Cristo e o seu relacionamento inigualável com o
Pai, o Filho unigênito; a sua encarnação, este o fez
conhecer; e a sua condição como eterno e exaltado, que está no seio
do Pai. O melhor comentário sobre a expressão no seio do Pai foi
feito pelo próprio João, quando escreveu uma frase que pode ser literalmente
traduzida assim: "O Verbo estava face a face com Deus" (1.1). (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda10.html)
É importante que a súbita entrada
parentética do verso 15 não obscurece a intima relação entre o
verso 14 e o verso 16. Como fé é uma questão de aceitar
aquele que estava cheio de graça e de verdade, segue-se naturalmente que recebemos
da sua plenitude, e graça sobre graça. A curiosa expressão graça
sobre graça significa, literalmente, graça "em troca
por" ou "em substituição a" mais graça (cf.
Rm 1:17; II Co 3:18); em outras palavras, como belamente
traduz a Bíblia na Linguagem de Hoje, "bênção e mais bênçãos". Isto
significa que podemos tirar, de sua plenitude, como de uma fonte
inesgotável. Uma vez que a graça foi recebida, ela não cessa de
crescer. Recebemos "graça em lugar de graça".
Para ser mais claro, Deus tem sido
sempre um Deus de graça. No período do Velho Testamento, a lei foi dada
por meio de Moisés; na era cristã, sua imutávelgraça e verdade vieram por
Jesus Cristo. A diferença reside não apenas na natureza de Deus, como
doador, mas nas potencialidades da graça, para fazê-lo conhecido. Uma pessoa
viva, cheia da realeza divina, é um meio mais adequado que os
mandamentos escritos sobre as tábuas de pedra. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda6.html)
3.2. JESUS
É A VERDADE
Cheio de
graça e de verdade — Como homem, o Logos não estava vazio da realeza divina
(como às vezes é erroneamente interpretado Fp 2:7), mas cheio de amor misericordioso e da imperturbável
fidelidade, elementos centrais da compreensão veterotestamentária de
Deus (Êx 34:6,7; Sl 85:9-10;
89:14; 108:4).Observe-se o equilíbrio alcançado com as combinações desses dois
termos. Graça é uma compulsão irresistível aos
homens, mais do que eles merecem, e que flui espontaneamente da ilimitada
generosidade de Deus. Verdade, por outro lado, finca-se na
determinação divina de ser coerente, inteligível e,
por conseguinte, digna de crédito no seu relacionamento com a humanidade. Graça
sem verdade não passa de sentimentalismo; verdade sem graça pode parecer algo
de inflexível rigidez. Ao declarar sua natureza divina, Jesus combinou uma
infinita ternura pelo pecador com uma inabalável fidelidade ao que é direito.
(http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda6.html)
As versões em português mais
usadas (exceto BLH) vinculam a frase cheio de graça e de
verdade ao Verbo. A razão para isto é que o adjetivo cheio
(plērēs) é nominativo e deve concordar com o
nominativo logos. Há, porém, evidência suficiente de que no grego
helenístico plērēs podia ser usado sem ser declinado, concordando com
um substantivo em qualquer caso. Neste caso, cheio de graça e de
verdade pode pertencer ao substantivo mais
próximo, glória, apesar de glória estar no
acusativo (doxan); isto fica ainda mais provável quando consideramos
o pano de fundo destas palavras.
Moisés, no deserto, pediu um favor de
Deus: "Rogo-te que me mostres a tua glória". A resposta foi:
"Farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o nome
do Senhor" (Ex 33.18s.). Isto porque a glória de Deus - o atributo
que é só dele e o distingue - é sua bondade. De acordo com isto, cumprindo sua
promessa, "tendo o Senhor descido da nuvem, ali esteve junto dele, e
proclamou o nome do Senhor. E, passando o Senhor por diante dele, clamou:
Senhor, Senhor, Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em
misericórdia e fidelidade..." (Êx 34.5s). Estas palavras expressam a
bondade que é a glória incomparável de Deus. Acontece que as palavras gregas de
João 1.14, traduzidas cheio de graça (charis) e de verdade alētheia, facilmente
podem ser reconhecidas como uma tradução da última frase de Êx 34.6: "grande
em misericórdia (heb. hesed) e fidelidade
(heb. ěmeth)". A glória vista no Verbo encarnado
foi a glória revelada a Moisés quando o nome de Javé soou em seus ouvidos;
porém, agora, esta glória foi manifesta na terra em uma vida humana,cheia de
graça e de verdade. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda5.html)
3.3. A
GLORIA DE JESUS
Nós vimos
sua glória — Glória é um dos termos mais ricos do
vocabulário teológico da Bíblia, referindo-se basicamente às manifestações
visíveis do poder de Deus. A vida de Jesus brilhou, com a já referida presença da
majestade divina. Através do ministério terreno do Verbo, Deus convocou os
homens para uma nova consciência de seu propósito e de seu prestígio.
