LIÇÃO 03 - O DISCIPULADO DO APÓSTOLO PAULO



21 de Outubro de 2012

Texto Áureo

“Vindo ter comigo, e apresentando-se, disse-me: Saulo, ir­mão, recobra a vista. E naquela mesma hora o vi”.

Verdade Aplicada

Todos os grandes homens de Deus, em algum momento da sua vida, precisaram do cuidado de outros irmãos na fé, até mesmo, com menos potencial do que eles.

Objetivos da Lição

     
     
     

Textos de Referência

At 9.13         E respondeu Ananias:
At 9.14         E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.
AtDisse-lhe, porém, o Se­nhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
At 9.16         E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
At 9.17         E Ananias foi, e en­trou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Se­nhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas
At 9.18         E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantan­do-se, foi batizado.

LEITURAS COMPLEMENTARES
  • Segunda feira: Gl 1.7
  • Terça feira: At 9.19
  • Quarta feira: At 22.6
  • Quinta feira: Fp 3.6
  • Sexta feira: 1 Tm 1.13
  • Sábado: Mc 16.18

INTRODUÇÃO
Paulo era um homem de grande valor para o judaísmo, uma pessoa preparada desde o seu nascimento, na convivência, na escola da sinagoga e, até, finalmente, tornando-se um pupilo do famoso Gamaliel. Tudo isso para lutar apologética e juridicamente pela causa do judaísmo do mundo pagão se sua época. Mas bastou uma aparição do Filho de Deus em sua glória para abater todo o seu orgulho genealógico, toda a soberba intelectual e ignorância espiritual.

1. A necessidade de cuidado
Após o encontro de Paulo com Jesus, no caminho de Damasco, ele fora curado e imediatamente começou a pregar. Isso aconteceu, mas não tão imediatamente, pois levou alguns dias. Veremos que foi necessário pelo menos três dias aguardando outra resposta de Jesus.

1.1. Paulo não podia ver (At 9.8a)
Paulo e quantos o acompanhavam caíram ao chão. Veio a Paulo um som, como a voz de Cristo: 4). A forma semítica de seu nome (Shaul) é usada em todos os três relatos — certamente como reminiscência deste acontecimento notável. Quanto à solene repetição do nome, compare com Gênesis 22:11, Mateus 23:37, e Lucas 10:41; 22:31. De início, é possível que Paulo tivesse ficado todo confuso, sentindo apenas que estava na presença de Deus. É por isso que ele usa o nome do Eu sou Jesus, a quem tu persegues (v. 5; cp. 22:8, "Eu sou Jesus de Nazaré"), e com essas palavras vem também a primeira lição que Paulo precisava aprender, a saber, que Cristo tinha "um corpo", uma presença tangível na terra, a igreja (veja a disc. sobre 1:1; cp. Romanos 12:4, 5; 1 Coríntios 6:15; 8:12; 10:16s.; 12:12ss.; Efésios 1:23; 4:4, 12, 16; 5:23; Colossenses 1:18, 24; 2:19), de modo que era a ele, ao próprio Cristo, que Paulo vinha ferindo ao perseguir seu povo (cp. Mateus 25:40, 45; Lucas 10:16). E Paulo fez mais duas descobertas. Primeira, que os

