Lição 05 - A comunicação do evangelho
Texto
Áureo
“Disse-lhe
a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha
sede e não venha aqui tirá-la.”. Jo
4.15
Verdade
Aplicada
Pregar
o Evangelho de forma clara e inteligente proporcionará melhores resultados
para o Reino de Deus.
Objetivos
da Lição
► Apresentar
os passos que levaram Jesus à mulher samaritana;
► Analisar
como aprofundar a comunicação do evangelho;
► Mostrar
que o trabalho evangelístico, quando não esmorece, tem sempre bons resultados.
Textos
de Referência
Jo 4.9 Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu
judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus
não se comunicam com os samaritanos)?
Jo 4.10 Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de
Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria
água viva.
Jo 4.11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço
é fundo; onde, pois, tens a água viva?
Jo 4.13 Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água
tornará a ter sede,
LEITURAS COMPLEMENTARES
- Segunda
feira: At 1.8
- Terça
feira: Jo 14.26
- Quarta
feira: Mt 28.19,20
- Quinta
feira: Jo 3.16
- Sexta
feira: Mc 16.15
- Sábado:
Rm 10.10
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos como Jesus estabeleceu
um contato de maneira criativa a partir de algo simples com uma mulher. Veremos
que, ao fazer isso, ele demonstrou o seu interesse na pessoa dela, não fazendo
casa de onde procedia, e ai aproveitamos para expor quão necessário é
compartilharmos o Evangelho como marginalizados, estigmatizados e desprezados
da nossa sociedade.
1.
Comunicação pessoal
Estava Jesus no sul de Israel, mas por causa da
oposição farisaica retornou para a Galileia. Pusera-se a caminho e fora
necessário passar por Samaria, por estar na região central de Israel entre a
Judeia e a Galileia. Em Sicar, cansado da viagem decidiu sentar e conversar com
uma samaritana. O registro dessa comunicação pessoal com uma mulher
desencadearia uma serie de consequências que afetaram a evangelização e o
mundo. Ali Jesus transmitiu a maior das revelações no que tange a adoração, num
golpe mortal nos preconceitos radicais, deixou ao mundo um legado de
evangelização insuperável!
O encontro de Jesus com a mulher
samaritana ocorreu num lugar retirado da cidade e em circunstâncias bastante
adversas. Naquele momento Jesus estava com fome e sede, mas o pior de tudo era
a barreira da inimizade entre judeus e samaritanos.
Quão perigosos são os preconceitos, as
discriminações e as ideias mal formadas. Isto vem há séculos trazendo prejuízos
a obra de Deus. Mas o crente regenerado pela Palavra de Deus não faz acepção de
pessoas, ppois sabe que em Cristo não existe preconceito. (2º Trimestre de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)
Era-lhe necessário atravessar a
província de Samaria. Em João, essa palavra costuma apontar uma
necessidade divina, e pode ser o caso aqui, indicando a necessidade de lidar
com os samaritanos, abrindo-lhes as portas da vida. Além disso, há a
necessidade mais evidente de alcançar a Galiléia através de uma rota mais reta.
Sicar (muito
provavelmente Siquém) ficava algumas poucas milhas a sudeste da cidade de
Samaria e bastante perto do Monte Gerizim, como também do terreno que Jacó deu
a José (Gn. 48:22). Jacó lhe deixou também um poço por herança (Jo. 4:6).
