LIÇÃO 04 – “O PROGRESSO ESPIRITUAL DO APÓSTOLO PAULO”



 28 DE OUTUBRO DE 2012


TEXTO ÁUREO

“Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía”. Gl 1.23
  
VERDADE APLICADA

Cada cristão tem o dever de ajudar espiritualmente ao seu semelhante.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1.  Acompanhar, pelos registros de Atos, o desenvolvimento espiritual de Paulo;
2.  Apresentar o zelo evangelístico de Paulo;
3.  Conhecer a sua dificuldade de permanecer em Jerusalém.

GLOSSÁRIO

Supracitado: mencionado acima ou anteriormente;
Dissidentes: aqueles que divergem nas opiniões;
Resignada: conformada;

Textos de Referência

At 9.20      E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus.
At 9.21      E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?
At 9.25      Tomando-o de noite os discípulos o desceram, dentro de um cesto, pelo muro.
At 9.26      E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo.
At 9.27      Então Barnabé, to­mando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus.
At 9.28      E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo,

LEITURAS COMPLEMENTARES
  • Segunda feira: 2 Co 11.32
  • Terça feira: Rm 16.4
  • Quarta feira: Gl 1.18
  • Quinta feira: Pv 1.20
  • Sexta feira: Pv 2.7
  • Sábado: Pv 4.5

INTRODUÇÃO
Depois que Paulo reconfigurou a sua mente através da sua conversão a Cristo, o que não levou muito tempo, dada a sua vontade inquebrantável de crescimento, ele passou a viver de acordo com as suas novas convicções. Isso evidenciou a profunda transformação que sofreu no caminho de Damasco, e essa transformação, a cada tempo, tanto mais se evidenciava. Será estudado aqui como se processou o desenvolvimento espiritual de Paulo.
Houve a necessidade na vida de Paulo em buscar conhecer sobre esse Jesus, que havia lhe aparecido no caminho, e o chamado para uma obra grandiosa. Houve desejo no coração, na alma de Paulo, e vemos em nossos dias, muitos que tem perdido esse amor, não há mais desejo de ver a obra crescer, não há mais interesse em aprender a palavra de Deus.
Vemos um descaso com os cultos de ensino, onde são poucos os que frequentam que gostam de aprender, e vejo também uma falta de interesse em muitos de ensinar.
Não se dedicam mais no ensino da palavra, criando assim uma igreja raquítica na fé, sem firmeza, sem base bíblica que qualquer vento de doutrina derruba.
Precisamos fazer como Paulo, buscar o conhecimento, a graça e a unção de Deus para realizarmos grandes proezas no reino de Deus e buscarmos as almas que estão indo para o inferno todos os dias. (grifo meu)

1. O ESFORÇO EVANGELÍSTICO DE PAULO
A convivência com os irmãos de Damasco era muito boa, disso ninguém duvida, mas Paulo era uma pessoa com o temperamento e a vontade de demonstrar gratidão a Deus, e crescer espiritualmente. Sentia a necessidade de compartilhar tão logo a sua dramática conversão, e quem de fato era Jesus de Nazaré. 

1.1. Pregando nas sinagogas (At 9.20)
19, 20. Os alguns dias que Saulo passou em Damasco é um período de tempo muito indefinido. Imediatamente após a visão de Cristo, Saulo foi para à Arábia onde ficou por dois ou três anos (Gl. 1:15 e segs.). O curto ministério em Damasco pode ter acontecido antes ou depois da temporada de Saulo na Arábia. Havia numerosas sinagogas em Damasco, e neles Saulo proclamou a Jesus como o Filho de Deus. Esta é a primeira vez que esta frase ocorre no livro de Atos. Pode designar o rei messiânico como objeto do favor de Deus (lI Sm. 7:14; SI. 2:7). Este uso messiânico da frase Filho de Deus foi ilustrada pela pergunta do sumo sacerdote a Jesus (Mc. 14:61). Provavelmente, aqui, o termo tem o significado messiânico, pois Atos 9:22 diz que a pregação de Saulo provava que Jesus era o Messias (que aquele era o Cristo). (Comentário Bíblico de Moody – Atos)