Ao descerem o monte, um raio de luz, mais brilhante que o sol em todo o seu esplendor, veio subitamente sobre o pequeno grupo. Sua radiância era tanta que o sol pareceu enfraquecer. Eles ficaram ofuscados com o brilho e caíram por terra; alguns, de bruços para protegerem-se da luz, e outros com as mãos cobrindo os olhos, temendo aqueles raios.
Admirados, entreolharam-se como que pedindo uma explicação do que houvera. Foi então que viram o seu chefe caído por terra, enquanto o animal, em que montara, mantinha-se perto dele amedrontado. Saulo falava com alguém, mas eles não viam o seu interlocutor. Embora parecesse uma voz,  não lhe compreendiam as palavras. Agora os lábios de Saulo se moviam; tinha ele as mãos estendidas à frente como se estivesse cego. Saulo tremia da cabeça aos pés.
Deitado no chão, sem nada ver, Saulo ouviu uma voz que lhe falava: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões” (At 26.14).
Perturbado com todos os pensamentos que o tinham perseguido desde a morte de Estevão, temeroso, ousou perguntar: “Quem és tu Senhor?” (At 26.15)
Na linguagem do amor, superior a tudo que já conhecera, ele ouve mui claramente: “Eu sou Jesus”. Seria este o Jesus que morrera? De repente, brota-lhe na alma a terrível compreensão de que estava errado. De fato, toda a sua vida fora um erro.
Todo o orgulho de sua origem farisaica, toda a dignidade do cargo e toda a arrogância advinda de sua reputação como o principal perseguidor do Cristianismo desmoronaram enquanto se achava ali, indefeso na estrada. Sua visão física lhe fora tirada para que sua alma pudesse enxergar. Ele estava pensando nas palavras: “Porque me persegues? Dura coisa te é recalcitrares contra os aguilhões”.
Essa foi a grande crise da vida de Saulo. Ele encontrou-se face a face com o Messias, e viu-se forçado a reconhecer que estava errado, e os nazarenos, certos: Jesus era o Cristo.
Naquele momento, toda a sua luta cessou. Uma grande revolução, maior do que qualquer outra que já conhecera, teve lugar em seu intimo. Estava quebrantado e abatido nas mãos daquele que julgara ser seu inimigo. A rendição foi completa. Sua alma estava finalmente em paz.

1.2. Limitado para andar (At 9.8b)
9:6-8) / No devido tempo, Paulo receberia instruções sobre o que deveria fazer, mas nesse momento ele já era um novo homem (cp. 2 Coríntios 5:17; Filipenses 3:4ss.). Paulo não poderia jamais esquecer de modo completo seu passado, mas tudo lhe fora perdoado (veja a disc.

9:8 "embora os seus olhos estivessem abertos, não podiam ver nada" Paulo aparentemente teve problemas de visão deste ponto em diante (cf. Gal. 4:13-15 e 6:11). Pessoalmente, acredito que o "espinho na carne" de Paulo (cf. II Cor. 12:7-10) era oftalmia oriental, possivelmente causada por essa experiência. Há uma ironia aqui: a experiência de Paulo é uma reorientação. Ele pensava que podia ver (física e espiritualmente, cf. João 9), mas descobriu que estava cego. Depois desse encontro com Cristo ele estava fisicamente cego por um tempo, mas os seus olhos espirituais foram abertos amplamente!

Quando seus companheiros, já recuperados dos efeitos da visão, foram ajudá-lo a pôr-se em pé, descobriram que ele estava cego, por isso tiveram de conduzi-lo pela mão à cidade. Que mudança nele se operou! Tinha sido orgulhoso fariseu, cavalgando com pompa e autoridade, cheio de indignação e soberba. Mas, num momento, foi transformado num servo trêmulo, que tateava, humilde e quebrantado, agarrando-se à mão de um soldado que o guiou ao seu destino. Ao chegar a Damasco, entrou num quarto da casa de Judas, na rua chamada Direita, e pediu que o deixassem a sós. Queria tempo para pensar. (A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo - Charles Ferguson Ball)

1.3. Sem comer e beber (At 9.9)

Já afastado do mundo por causa de sua cegueira, podia finalmente ordenar seus pensamentos. Sentou-se no escuro, imaginando como Deus poderia usar um cego em sua obra.
Saulo não comeu nem bebeu durante três dias. Estava por demais absorvido em seus pensamentos. Todo passado descortinava-se diante de si. Pensou no zelo do pai ao educá-lo como fariseu. Lembrou-se do rigor da escola em Tarso e de como as palavras dos rabinos haviam lhe marcado a vida. Recordou-se do Templo e de todas as suas belas e agradáveis cenas. Com poderia esquecer-se das multidões dos adoradores entregando os sacrifícios aos sacerdotes.

