Lição 05 - A comunicação do evangelho


29 de Julho de 2012


Texto Áureo

“Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.”. Jo 4.15

Verdade Aplicada

Pregar o Evangelho de forma clara e inteligente proporcio­nará melhores resultados para o Reino de Deus.

Objetivos da Lição

      Apresentar os passos que levaram Jesus à mulher samaritana;
      Analisar como aprofundar a comunicação do evangelho;
      Mostrar que o trabalho evangelístico, quando não esmorece, tem sempre bons resultados.

Textos de Referência

Jo 4.9        Disse-lhe, pois, a mu­lher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samarita­na (porque os judeus não se co­municam com os samaritanos)?
Jo 4.10      Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
Jo 4.11      Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
Jo 4.13      Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede,

LEITURAS COMPLEMENTARES
  • Segunda feira: At 1.8
  • Terça feira:  Jo 14.26
  • Quarta feira: Mt 28.19,20
  • Quinta feira: Jo 3.16
  • Sexta feira:  Mc 16.15
  • Sábado: Rm 10.10

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos como Jesus estabeleceu um contato de maneira criativa a partir de algo simples com uma mulher. Veremos que, ao fazer isso, ele demonstrou o seu interesse na pessoa dela, não fazendo casa de onde procedia, e ai aproveitamos para expor quão necessário é compartilharmos o Evangelho como marginalizados, estigmatizados e desprezados da nossa sociedade.

1. Comunicação pessoal
Estava Jesus no sul de Israel, mas por causa da oposição farisaica retornou para a Galileia. Pusera-se a caminho e fora necessário passar por Samaria, por estar na região central de Israel entre a Judeia e a Galileia. Em Sicar, cansado da viagem decidiu sentar e conversar com uma samaritana. O registro dessa comunicação pessoal com uma mulher desencadearia uma serie de consequências que afetaram a evangelização e o mundo. Ali Jesus transmitiu a maior das revelações no que tange a adoração, num golpe mortal nos preconceitos radicais, deixou ao mundo um legado de evangelização insuperável!
O encontro de Jesus com a mulher samaritana ocorreu num lugar retirado da cidade e em circunstâncias bastante adversas. Naquele momento Jesus estava com fome e sede, mas o pior de tudo era a barreira da inimizade entre judeus e samaritanos.
Quão perigosos são os preconceitos, as discriminações e as ideias mal formadas. Isto vem há séculos trazendo prejuízos a obra de Deus. Mas o crente regenerado pela Palavra de Deus não faz acepção de pessoas, ppois sabe que em Cristo não existe preconceito. (2º Trimestre de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)

Era-lhe necessário atravessar a província de Samaria. Em João, essa palavra costuma apontar uma necessidade divina, e pode ser o caso aqui, indicando a necessidade de lidar com os samaritanos, abrindo-lhes as portas da vida. Além disso, há a necessidade mais evidente de alcançar a Galiléia através de uma rota mais reta.
Sicar (muito provavelmente Siquém) ficava algumas poucas milhas a sudeste da cidade de Samaria e bastante perto do Monte Gerizim, como também do terreno que Jacó deu a José (Gn. 48:22). Jacó lhe deixou também um poço por herança (Jo. 4:6). Diz-se que tinha cerca de 26 m de profundidade. Aqui, Jesus, cansado da viagem e por causa do calor do meio-dia (hora sexta), parou para descansar. (Comentário Bíblico Moody – João)

1.1 Jesus iniciou o diálogo (Jo 4.7)
Uma mulher samaritana. Nenhuma referência à cidade de Samaria, que ficava muito distante, mas ao território dos samaritanos. Ela vinha equipada para tirar água. Considerando que a aldeia de Sicar tinha água, é possível que a caminhada solitária da mulher ao poço de Jacó indique uma espécie de ostracismo imposto pelas outras mulheres da comunidade (cons. 4:18). (Comentário Bíblico Moody – João)