9:19b-22 / Sendo portador de uma comissão da parte do Sinédrio, Paulo deveria pregar nas sinagogas de Damasco, e foi isso mesmo que ele fez, utilizando as sinagogas como as haveria de utilizar em suas viagens posteriores, como ponto de pregação evangelística (cp. 13:5; 14ss.; 14:1; 16:13; 17:ls., 10; 18:4, 19; 19:8; 28:17, veja a nota sobre 13:14). A mensagem desse fariseu pegou seus ouvintes de surpresa (v. 21), visto que ele pregava a respeito de Jesus, não contra Jesus, decla­rando ser este o Filho de Deus (v. 20).  (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

1.2. O espanto dos que o ouviam (At 9.21)
Para os ouvidos judaicos, esta frase podia significar várias coisas, mas o mais importante nesse aspecto é que era o título do rei (p.e., 2 Samuel 7:14; Salmo 2:2 e 89:27, 29) e, por extensão, o título do rei escatológico, o Messias (Enoque 105:2; 4 Esdras 7:28, 29; 13:32, 37, 52; 14:9). Era pelo menos nesse sentido que Paulo chamava a Jesus de Filho de Deus (veja o v. 22 e a nota sobre 11:20), mas à vista de sua recente experiência, é possível que Paulo não estivesse longe do uso cristão distintivo que revela a natureza divina de Jesus. Só Paulo emprega esse título em Atos (13:33), não sendo mero acidente que tal título tenha tão grande importância nas suas cartas (p.e., Romanos 8:3; Gálatas 4:4; Colossenses 1:15-20) e apareça em seu próprio relato de seu chamado para ser apóstolo (Romanos 1:1-4; Gálatas 1:16). Com respeito a isto é também digno de nota que o verbo perseguia (v. 21, gr. porthein) não se encontra em nenhuma outra passagem no Novo Testamento, exceto em Gálatas 1:13 e 23, com referência à mesma questão mencionada neste versículo. Observe-se de novo a descrição dos cristãos como "os que invocavam este nome" (veja a disc. sobre o v. 14). (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

21, 22. A transformação de Saulo deixou seus ouvintes muito admirados. Demonstrando. Literalmente, juntando; isto é, juntando as profecias do V.T. com seu cumprimento para mostrar que Jesus era o Messias (o Cristo). Tendo Saulo recebido a instrução de um rabi e consequentemente conhecendo bem o V.T., isto era-lhe agora muito útil. (Comentário Bíblico de Moody – Atos)

1.3. Seu esforço apologético (At 9.22)
A referência no v. 22 não diz respeito à pregação de Paulo (como afirma GNB), mas ao próprio Paulo que se esforçava muito mais. Ele se interessava cada vez mais pela sua nova vida (note-se o tempo imperfeito; cp. Salmo 84:7). Sua pregação e o efeito que exercia sobre os ouvintes estão descritos na última metade do versículo. O verbo grego (lit., "colocar juntos", "comparar") que ECA traduz por "provar", sugere que a pregação de Paulo consistia principalmente de comparações que ele fazia entre o Antigo Testamento e os eventos da vida de Jesus, a fim de comprovar ser ele o Messias (quanto a outra observação relacionada à técnica de Paulo em pregar, veja a disc. sobre 17:3). Isto sugere que Paulo estava familiarizado com a vida de Jesus. De modo algum é este fato algo que nos surpreende. Até mesmo quando era um perseguidor da igreja, Paulo teria sabido muita coisa a respeito do Senhor mediante controvérsias e inquéritos judiciais, se é que já não tivesse agora infor­mações de primeiríssima mão. E a partir de sua conversão, talvez Paulo tivesse estado sob a instrução de Ananias e outros. (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

9:22
NASB "Saulo continuava aumentando em força"
NKJV "Saulo aumentava ainda mais em força"
NRSV "Saulo se tornava cada vez mais poderoso"
TEV "A pregação de Saulo se tornava ainda mais poderosa"
BJ "O poder de Saulo aumentava de forma constante:

Isto é um PASSIVO IMPERFEITO DO INDICATIVO. Levou algum tempo para que os dons e habilidades de Saulo se desenvolvessem. Nesse contexto a referência é à pregação de Paulo e suas habilidades para o debate (cf. TEV).
• "confundindo" Isto é um ATIVO IMPERFEITO DO INDICATIVO que denota uma ação repetida em tempo passado. É uma palavra composta pelos termos "junto" (sun) e "derramar" (cheo). Essa palavra é encontrada somente em Atos.