9:9 "E ele ficou três dias sem visão" Isto é PERIFRÁSTICO IMPERFEITO. Alguns vêem isto como a ocasião da visão dos céus de Paulo registrada em II Cor. 12:1-4.
• "e não comeu nem bebeu" Paulo estava jejuando e orando (cf. verso 11). Que reorientação deve ter ocorrido na mente (teologia) e no coração (desejo) de Paulo! Ele estava começando a transformação de perseguidor do evangelho para proclamador do evangelho! (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

9:9-12 / Paulo permaneceu nesta casa durante três dias, sem comer nem beber — sinal, talvez, de profunda contrição, ou quem sabe em antecipação de outras revelações (cp. v. 6, e veja a disc. sobre 13:2), ou talvez como conseqüência de seu estado de choque. Paulo orava e jejuava. Sendo um fariseu devoto, deveria orar com muita freqüência. Entretanto, quem sabe pela primeira vez Paulo estava aprendendo a diferença entre "rezar, ou pronunciar palavras perante Deus" e orar (a reação do verdadeiro crente perante a graça de Deus que lhe foi dada por Cristo). O orgulhoso fariseu da parábola de Jesus havia tomado o lugar do outro homem (Lucas 18:9-14). Esta passagem ensina a importância da oração tanto para Paulo como para a igreja no desempenho de sua missão. Em todas as situações críticas desta história encontramos o povo orando (10:2, 9; 13:2, 3; 14:23; 16:13, 16, 25; 20:36; 21:5; 22:17-21; 27:35; 28:8; veja também a disc. sobre 1:14). (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

2. A visão de cuidado
O Senhor Jesus havia começado uma obra de conversão ao aparecer repentinamente para Paulo. Mas continuou operando no sentido de aperfeiçoar a fé que começara a despontar. Deus não começa nada que não possa terminar e tudo faz com perfeição. Todavia essa segunda parte ficaria por conta de Ananias, um legitimo representante do Senhor Jesus pertencente à igreja de Damasco.

2.1. Levanta-te e vai à... (At 9.11)
É também a primeira de várias passagens em que as visões estão ligadas à oração (cp. 10:2-6;
Surge Ananias nesta narrativa apenas como um "discípulo". Era um judeu cristão muito ligado à lei, um homem bastante respeitado entre os judeus de Damasco (veja a disc. sobre 22:12).

9:10 "Ananias" Este nome significa "YHWH é gracioso". Aparentemente ele era um crente Judeu de boa reputação, não um refugiado (cf. 22:12).
• "Eis me aqui, Senhor" Esta é uma expressão idiomática de disponibilidade (cf. Isaías 6:8). O verso 11 é obviamente verbal por causa desta instrução muito específica.
9:12 "Ele viu em uma visão um homem chamado Ananias" "em uma visão" não está no antigo manuscrito Grego P74, x e A, mas não está nos manuscritos B e C. Este verso mostra que a vinda, ações e mensagens de Ananias foram uma confirmação das palavras que Jesus havia dito a Paulo (cf. verso 6). (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

2.2. Punha sobre ele a mão... (At 9.12)
Nessa mesma ocasião, o Senhor preparava Ananias para que visitasse Saulo. Ananias fora, certa vez, destacado, em sua sinagoga, como um homem piedoso e que obedecia à Lei de Moisés com o rigor de um fariseu.
Mas desde que se tornara cristão, os judeus passaram a suspeitar dele. Alguns diziam que Saulo tinha ido a Damasco especialmente para prender Ananias, pois os nazarenos haviam-no reconhecido como seu líder. Mas numa visão, o Senhor ordenou a Ananias “levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas, por um homem de Tarso chamado Saulo; pois ele está orando, e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e ponha sobre ele a mão, para que tornasse a ver” (At 9.11,12) (A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo - Charles Ferguson Ball)

WilliamBarclay chame Ananias de “um dos heróis esquecidos da igreja cristã”. À princípio, porém, quando ordenado ir até Saulo, Ananias vacilou. Ele estava muito relutante em fazer o trabalho de “follow-up” (dar prosseguimento, para usar um jargão atual), e sua hesitação era compreensível. Ir até Saulo seria o mesmo que se entrega à polícia. Seria suicídio. Pois já tinha ouvido falar a respeito dele e dos males que havia feito ao povo de Jesus em Jerusalém (v. 13). Ananias também sabia que Saulo viera a Damasco com autorização dos principais sacerdotes para prender todos os crentes (v. 14). Mas Jesus repetiu Sua ordem, dizendo “Vai!”; e acrescentou que Saulo era um instrumento escolhido para levar o Seu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (v.15) – um ministério que lhe traria muito sofrimento por amor a esse mesmo nome (v. 16). 