1.2 Jesus despertou o interesse (Jo 4.10)
Jesus interrompeu o silêncio pedindo água para beber. Era um pedido natural à vista do seu cansaço. É um lembrete pungente da humanidade de nosso Senhor. Atendido ou não (a última alternativa parece a mais provável), o pedido introduziu a conversa. A partida dos discípulos foi providencial, pois a mulher não teria conversado com Jesus na presença deles. Duas coisas deixaram a mulher admirada: que Jesus fizesse tal pedido a uma mulher, pois os rabis evitavam qualquer João contato com mulheres em público; e particularmente que ele falasse assim com alguém que era samaritano. Para explicar sua admiração, o escritor acrescenta a observação de que os judeus não se associavam aos samaritanos. Isto não pode ser aceito em sentido absoluto, pois foi refutado pelo versículo 8. Mostra a indisposição que havia entre os dois grupos de pessoas. Os judeus desprezavam os samaritanos porque eram um povo de sangue e religião misturados, apesar de possuírem o Pentateuco e professarem adorar o Deus de Israel. (Comentário Bíblico Moody – João)


1.3 Jesus expos a realidade espiritual (Jo 4.14)
Um significado mais restrito foi proposto para as palavras da mulher "os judeus não usam os mesmos vasos que os samaritanos". Isto se aplica bem à situação (D. Daube, The New Testament and Rabbinic Judaism, pág. 375-382). Respondendo, Jesus afastou-se de sua própria necessidade, sugerindo que a mulher tinha uma necessidade mais profunda, que alguém podia atender por meio do dom de Deus. Alguns o explicam em termos pessoais, referindo-se ao próprio Cristo (3:16), mas provavelmente seria melhor que o tornássemos equivalente à água viva. João 7:37-39 é o melhor comentário (cons. Ap. 21:6).
11, 12. Pensando no poço que estava diante dele, a mulher ficou perplexa. Jesus não tinha nenhum utensílio para tirar água e o poço era fundo. No fundo estava a água viva (corrente) alimentada por uma fonte. Este rabi estaria pretendendo evocar o que Jacó só conseguira com árduo trabalho? Ele realmente seria maior se o conseguisse.
13-15. A água do poço tinha de ser consumida ininterruptamente, mas a água que Cristo fornece satisfaz de modo que a pessoa nunca mais terá sede. É assim que a vida eterna refrigera. Pode-se estabelecer um paralelo com os repetidos sacrifícios da antiga aliança e o sacrifício do Cordeiro de Deus oferecido uma vez para sempre. Ainda não compreendendo, mas já receptiva, a mulher pediu essa água, para que a sua vida ficasse mais fácil (4:15). (Comentário Bíblico Moody – João)

2. Aprofundar a comunicação
Para que a mulher pudesse beber da água que na pessoa torna-se uma fonte que salta para a vida eterna, ela precisava ser despertada da sua real condição pecaminosa ate aquele momento. Todavia, o Mestre não lança em rosto os pecados da mulher grosseiramente, sob pretexto de estar falando a verdade ou em nome de Deus, mas trata da situação com cuidado, como um verdadeiro sábio que foi.

2.1 Denunciar o pecado (Jo 4.16)
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá (Jo 4.16). Com estas palavras, Jesus queria dar a mulher samaritana prova de seus poderes superiores, a fim de convencê-la sobre o assunto que ele estava prestes a apresentar com mais profundidade, percebendo que agora ela estava realmente interessada. Ao revelar a vida privada da samaritana, fá-la-ia perceber que ele era homem dotado de poderes especiais, e assim teria inicio à revelação messiânica para ela (Dn 2.22; ão messiânica para ela (Dn 2.22; Hb 4.12,13) (2º Trimestre de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)

A resposta de Jesus à mulher samaritana assinala uma mudança na narrativa. Em vez de corrigir seu equívoco, ele lhe diz que ela deve voltar ao poço pelo menos uma vez, com seu marido (v. 16). Parece que a missão de Jesus na Samaria se iniciará com a conversão de uma família inteira. Isso acontece no livro de Atos (16:15, 33-34; 18:8; cf. 11:14) e ao final desta mesma viagem, no Evangelho de João, quando Jesus chega à Galileia (4:53), mas em Samaria não irá acontecer. Talvez na esperança de receber a água viva de imediato, a mulher diz a Jesus que não tem marido. Ironicamente, Jesus a elogia por dizer a verdade (vv. 17, 18) e, assim, expõe seu adultério (cf. Marcos 10:12). A mudança de assunto não é tão abrupta quanto parece. A narrativa presume uma estreita relação entre o batismo com o Espírito e o perdão de pecados (cf. Marcos 1:4-8; Atos 2:38). Jesus, que batizará com o Espírito, é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (1:29). —Quando o Espírito for concedido (20:22), Jesus dirá a seus discípulos: “Aqueles aos quais perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (20:23). O pecado, para ser perdoado, deve primeiramente ser exposto, e foi, mas o adultério da mulher não é o centro do interesse neste capítulo. O rumo da narrativa não segue da mulher para seu atual marido (ou amante) mas da mulher diretamente para o resto do povo da cidade (vv. 28-30). Quaisquer sentimentos de culpa que ela possa ter tido não são mencionados.