1. 2:6 - perplexo
2. 9:22 - confundido
3. 19:32 - confusão
4. 21:27 - atiçar
5. 21:32 - confusão

• Os Judeus não podiam explicar a conversão de Paulo ou sua poderosa pregação de Jesus como Messias prometido do VT.
• "provando" Esta palavra significa concluir (cf. Atos 16:10 e 19:33) e por extensão, provar. O método de Paulo era muito parecido com o de Estevão. Ambos usavam passagens do VT e seu cumprimento na vida de Jesus de Nazaré para provar que Ele era o Messias prometido no VT.
• "o Cristo" Esta era uma forma de se referir ao Messias (o Ungido, Prometido que Viria). Muitas vezes em Atos o ARTIGO DEFINIDO precede o SUBSTANTIVO (ex. 2:31,36; 3:18,20). Saulo estava afirmando com poder e convicção que Jesus de Nazaré, morto em Jerusalém, era na verdade o Filho de Deus, o Messias. Se isto era verdade, mudava tudo para os Judeus (e Gentios)! Eles não tinham entendido e O rejeitaram. Eles perderam o presente de Deus e permaneceram nas trevas espirituais e na necessidade. (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

2. FUGINDO DE DAMASCO
Quando se entende que o governante de Damasco era alguém delegado pelo rei Aretas IV, da Arábia, conclui-se facilmente que a estada de Paulo de Tarso lá na Arábia não foi tão tranquila como se imagina. Sua própria palavra define como foi “Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem” (2 Co 11.32). O contexto imediato do que Paulo trata escrevendo aos coríntios, fala das humilhações, perseguições, açoites, fugas, etc., vividas ao longo de seu ministério exatamente nessa época. Assim, pode-se supor que essa indisposição não foi apenas por causa de seu trabalho em Damasco, mas na Arábia também.

2.1. Conselho de morte (At 9.23,24)
9:23-25 / Em Gálatas 1:17 Paulo diz que logo após sua conversão passou algum tempo na Arábia, e em 2 Coríntios 11:32s, ele nos dá mais alguns pormenores de sua estada em Damasco. Juntando tudo isso, parece que após sua estada inicial em Damasco, Paulo foi para a Arábia, o que talvez signifique Nabatéia (veja a nota sobre 2:9ss.). É possível que ele tenha estado ali durante dois ou três anos (os judeus contavam o tempo de modo inclusivo, de modo que esses "três anos" de Gálatas podem referir-se a um período ligeiramente superior a um ano completo), talvez pregando, mas meditando em profundidade nas coisas em que acreditava, à luz de sua experiência de conversão. Por fim, retornou a Damasco, sendo esse evento marcado talvez na narrativa de Lucas pelas palavras tendo passado muitos dias (v. 23). Por esta altura, os judeus da cidade ter-se-iam recuperado da surpresa gerada por sua conversão, e de maneira alguma tolerariam suas pregações a respeito de Jesus. Assim foi que planejaram matá-lo (cp. v. 29; 20:3, 19; 23:21; 25:3; 2 Coríntios 11:26), e, de acordo com 2 Coríntios, conseguiram recrutar o "que governava sob o rei Aretas" (NIV, governador) para que os ajudasse nessa tentativa. (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

9:23 "Depois de passarem muitos dias" Precisamos levar em conta o relato pessoal de Paulo, encontrado em Gálatas 1:15-24, onde ele passou um longo período de tempo na Arábia. Neste contexto, Arábia refere-se ao reino Nabateu (governado por Aretas IV, que reinou de 9 a.C. a 40 d.C.) a sudeste de Damasco. O prazo de três anos reflete, provavelmente, alguma coisa ao redor de dezoito meses. Os Judeus contavam de um dia como o dia inteiro (cf. Mt. 26:61 e 27:40 e 63); este acerto de contas também foi usada para anos.
• "os judeus conspiraram juntos para acabarem com ele" Os judeus aparentemente provocaram as autoridades civis (cf. II Cor. 11:32-33). Isto deve ter sido humilhante para Paulo já que ele menciona muito esse evento em sua discussão da fraqueza em II Cor. 11. (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