2.3. Senhor, de muitos ouvi... (At 9.13)
Ananias imediatamente protestou. Afinal, os nazarenos de Damasco tinham medo de Saulo por causa das noticias que chagavam de Jerusalém. Além disso, haviam sido informados que ele estava na cidade a fim de que, como representante do sumo sacerdote, procedesse a prisão dos discípulos de Jesus e os conduzisse a Jerusalém. Os cristãos não haviam orado para que Deus os livrasse? Quando chegaram às noticias de que Saulo ficara cego, agradeceram a Deus, era a resposta da oração.
Mas, agora, ordenava o Senhor: “Vai, porque esse é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e dos reis, dos filhos de Israel” (9.15).
Sem mais duvidar, Ananias dirigiu-se à casa de Judas, e perguntou por Saulo, o rabino de Jerusalém. Levado a um quarto nos fundos, deparou-se com o jovem e terrível fariseu sentado, completamente cego e abalado pelo conflito que se desenrolava em sua alma. Saulo já não sentia qualquer amargura, pois havia atravessado águas profundas naqueles três dias; passara por uma sondagem como nunca pensara ser possível.

9:13 "eu tenho ouvido de muitos" Obviamente Ananias tinha ouvido dos Judeus refugiados de Jerusalém, os maus relatos sobre a viciosa perseguição de Paulo aos crentes.
• "Teus santos" O termo hagioi é correlato da palavra Grega "santo" (hagios). O pano de fundo do VT
(kadosh) refere-se a alguma coisa, alguma pessoa, ou a algum lugar separado por Deus para uma missão específica. O termo "santos" é sempre plural, exceto uma vez em Fil. 4:21, mas mesmo lá ele está em um contexto plural. Ser cristão é ser uma parte de uma família, uma comunidade. Não há solitários na fé. (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

3. A missão cumprida
É interessantíssimo que o Senhor se permite arguir por Ananias e com ele palestra, ainda que brevemente. Depois de Ananias falar o que pensava demonstrando a necessidade de prudência, as providencias para que tudo saísse perfeitamente em ordem e segurança estavam sendo tomadas naquele momento, em que Paulo como já dito, simultaneamente tinha uma visão acerca do próprio Ananias (At 9.15,16)

3.1. Ananias foi ao encontro de Paulo (At 9.17)
Assim, Ananias foi até a rua Direita (v. 11), que ainda é a principal rua que vai de leste a oeste de Damasco, e entrou na casa de Judas, no quarto em que estava Saulo. Lá ele lhe impôs as mãos (v. 17), talvez para identificar-se com Saulo enquanto orava pela cura de sua vista e pela plenitude do Espírito Santo para dar-lhe poder para exercer seu ministério. E mais, desconfio que essa imposição de mãos foi um gesto de amor por um homem cego, que não podia ver o sorriso do rosto de Ananias, mas podia sentir a pressão de suas mãos. Ao mesmo tempo, Ananias chamou-o de “Saulo, irmão”, ou “Saulo, meu irmão”. Sempre sou tocado por essas palavras. Podem muito bem ter sido as primeiras palavras que Saulo ouviu de lábios cristãos após a sua conversão, e eram palavras de boas-vindas fraternais. Deve ter sido música para os seus ouvidos. O quê? Será que o arqui-inimigo estava sendo recebido como irmão? Será que o terrível fanático estava sendo recebido como membro da família? É isso mesmo. Ananias explicou como o mesmo Jesus que lhe apareceu na estrada, o tinha enviado a ele para que pudesse recuperar sua vista e ficar cheio do Espírito Santo (v. 17). Imediatamente lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver (aqui o Doutor Lucas emprega uma terminologia médica). (ATOS DOS APÓSTOLOS – 2011 - lição 9 - A conversão de Saulo de Tarso – site ebdareiabranca.com)