Nos versos 14-18 reside implícita a superioridade de
Cristo sobre Moisés. Em Êx 33 e 34, Moisés, a quem Deus falou "face a
face" (33:11), pediu que a presença divina também
acompanhasse o povo em sua peregrinação à terra prometida (33:14-17). Quando Deus concordou, Moisés
pediu-lhe para ver sua glória (33:18), mas
recebeu apenas uma revelação oculta, "porquanto homem nenhum pode ver a
minha face e viver" (33:20). A despeito desta limitação, o povo
pôde conhecer o "nome" (natureza) do Senhor como aquele que
transborda em "beneficência e verdade" (34:6); foi esta a base do concerto lavrado
sobre as tábuas de pedra (34:1,10,27,28). No
prólogo, entretanto, o Logos, que esteve face a face com Deus (v. 1), habitou entre nós, como o "tabernáculo do
encontro", em que a glória de Deus foi vista e onde a plenitude de sua graça e verdade foi recebida, não como uma lei, sobre
pedra, mas como uma vida na carne. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda6.html)
Entre os judeus de fala grega, o
substantivo skēnē e suas palavras cognatas, como o verbo skēnoō, que
é usado nesta frase, comumente eram associados ao verbo
hebraico shākan ("morar") e seus derivados, como
o mishkān ("tabernáculo") da Bíblia e
a shekināh pós-bíblica - uma palavra que literalmente significa
"residência", porém era usada mais especificamente para a gloriosa
presença de Deus que residia no tabernáculo de Moisés e no templo de
Salomão. Quando o tabernáculo foi concluído, "a nuvem cobriu a tenda
da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo" (Êx 40.34). De
modo semelhante, quando o templo de Salomão foi dedicado, "uma nuvem
encheu a casa do Senhor... porque a glória do Senhor enchera a casa do
Senhor" (1 Rs8.10s.). Portanto, quando o Verbo se fez carne, a
presença gloriosa de Deus corporificou-se nele, porque ele é a
verdadeira shekínaāh. (http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao01ajuda5.html)
CONCLUSÃO
O evangelho
de João procura mostrar de fato quem Jesus é, ele revela a sua identidade
divina sem rodeios, mas de forma axiomática. Ele não se distancia das questões difíceis
de seu tempo que envolvia necessidade de respostas mais bem elaboradas, ele vai
profundamente à fonte de vida e, com ousadia, traz de lá o seu ensino e
pregação eloquentes. Nem tampouco ele tem medo de inovar fazendo uso das
filosofias gregas, mostrando quem de fato era o Verbo verdadeiro.
Simples na linguagem e estrutura, este livro é, não obstante, uma
exposição profunda da pessoa de Cristo colocada em cenário histórico. Tem uma
mensagem para o discípulo humilde do Senhor e também para o mais adiantado
teólogo.
Certas semelhanças existentes entre ele e os Evangelhos Sinóticos
são facilmente percebidas. Apresenta a mesma pessoa como figura central.
Encontramo-lo como o Filho de Deus, o Filho do homem, o Messias, o Senhor do
Salvador, e outros títulos. Há alguns anos atrás era moda, em alguns círculos,
dizer-se que o Jesus de João era o resultado de um processo teológico dentro da
igreja primitiva, por meio do qual o homem de Nazaré fora elevado à posição de
divindade. Esse ponto de vista já não é mais sustentável, pois estudos
posteriores estabeleceram a convicção de que a Cristologia dos Sinóticos e a
Cristologia de João são fundamentalmente a mesma. Um Jesus meramente humano é
completamente estranho tanto aos Sinóticos quanto a João.
Fontes:
Bíblia de Estudo Dake – Atos
(4º Trim 2009 BETEL – Jesus Cristo – Lição 3 – Jesus Cristo, o logos
de Deus)
(4º Trim 1999 -BETEL – Jesus Cristo – Lição 1 – A Natureza
voluntaria de Cristo)
(4º Trim 1994 - BETEL – Jesus Cristo – Lição 4 – O Batismo de Jesus)
Comentário Bíblico de Moody – João)
(Comentário Bíblico de Moody – Filipenses)
Revista: JESUS
CRISTO– Editora Betel - 3º Trimestre 2012 – Lição 01
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