2.2. A fuga de Paulo (At 9.25)
Parece que por essa época Damasco caíra sob o poder dos nabateus. Seu rei, Aretas IV, tinha estado em guerra contra seu genro, Herodes Antipas. Morrendo Tibério em 37 á.C, com a conseqüente retirada de Vitélio, governador romano da Síria, cujo auxílio havia sido prometido a Herodes, Aretas poderia ter avançado para o norte até Damasco. Esta suposição baseia-se em parte na referência feita por Paulo, e comprova-se pelo fato de não haver moedas imperiais de Damasco a partir dos últimos anos da década de 30 até 62 d.C. Em 62-63 d.C. começa a aparecer a imagem de Nero, o que nos sugere que a cidade passara de novo ao domínio romano. Enquanto isso, por instigação dos judeus, o governador colocou guardas às portas da cidade, mantendo vigilância contínua, dia e noite, para prender Paulo. Só nos resta imaginar as razões por que os nabateus se envolveram. É possível que a pregação de Paulo na Nabatéia houvesse suscitado tumultos nas comunidades judaicas. Ou talvez os nabateus julgassem que lhes seria vantajoso cooperar com os judeus. Quem sabe Aretas queria ter no Sinédrio um aliado? Seja como for, eles se envolveram, e a vida de Paulo passou a correr risco. Mas Paulo não se viu desamparado. Certa noite "seus discípulos" (de Jesus) o desceram através de uma abertura no muro, e Paulo pôde escapar (v. 30; cp. Josué 2:15; 1 Samuel 19:12). Parece que Paulo considerava esse incidente um ponto sombrio de sua carreira marcada pelo sofrimento (2 Coríntios 11:30ss.).

9:25 / Os discípulos, lit. "seus discípulos" (NIV traz "seus seguidores"). Se aceitarmos essa expressão pelo que parece significar, seriam talvez judeus convertidos por Paulo, ou judeus cristãos atraídos pelo seu ensino (evidência de seu grande poder de liderança? ). Entretanto, o pronome possessivo "seus" tem sido questionado por vários eruditos, não em bases textuais (isto ficou bem comprovado), mas pelo fato de nos vv. 19 e 25 a palavra "discípulos" ser empregada de modo absoluto. Afirma Alford que esse pronome representa um emprego inusitado do genitivo como objeto direto (não expresso) do verbo tomaram, redundando (como em ECA) em: "os discípulos o tomaram" (vol. 2, pp. 104s.). B. M. Metzger sugere que o acusativo normal (objeto direto) sofreu corruptela dando o genitivo nos manuscritos primitivos (A Textual Commentary on the GreekNew Testament, p. 366). (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

2.3. De Damasco para o mundo (At 9.23-24)
23, 24. Os muitos dias incluíam de dois a três anos depois da conversão de Saulo (Gl. 1:18). "Três anos" na computação judia podia se referir a um período de mais de dois anos completos. Comparando este versículo com II Co. 11:32 vemos que os judeus fizeram uma conspiração com o representante do Rei Aretas da Arábia. Talvez o reino nabaetano de Aretas se estendesse até Damasco, incluindo esta; mas é mais aceitável que Aretas tivesse um representante na pessoa de um etnarca governando sobre os muitos nabaetanos que moravam em Damasco. Quando o ministério de Saulo em Damasco provocou a animosidade das autoridades tanto nabateanas quanto judias, estas juntaram suas forças para vigiar os portões num esforço de prendê-lo quando deixasse a cidade.

25. Um dos cristãos possuía uma casa construída sobre a muralha de Damasco. Saulo foi baixado num grande cesto trançado que foi passado através de uma janela, e assim ele escapou à conspiração. (Comentário Bíblico Moody – Atos)

9:25 "através de uma abertura no muro" Isto deve se referir a uma janela em uma casa particular cujos parte de trás era parte do muro que havia ao redor da cidade (cf. II Cor. 11:33; Josh 2:15; I Sam. 19:12). (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

3. CHEGADA DE PAULO A JERUSALÉM E A SUA PARTIDA
Dentre tantos lugares que Paulo poderia ter ido pelo vasto Império Romano, em sua fuga, ele decidiu ir a Jerusalém. Mas com que interesse?  O que fica claro, conforme narrou posteriormente, era que ele tinha como objetivo primário que era o de ver Pedro (Gl 1.18). Todavia, por algum motivo, não o encontrou de imediato, encontrando apenas dificuldades com alguns irmãos que não tinham certeza da sua genuína conversão.