9:17 "e impondo as mãos sobre ele" Não existe base escriturística para o conceito de "autoridade apostólica" na distribuição de dons espirituais. Ananias é um crente, leigo e desconhecido em Damasco, que se torna (1) porta voz de Deus e um agente no (2) enchimento de Paulo com o Espírito Santo (cf. verso 17); (3) na cura física de Paulo (cf. verso 18); e (4) no batismo de Paulo (cf. verso 18).
• "irmão Saulo" Veja que grande exemplo de obediência e amor! (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)


Ananias atravessou o quarto, aproximou-se de Saulo e, impondo a mão sobre a sua cabeça, disse-lhe em voz baixa: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo” (9.17).
Um nazareno o chama de “irmão”! E pensar que ele, Saulo, viera justamente prender um homem como esse que, agora, estendia-lhe a destra da comunhão! Dissipadas as trevas, Saulo vê o homem que o procurara como mensageiro de Deus.

3.2. Paulo foi batizado (At 9.18)
Ele acabara de receber a confirmação do que tinha ouvido na estrada de Damasco. Como não render-se ao Cristo? Por um momento, Saulo duvida: como ser perdoado pela perseguição e pelos problemas que criara a Igreja. Mas a voz de Ananias lhe dá plena segurança quanto ao amor e benignidade de Deus.
Saulo sabia que o batismo era o sinal nazareno do arrependimento. Era uma forma de mostrar publicamente que havia mudado, invocando o nome daquele a quem antes odiara.
Saulo estava pronto. Encontrava-se nas mãos de Deus e já não havia dúvida em seu coração. Ajoelhou-se com Ananias, e orou ao Senhor como se fora uma criança, confessando-lhe os pecados, pedindo-lhe que o perdoasse em nome de Jesus e invocando-lhe o nome de seu Filho fez como o faziam os nazarenos. A seguir, Ananias o batizou, marcando definitivamente a sua entrada na nova vida.

9:18 "caíram de seus olhos alguma coisa como escamas" Esse é um termo técnico médico para a descamação da pelo de uma ferida, que Lucas usa para descrever o que aconteceu com os olhos de Paulo no momento da cura.
A palavra escama é usada das escamas de peixes na Septuaginta (cf. Lv. 11:9-10 e 12; Deut. 14:9). A extensão metafórica pode ser vista em Num. 16:38, onde é usada para placas de metal achatadas. Neste contexto, foram, provavelmente, flocos de pele ou crosta que escorria dos olhos de Paulo.
• "foi batizado" Ananias aparentemente também batizou Paulo (cf. 8:36 e 38). O batismo no NT era um ato de obediência ao exemplo (cf. Matt. 3:13-17; Mark 1:9-11; Luke 3:21-22) e ordem ( cf. Mat. 28:19) de Jesus. Isto marca uma mudança de propriedade e aliança. (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

3.3. Paulo com outros discípulos (At 9.19)
Depois disso, ele foi batizado (v. 18), provavelmente por Ananias, que assim o recebeu de forma visível e pública na comunidade de Jesus. Só depois, Saulo se alimentou, então, após três dias de jejum, sentiu-se fortalecido (v. 19a). Será que Ananias lhe preparou e serviu uma refeição, da mesma forma como batizou? Nesse caso, ele reconheceu que o recém-convertido tinha necessidades físicas, além das espirituais.

A próxima coisa que ficamos sabendo é que Saulo permaneceu em Damasco alguns dias com os discípulos (v. 19b). Ele sabia que agora pertencia àquele grupo que havia tentado destruir anteriormente, e mostrou isso claramente, ao pregar nas sinagogas a Jesus, afirmando que era o Filho de Deus (v. 20). É incrível o fato de ele ter sido aceito. Tanto que o povo o ouviu e ficou atônito, perguntando se ele não era o que exterminava em Jerusalém aos que invocavam o nome de Jesus e que viera a Damasco com o fim de levá-los amarrados aos principais sacerdotes (v. 21). Lucas não nos conta como essas perguntas cheias de preocupação foram respondidas, mas talvez Ananias tenha ajudado a tranquilizá-los. Enquanto isso, Saulo mais e mais se fortalecia como testemunha e apologista, a ponto de confundir os judeus... em Damasco demonstrando que Jesus era o Cristo (v. 22).