Diz-se que tinha cerca de 26 m de profundidade. Aqui, Jesus, cansado da viagem
e por causa do calor do meio-dia (hora sexta), parou para descansar. (Comentário Bíblico Moody – João)
1.1 Jesus
iniciou o diálogo (Jo 4.7)
Uma mulher samaritana. Nenhuma
referência à cidade de Samaria, que ficava muito distante, mas ao território
dos samaritanos. Ela vinha equipada para tirar água. Considerando que a
aldeia de Sicar tinha água, é possível que a caminhada solitária da mulher ao
poço de Jacó indique uma espécie de ostracismo imposto pelas outras mulheres da
comunidade (cons. 4:18). (Comentário
Bíblico Moody – João)
1.2 Jesus
despertou o interesse (Jo 4.10)
Jesus interrompeu o silêncio pedindo
água para beber. Era um pedido natural à vista do seu cansaço. É um lembrete
pungente da humanidade de nosso Senhor. Atendido ou não (a última alternativa
parece a mais provável), o pedido introduziu a conversa. A partida dos
discípulos foi providencial, pois a mulher não teria conversado com Jesus na
presença deles. Duas coisas deixaram a mulher admirada: que Jesus fizesse tal
pedido a uma mulher, pois os rabis evitavam qualquer João contato com mulheres
em público; e particularmente que ele falasse assim com alguém que era
samaritano. Para explicar sua admiração, o escritor acrescenta a observação de
que os judeus não se associavam aos samaritanos. Isto não pode ser aceito em
sentido absoluto, pois foi refutado pelo versículo 8. Mostra a indisposição que
havia entre os dois grupos de pessoas. Os judeus desprezavam os samaritanos
porque eram um povo de sangue e religião misturados, apesar de possuírem o
Pentateuco e professarem adorar o Deus de Israel. (Comentário Bíblico Moody – João)
1.3 Jesus expos a realidade espiritual (Jo 4.14)
Um significado mais restrito foi
proposto para as palavras da mulher "os judeus não usam os mesmos vasos
que os samaritanos". Isto se aplica bem à situação (D. Daube, The New
Testament and Rabbinic Judaism, pág. 375-382). Respondendo, Jesus
afastou-se de sua própria necessidade, sugerindo que a mulher tinha uma
necessidade mais profunda, que alguém podia atender por meio do dom de Deus.
Alguns o explicam em termos pessoais, referindo-se ao próprio Cristo (3:16),
mas provavelmente seria melhor que o tornássemos equivalente à água viva. João
7:37-39 é o melhor comentário (cons. Ap. 21:6).
11, 12. Pensando no
poço que estava diante dele, a mulher ficou perplexa. Jesus não tinha nenhum
utensílio para tirar água e o poço era fundo. No fundo estava a água viva (corrente)
alimentada por uma fonte. Este rabi estaria pretendendo evocar o que Jacó só
conseguira com árduo trabalho? Ele realmente seria maior se o conseguisse.
13-15. A água do poço
tinha de ser consumida ininterruptamente, mas a água que Cristo fornece
satisfaz de modo que a pessoa nunca mais terá sede. É assim que a vida
eterna refrigera. Pode-se estabelecer um paralelo com os repetidos
sacrifícios da antiga aliança e o sacrifício do Cordeiro de Deus oferecido uma
vez para sempre. Ainda não compreendendo, mas já receptiva, a mulher pediu essa
água, para que a sua vida ficasse mais fácil (4:15). (Comentário Bíblico Moody – João)
2. Aprofundar a comunicação
Para que a mulher pudesse beber da água que na
pessoa torna-se uma fonte que salta para a vida eterna, ela precisava ser
despertada da sua real condição pecaminosa ate aquele momento. Todavia, o
Mestre não lança em rosto os pecados da mulher grosseiramente, sob pretexto de
estar falando a verdade ou em nome de Deus, mas trata da situação com cuidado,
como um verdadeiro sábio que foi.
2.1 Denunciar o pecado (Jo 4.16)
Disse-lhe
Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá (Jo 4.16). Com estas palavras, Jesus
queria dar a mulher samaritana prova de seus poderes superiores, a fim de
convencê-la sobre o assunto que ele estava prestes a apresentar com mais
profundidade, percebendo que agora ela estava realmente interessada. Ao revelar
a vida privada da samaritana, fá-la-ia perceber que ele era homem dotado de
poderes especiais, e assim teria inicio à revelação messiânica para ela (Dn
2.22; ão messiânica para ela (Dn 2.22; Hb 4.12,13) (2º
Trimestre de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)
A
resposta de Jesus à mulher samaritana assinala uma mudança na narrativa. Em vez
de corrigir seu equívoco, ele lhe diz que ela deve voltar ao poço pelo menos
uma vez, com seu marido (v. 16). Parece que a missão de Jesus na Samaria se
iniciará com a conversão de uma família inteira. Isso acontece no livro de Atos
(16:15, 33-34; 18:8; cf. 11:14) e ao final desta mesma
viagem, no Evangelho de João, quando Jesus chega à Galileia (4:53), mas em
Samaria não irá acontecer. Talvez na esperança de receber a água viva de
imediato, a mulher diz a Jesus que não tem marido. Ironicamente, Jesus a elogia
por dizer a verdade (vv. 17, 18) e, assim, expõe seu adultério (cf. Marcos 10:12). A
mudança de assunto não é tão abrupta quanto parece. A narrativa presume uma
estreita relação entre o batismo com o Espírito e o perdão de pecados (cf.