3.1. A dificuldade de entrosamento (At 9.26)
26. Quando Saulo retornou a Jerusalém, não pôde reunir-se novamente aos seus antigos companheiros judeus; e os poucos cristãos que permaneceram na cidade (8:1) suspeitavam que a sua profissão de fé não passasse de mera fachada para melhor perseguir a igreja.  (Comentário Bíblico Moody – Atos)

9:26 "ele veio a Jerusalém" Isto foi aparentemente de dezoito a trinta e seis meses mais tarde (cf. Gal. 1:15-24). Este verso mostra o grau de ceticismo que os crentes de Jerusalém tinham em relação a seu antigo perseguidor. Aparentemente Atos registra diversas das visitas de Paulo a Jerusalém depois de sua dramática conversão:

1. 9:26 - primeira visita;
2. 11:30 - visita de descanso;
3. 12:25 - depois da missão;
4. 15:2 - Concílio de Jerusalém;
5. 18:22 - breve visita com a igreja;
6. 21:17 - visita com Tiago e os anciãos, resultando no voto. (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

3.2. Barnabé o apresenta aos apóstolos (At 9.27-28)
9:28-30 / Ganha a confiança de Pedro e de Tiago, Paulo passou a maior parte dessas duas semanas "entrando e saindo com eles" (assim diz o grego), o que talvez signifique que mantiveram várias reuniões em particular, nada tendo que ver com o ministério implícito em NIV. Paulo pregou em público, mas não ao ponto de tornar-se conhecido pessoal­mente das "igrejas da Judéia" (Gálatas 1:22). (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

9:27 "Barnabé" O significado popular, embora não seja etimológico, era "filho do encorajamento". Esse era o grande santo mencionado outra vez em 4:36 e que mais tarde tornou-se o primeiro companheiro missionário de Paulo. Veja nora e Tópico Especial em 4:36.
• "o trouxe aos apóstolos" O único relato disto está em Gálatas 1:18.
• "e o descreveu a eles" Barnabé conhecia e compartilhava o testemunho de Saulo. Isso abriu as portas para sua aceitação (cf. verso 28).
9:28
NASB "movimentando-se livremente"
NKJV "entrando e saindo"
NRSV "indo e vindo"
TEV "percorreu"
BJ "indo ao redor"
Isto é uma expressão do VT para a vida diária ou atividades (cf. Num. 27:17 e I Reis 3:7). (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

27. Barnabé já conhecia Saulo ou então era homem de grande discernimento, pois reconheceu a sinceridade de Saulo e o apresentou aos apóstolos. Os únicos apóstolos em Jerusalém nessa ocasião eram Pedro e Tiago, o irmão do Senhor (Gl. 1:18, 19). Tiago fora incluído no círculo apostólico. (Comentário Bíblico Moody – Atos)

3.3. Seu retorno a Tarso (At 9.29-31)
As aparições públicas de Paulo limitaram-se a "disputas" com os (judeus) helenistas. Lucas em­prega o mesmo termo para os debates dos "libertos" com Estevão (6:9), com a diferença que os papéis agora se invertem. Na passagem anterior, os homens da sinagoga é que disputavam com Estevão; aqui, é Paulo que disputa com eles. Mas seria a mesma sinagoga? É claro que não há modo de descobrirmos; porém, pelo menos é provável que Paulo os tenha selecionado pelo fato de terem participado da morte de Estevão. O caso é que Paulo falou com ousadia, a quem quer que ali estivesse, em nome do Senhor (v. 29); noutras palavras, a mensagem paulina centralizava-se no Jesus a quem Deus havia feito "Senhor e Cristo" (veja 2:36). O resultado foi que os helenistas atentaram contra a vida de Paulo. Quando os irmãos souberam disso, tomaram Paulo e acompanharam-no até Cesaréia, e o enviaram a Tarso (v. 30). Que os demais sejam chamados de irmãos sublinha a unidade da igreja de que Paulo agora era membro. A Cesaréia desta narrativa é a cidade portuária, o que explica a expressão "levaram-no para baixo" (para a praia; não explícito em ECA). O relato do próprio Paulo a respeito deste incidente, em 22:17-21, inclui uma visão que ele tivera no templo, na qual o Senhor lhe ordenou que fugisse de Jerusalém, pois ele o enviaria a outro lugar. A seguir, desce um véu sobre a vida de Paulo, que só reaparece no cenário dez anos depois (11:25ss.). A única coisa que sabemos é que durante esses anos ele pregou na "Síria e na Cilícia" (Gálatas 1:21). Também teriam sido anos de estudos (veja W. C. van Unnik, pp. 56ss., que sugere que seus estudos centralizaram-se na língua e na cultura gregas; mas veja a disc. sobre 22:2).
9:31 / Lucas encerra esta seção (e, num sentido mais amplo, encerra toda a narrativa iniciada com a história de Estevão), com uma declaração breve a respeito do estado da igreja (veja a disc. sobre 2:43-47). Agora elas tinham paz. Isto estava diretamente relacionado com a conversão de Paulo, mas havia outros fatores não mencionados por Lucas. (NOVO COMENTARIO BIBLICO DO LIVRO DE ATOS - David J Williams)