Em vez de culpa, sua reação à introspecção sobrenatural de Jesus em sua vida é de espanto (vv. 29, 39). Conclui instantaneamente que ele é um profeta (v. 19). Como ele é judeu e profeta, ela aproveita a oportunidade para iniciar uma conversa sobre as respectivas vindicações de judeus e samaritanos quanto aos lugares de adoração - o monte do templo em Jerusalém e o monte Gerizim, perto de Sicar (v. 20), sendo o último provavelmente visível de onde se encontravam. É inútil especular se ela estava ou não tentando distrair a atenção de sua condição moral. Para o autor do Evangelho, pelo menos, sua observação não é um desvio mas leva adiante o impulso principal da história.


2.2 Adorar verdadeiramente (Jo 4.23)
A mulher samaritana ouviu de Jesus as seguintes palavras: “Deus é espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Aqui temos um dos grandes pronunciamentos do evangelista João acerca da natureza de Deus, o qual não tem corpo, pois a sua substancia não faz parte da natureza física. Depois do seu encontro com Jesus, a samaritana recebeu a natureza de Deus, sendo transformada numa verdadeira adoradora (1Pe 1.3,4).
A conversa de Jesus com a mulher samaritana passa adoração. “É bastante significante a importância da ao lugar de culto por uma alma cujos pecados são expostos”. No decorrer do dialogo muitos sub-temas são abordados, tais como: O lugar da adoração, o templo da adoração, a busca dos adoradores, o verdadeiro adorador, a quem se deve adorar, o modo correto de se adorar, etc. não temos espaço para tratar separadamente cada um desses sub-temas. Basta dizer, por enquanto, que Deus só pode ser verdadeiramente adorado, desde que seja verdadeiramente conhecido. (2º Trimestre de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)

Diz-lhe Jesus que a questão mais importante não é onde mas como adorar a Deus. Logo as alternativas Jerusalém ou monte Gerizim perderam sua importância. Osverdadeiros adoradores (i.e., os cristãos) adorarão o Pai em espírito e em verdade (v. 23) como resultado do prometido batismo. Segundo autores cristãos ulteriores, eles são uma “nova raça” (Epístola a Diogneto I) ou uma “terceira raça”. “No que respeita aos gregos e judeus é antigo. Mas nós somos cristãos, e como uma terceira raça o adoramos de uma nova maneira”; (Pregação a Pedro, citado em Clemente de Alexandria, Stromateis VI, 5.39-41, traduzido na obra de Henneck-Schneemelcher,Apócrifos do Novo Testamento, [Fila­délfia: Westminster, 164], vol. 2, pág. 100). Aproveitando-se a referência da mulher a seus pais, ou aos ancestrais samaritanos que adoraram em Gerizim (v. 20), Jesus de modo sutil introduz o termo Pai, em conexão com a adoração a Deus (vv. 21,23), ressaltando que somente no Espírito (i.e., na nova comunidade cristã) é possível adorar a Deus como Pai (cf. Paulo aos Romanos 8:15-16; Gálatas 4:6). Porque ele é Pai, assim deseja ser adorado, e os cristãos são o tipo de adoradores que ele procura (v. 23). http://www.ebdareiabranca.com/2012/3trimestre/licao05.html