Marcos 1:4-8; Atos 2:38). Jesus, que batizará com o Espírito, é o “Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo” (1:29). —Quando o
Espírito for concedido (20:22), Jesus dirá a seus
discípulos: “Aqueles aos quais perdoardes os pecados, são-lhes perdoados;
aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (20:23). O pecado, para
ser perdoado, deve primeiramente ser exposto, e foi, mas o adultério da mulher
não é o centro do interesse neste capítulo. O rumo da narrativa não segue da
mulher para seu atual marido (ou amante) mas da mulher
diretamente para o resto do povo da cidade (vv. 28-30). Quaisquer sentimentos
de culpa que ela possa ter tido não são mencionados.
Em vez de
culpa, sua reação à introspecção sobrenatural de Jesus em sua vida é de espanto
(vv. 29, 39). Conclui instantaneamente que ele é um profeta (v. 19). Como ele é
judeu e profeta, ela aproveita a oportunidade para iniciar uma conversa sobre
as respectivas vindicações de judeus e samaritanos quanto aos lugares de
adoração - o monte do templo em Jerusalém e o monte Gerizim,
perto de Sicar (v. 20), sendo o último provavelmente
visível de onde se encontravam. É inútil especular se ela estava ou não
tentando distrair a atenção de sua condição moral. Para o autor do Evangelho, pelo menos, sua
observação não é um desvio mas leva
adiante o impulso principal da história.
2.2 Adorar verdadeiramente (Jo 4.23)
A mulher
samaritana ouviu de Jesus as seguintes palavras: “Deus é espírito, e é
necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
Aqui temos um dos grandes pronunciamentos do evangelista João acerca da
natureza de Deus, o qual não tem corpo, pois a sua substancia não faz parte da
natureza física. Depois do seu encontro com Jesus, a samaritana recebeu a
natureza de Deus, sendo transformada numa verdadeira adoradora (1Pe 1.3,4).
A conversa
de Jesus com a mulher samaritana passa adoração. “É bastante significante a
importância da ao lugar de culto por uma alma cujos pecados são expostos”. No
decorrer do dialogo muitos sub-temas são abordados, tais como: O lugar da
adoração, o templo da adoração, a busca dos adoradores, o verdadeiro adorador,
a quem se deve adorar, o modo correto de se adorar, etc. não temos espaço para
tratar separadamente cada um desses sub-temas. Basta dizer, por enquanto, que
Deus só pode ser verdadeiramente adorado, desde que seja verdadeiramente
conhecido. (2º Trimestre
de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)
Diz-lhe Jesus que a questão mais importante não é onde mas como adorar a Deus. Logo as alternativas
Jerusalém ou monte Gerizim perderam
sua importância. Osverdadeiros adoradores (i.e.,
os cristãos) adorarão o Pai em
espírito e em verdade (v. 23)
como resultado do prometido batismo. Segundo autores cristãos ulteriores, eles
são uma “nova raça” (Epístola a Diogneto I) ou uma “terceira raça”. “No que
respeita aos gregos e judeus é antigo. Mas nós somos cristãos, e como uma terceira raça o
adoramos de uma nova
maneira”; (Pregação a Pedro, citado em Clemente de Alexandria, Stromateis VI, 5.39-41, traduzido na obra de Henneck-Schneemelcher,Apócrifos
do Novo Testamento, [Filadélfia:
Westminster, 164], vol. 2, pág. 100). Aproveitando-se a referência da mulher a
seus pais, ou aos ancestrais samaritanos que adoraram em Gerizim (v. 20), Jesus de modo sutil introduz
o termo Pai, em conexão com a adoração a Deus (vv. 21,23), ressaltando que
somente no Espírito (i.e., na nova comunidade cristã) é possível adorar a Deus
como Pai (cf. Paulo aos Romanos 8:15-16; Gálatas 4:6). Porque ele é Pai, assim deseja ser
adorado, e os cristãos são o tipo de adoradores que ele procura (v. 23). http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao05.html
2.3 Jesus traz nova revelação (Jo 4.26)
Embora
Jesus estivesse verdadeiramente cansado e necessitasse de água (Jo 4.6,7),
aquele que pedia tinha muito mais a oferecer. Pedir água àquela mulher fazia
parte de uma estratégia evangelística, se é que podemos dizer assim. “À medida
que o Grande Evangelista procura ganha-la, ele orienta sabiamente a conversa,
levando-a de um simples comentário sobre beber água à revelação de que ele era
o Messias”. Aquele que pedia água fria estava oferecendo água viva, a saber, a
si mesmo. (2º Trimestre de 2002 –
Evangelho de João – Lição 06 – Betel)
3. Resultados de uma boa comunicação
Depois de colocar a
pessoa frente a frente com Cristo e instruí-la quanto ao que se deve fazer,
devemos estar preparados para a aceitação ou rejeição da mensagem. A principio
alguém poderá aceitar ou rejeitar o evangelho e posteriormente esse resultado
ser alterado.