28, 29. Santo passou a se ocupar agora do ministério do Evangelho em Jerusalém. Seu ministério anda não se estendia além da capital da Judéia (Gl. 1:22-24). Em primeiro lugar ele se dirigiu aos judeus que falavam o grego ou helenistas – o mesmo grupo a quem Estêvão testemunhara antes (Atos 6:9). Os helenistas tentaram matar Saulo como antes o fizeram com Estêvão.
30. Saulo escapou com vida apenas por causa da ajuda de seus irmãos cristãos, que o levaram ao porto da Cesaréia, de onde ele navegou para Tarso, sua cidade natal, na Cilícia. Agora perdemos Saulo de vista até 11:25; mas sem dúvida esteve ocupado em Tarso pregando o Evangelho, embora não haja registro desse ministério.
31. A seguir Lucas descreve o crescimento, tanto numérico quanto espiritual, da igreja... em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. O plural (ERC), igrejas, não é correto. A Igreja é uma só, embora haja muitas igrejas locais. Essa é a primeira referência às igrejas da Galiléia. Não sabemos quando ou como foram organizadas. (Comentário Bíblico Moody – Atos)

9:29 "ele estava falando e discutindo com os Judeus Helenistas" Isto se refere ao mesmo grupo (sinagoga dos Judeus de fala Grega em Jerusalém) que mataram Estevão; agora eles estavam planejando matar Saulo, que também era uma dos Judeus da diáspora. Eles deviam ter pensado que Estevão tinha retornado!
9:30 "quando os irmãos souberam disso" De 22:17-21 aprendemos que Jesus apareceu para Paulo nesse tempo para dizer que fugisse de Jerusalém. Jesus apareceu a Paulo diversas vezes em seu ministério para encorajá-lo e guiá-lo (cf. 18:9-11, 22:17-21 e um anjo do Senhor em 27:23).
• "Cesaréia" Isto se refere ao porto Romano na costa Mediterrânea da Palestina. Esta foi a sede oficial do governo Romano na Palestina.
• "Tarsis" Paulo ficará sem ser visto por vários anos em sua cidade natal. Tarsis era uma cidade livre. Foi também o terceiro maior centro de aprendizagem no mundo antigo, atrás de Alexandria e Atenas. As universidades em Tarsis enfatizavam a filosofia, retórica e o direito. Paulo era, obviamente, treinado tanto na retórica e filosofia gregas, bem como o judaísmo rabínico.
9:31 Esse verso é um sumário que conclui os relatos da conversão de Saulo e introduz as viagens de Pedro. Lucas usa esses versículos sumários com bastante freqüência em Atos.
"a igreja" Veja a nota em 5:11 e perceba como a "igreja" no singular pode se referir a muitas congregações individuais. O termo "igreja" denota uma igreja local (ex. Col. 1:18 e 24; 4:15 - 16), todas as igrejas de uma área (ex. Ef. 1:22; 3:10 e 21; 5:23, 24, 25, 27, 29 e 32), e todas as igrejas universalmente (ex. Mat. 16:18).
• Veja os itens que Lucas escolhe para mencionar:
1. Paz em todas as igrejas;
2. Crescendo e aumentando;
3. Conforto do Espírito.
Que mudança da perseguição de 8:1! Ainda haviam problemas, mas Deus estava cuidando de cada necessidade! (Comentário Bíblico de Atos - Bob Utley)

CONCLUSÃO
O progresso espiritual de uma pessoa é evidenciado pela sua forma de proceder. Qualquer pessoa pode experimentar progresso ou retrocesso espiritual. Paulo demonstrou seu progresso de algumas maneiras como foi visto nesta lição. Que possamos seguir suas pegadas corajosas, para continuar nosso progresso espiritual.

Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel,
Revista: APÓSTOLO PAULO – Editora Betel - 4º Trimestre 2012 – Lição 04.  

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