2.3 Jesus traz nova revelação (Jo 4.26)
Embora Jesus estivesse verdadeiramente cansado e necessitasse de água (Jo 4.6,7), aquele que pedia tinha muito mais a oferecer. Pedir água àquela mulher fazia parte de uma estratégia evangelística, se é que podemos dizer assim. “À medida que o Grande Evangelista procura ganha-la, ele orienta sabiamente a conversa, levando-a de um simples comentário sobre beber água à revelação de que ele era o Messias”. Aquele que pedia água fria estava oferecendo água viva, a saber, a si mesmo. (2º Trimestre de 2002 – Evangelho de João – Lição 06 – Betel)

3. Resultados de uma boa comunicação
Depois de colocar a pessoa frente a frente com Cristo e instruí-la quanto ao que se deve fazer, devemos estar preparados para a aceitação ou rejeição da mensagem. A principio alguém poderá aceitar ou rejeitar o evangelho e posteriormente esse resultado ser alterado.

3.1 Ela se torna um agente multiplicador (Jo 4.28,29)
Os discípulos ficaram admirados ao ver que Jesus contrariava a convenção social falando com uma mulher (veja v. 9). Mas o respeito por seu mestre evitou que o interrogassem abertamente.
Desimpedida do seu cântaro, a mulher retirou-se a toda pressa para a cidade, como prova do seu propósito de retornar, pois estava determinada a obter a água viva daquele momento em diante. Ela fez mais do que Jesus pediu, e não foi ter com um só homem, mas aos homens da cidade com a notícia de sua maravilhosa experiência. Ela não tinha a presunção de ensiná-los, mas colocou um pensamento em suas mentes, por meio de uma pergunta tentadora: Será que esse não é o Cristo? Os homens ficaram suficientemente impressionados para irem com ela ao poço. (Comentário Bíblico Moody – João)

3.2 Os samaritanos insistem para que Jesus permaneça (Jo 4.40,41)
Aqui somos informados do fruto que Cristo e a mulher puderam colher, como semeador e colhedor. Muitos creram no Senhor por causa do testemunho da mulher. Isso provocou um convite para que ficasse no meio deles, no que Cristo consentiu por dois dias. Durante esses dias, outros que teriam ouvido o testemunho da mulher e se inclinariam a crer em Jesus, tomaram-se crente em pleno desenvolvimento por causa do que receberam através da sua palavra, isto é, dos lábios de Jesus (v. 42).  Salvador do mundo – uma grata confissão, uma vez que significava que tanto samaritanos como judeus poderiam ser salvos. (Comentário Bíblico Moody – João)

3.3 Os samaritanos creem que Jesus é o salvador (Jo 4.42)
Esses samaritanos creram que ele era o salvador dos gentios, assim como dos judeus. Eles não foram como os outros samaritanos que não o receberam (Lc 9.51-56). Aceitar Jesus promove uma mudança em qualquer vida, comunidade ou nação. (Bíblia de Estudos Dake)

A distinção entre semear e ceifar se observa talvez em dois estágios da fé dos samaritanos, nos vv. 39-42. Sua fé havia-se iniciado com o testemunho hesitante da mulher sobre o que Jesus lhe dissera (vv. 29, 39), mas quando eles se encontraram com Jesus e ouviram por si mesmos sua mensagem, muitos outros creram. Sua fé de “segunda mão” (como eles a consideravam) havia dado lugar a um conhecimento pessoal e a uma profunda convicção de que Jesus era verdadeiramente o Salvador do mundo (v. 42). Estas palavras esclarecem finalmente que, para o autor do Evangelho, os samaritanos se colocam como representantes de todos os povos do mundo. Ao passar, por divina necessidade, por uma cidade samaritana e conversar com uma mulher pecadora, Jesus tanto colhe frutos como antecipa uma colheita maior ainda, vindoura: a missão da igreja aos gentios.

Conclusão
Temos, em Jesus, o supremo exemplo de ir ao nível dos homens, seja qual for. O de Nicodemos, um notório mestre de Israel; ou da samaritana que era de outra etnia e de conduta duvidosa. O mais importante que aprendemos é amar as pessoas independente do que elas são, e a elas demonstrarmos esse amor através da comunicação doEvangelho, com todo o vigor para possibilitar a transformação delas: espiritual e social também.



Fontes:
Bíblia de Estudos Dake
COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY – João
Revista: JESUS CRISTO– Editora Betel - 3º Trimestre 2012 – Lição 05

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