3.1 Ela se torna um agente multiplicador (Jo 4.28,29)
Os
discípulos ficaram admirados ao ver que Jesus contrariava a convenção social
falando com uma mulher (veja v. 9). Mas o respeito por seu mestre evitou que o
interrogassem abertamente.
Desimpedida
do seu cântaro, a mulher retirou-se a toda pressa para a cidade, como prova do
seu propósito de retornar, pois estava determinada a obter a água viva daquele
momento em diante. Ela fez mais do que Jesus pediu, e não foi ter com um só
homem, mas aos homens da cidade com a notícia de sua maravilhosa experiência.
Ela não tinha a presunção de ensiná-los, mas colocou um pensamento em suas mentes,
por meio de uma pergunta tentadora: Será que esse não é o Cristo? Os homens
ficaram suficientemente impressionados para irem com ela ao poço. (Comentário Bíblico Moody – João)
3.2 Os samaritanos insistem para que Jesus permaneça (Jo 4.40,41)
Aqui somos
informados do fruto que Cristo e a mulher puderam colher, como semeador e
colhedor. Muitos creram no Senhor por causa do testemunho da mulher. Isso
provocou um convite para que ficasse no meio deles, no que Cristo consentiu por
dois dias. Durante esses dias, outros que teriam ouvido o testemunho da mulher
e se inclinariam a crer em Jesus, tomaram-se crente em pleno desenvolvimento
por causa do que receberam através da sua palavra, isto é, dos lábios de Jesus
(v. 42). Salvador do mundo – uma grata
confissão, uma vez que significava que tanto samaritanos como judeus poderiam
ser salvos. (Comentário Bíblico Moody –
João)
3.3 Os samaritanos creem que Jesus é o salvador (Jo 4.42)
Esses
samaritanos creram que ele era o salvador dos gentios, assim como dos judeus.
Eles não foram como os outros samaritanos que não o receberam (Lc 9.51-56).
Aceitar Jesus promove uma mudança em qualquer vida, comunidade ou nação. (Bíblia de Estudos Dake)
A distinção entre semear e ceifar se
observa talvez em dois estágios da fé dos samaritanos, nos vv. 39-42. Sua fé
havia-se iniciado com o testemunho hesitante da mulher sobre o que Jesus lhe
dissera (vv. 29, 39), mas quando eles se encontraram com Jesus e ouviram por si mesmos sua mensagem, muitos
outros creram. Sua fé de “segunda mão” (como eles a consideravam) havia dado
lugar a um conhecimento pessoal e a uma profunda convicção de que Jesus era
verdadeiramente o Salvador do mundo (v. 42). Estas palavras esclarecem
finalmente que, para o autor do Evangelho, os samaritanos se colocam como
representantes de todos os povos do mundo. Ao passar, por divina necessidade,
por uma cidade samaritana e conversar com uma mulher pecadora, Jesus tanto
colhe frutos como antecipa uma colheita maior ainda, vindoura: a missão da
igreja aos gentios.
Conclusão
Temos, em Jesus, o
supremo exemplo de ir ao nível dos homens, seja qual for. O de Nicodemos, um
notório mestre de Israel; ou da samaritana que era de outra etnia e de conduta
duvidosa. O mais importante que aprendemos é amar as pessoas independente do
que elas são, e a elas demonstrarmos esse amor através da comunicação
doEvangelho, com todo o vigor para possibilitar a transformação delas:
espiritual e social também.
Fontes:
Bíblia de
Estudos Dake
COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY – João
Revista: JESUS CRISTO– Editora Betel - 3º Trimestre 2012 –
Lição 05
Comentários
Postar um comentário