Entretanto, Saulo não ficou entre os cristãos de Damasco. Lucas descreve como ele deixou a cidade decorridos muitos dias (v. 23a). Essa referência ao tempo é intencionalmente vaga, mas sabemos por Gálatas 1:17-18 que “esses últimos dias” somaram três anos e que durante esse período Paulo esteve na Arábia. Ele não precisou viajar muito, pois, naquela época, o extremo noroeste da Arábia ficava perto de Damasco. Mas porque ele foi para a Arábia? Alguns acham que ele foi pregar, mas outros são convincentes que ele precisava de um tempo para meditar, e que Jesus teria revelado a ele aquelas verdades características da solidariedade judaico-gentia no corpo de Cristo que ele depois chamaria de “o mistério” dado a conhecer através de “revelação”, “meu evangelho” e “o evangelho...(que) recebi...mediante revelação de Jesus Cristo”. Alguns chegam a conjecturar que aqueles três anos na Arábia foram uma compensação pelos três anos que os outros apóstolos haviam passado com Jesus, mas ele não. Em todo o caso, depois desse período, ele voltou para Damasco; porém, não por muito tempo: pois os judeus deliberaram entre si a tirar-lhe a vida (v. 23b) e dia e noiteguardavam...as portas, para o matarem (v. 24). De alguma forma o plano deles chegou ao conhecimento de Saulo, e então seus seguidores “uma interessante indicação que sua liderança já era reconhecida e que tinha atraído seguidores”, colocando-o num cesto, desceram-no pela muralha (v. 25), e ele fugiu para Jerusalém. (ATOS DOS APÓSTOLOS – 2011 - lição 9 - A conversão de Saulo de Tarso – site ebdareiabranca.com)

9:19b-22 / Sendo portador de uma comissão da parte do Sinédrio, Paulo deveria pregar nas sinagogas de Damasco, e foi isso mesmo que ele fez, utilizando as sinagogas como as haveria de utilizar em suas
A referência no v. 22 não diz respeito à pregação de Paulo (como
9:23-25 / Em Gálatas 1:17 Paulo diz que logo após sua conversão passou algum tempo na Arábia, e em 2 Coríntios 11:32s, ele nos dá mais alguns pormenores de sua estada em Damasco. Juntando tudo isso,

CONCLUSÃO
Os cuidados básicos desfrutados por Paulo de ser assistido, batizado, usufruindo da convivência com outros discípulos mais experientes são os mesmos direitos de todo o cristão neófito que entra nas milícias do Senhor Jesus Cristo. Se isso for ignorado, estar-se-á gerando um cristianismo anormal.
A conversão de Saulo foi o maior acontecimento da historia da Igreja, depois do Pentecoste.
Saulo, antes de ser transformado pelo poder de Deus, por causa de seu zelo religio­so, pois pertencia ao farisaísmo, a principal seita dentro do Judaísmo, tornou-se um dos principais perse­guidores dos cristãos. Mas, naquele encontro que teve com o Filho de Deus, converteu-se ao Evangelho e tornou-se o grande apóstolo dos gentios.

O apóstolo Paulo já havia sido escolhido por Deus desde o ventre de sua mãe. No entanto, Jesus esperou o tempo cer­to, depois que ele perseguiu tanto os cristãos, para mostra-lhe o seu po­der e o quanto era necessário pade­cer pelo seu nome. Transformado, tornou-se missionário entre os gentios.

Cerca de um ano após a morte de Estêvão, acontece a conversão de Saulo de Tarso. Chama-nos a aten­ção o grande poder de Jesus e a sua imensa graça. O nosso general pre­cisava de um capitão em seu exérci­to, e foi buscá-lo nas fileiras do Inimigo, transformando-o pelo poder sobrenatural do Espírito Santo, lapidando-o e preparando-o para ser o apóstolo dos gentios. (ATOS DOS APÓSTOLOS – 2011 - lição 9 - A conversão de Saulo de Tarso – site ebdareiabranca.com)


Fontes:
Bíblia de Estudo Dake – Atos
Revista: Apostolo Paulo  – Editora Betel - 4º Trimestre 2012 – Lição 03

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