“O retorno ao primeiro amor”


a paz queridos,

estamos começando o ano de 2013 com muita vontade de realizar a obra do Senhor, e quero desejar a todos os amados um 2013 cheio de bençãos da parte do Senhor Jesus Cristo e realizações em todas as áreas de vossa vida.

venho novamente deixar meu pedido a todos que queiram nos ajudar nesta tarefa tão nobre que é ensinar, a postar o comentário da lição deste trimestre, me mande por Email o comentário da lição respetiva ao que cada um gostaria de postar, que estarei com todo prazer colocando, não se esqueça de mencionar o nome, a congregação que congrega e o cargo que exerce.

que todos fiquem na Paz do Senhor Jesus Cristo e uma ótima semana a todos.

Pr. rafael Nimer

LIÇÃO 01 – 06 de Janeiro de 2013


Texto Áureo

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”.Ap 2.5

Verdade Aplicada

O amor era um assunto mui­to importante para a igreja primitiva. Sua ausência era encarada como decadência na vida cristã.
Se não voltarmos urgentemente ao primeiro amor, jamais viveremos o refrigério de um grande e poderoso avivamento. (Grifo meu)

Objetivos da Lição

      Relembrar as primeiras obras como motivação para uma vida renovada;
      Mostrar que a doutrina e o zelo pela ortodoxia não po­derão substituir o amor de Cristo;
      Ensinar como o cristão pode voltar ao primeiro amor.

Textos de Referência

Ap 2.1        Escreve ao anjo da igre­ja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:
Ap 2.2        Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos;
Ap 2.3        e sofreste e tens paci­ência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste.
Ap 2.4        Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade.


INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a necessidade de voltarmos ao primeiro amor. Tal retorno significa voltar ao amor original, com as primeiras práticas cristãs.  Vamos estudar a mensagem de João a uma das sete igrejas da Ásia. Saber como eles perderam o seu primeiro amor, e descobrir que, apesar de toda a sua frieza espiritual, era possível eles retornarem ao início de tudo.

Uma característica marcante da igreja de Éfeso era a sua intolerância à heresia. Quanto à doutrina, era ortodoxa e implacável. Mas quanto à prática do amor, tornara-se heterodoxa, fria e seca. A carta à igreja dos efésios nos ensina que a ortodoxia uma vez praticada sem amor, esfria e mata a verdadeira espiritualidade. Não podemos, a pretexto de “zelar” pela verdade, desconsiderar o cultivo de uma profunda espiritualidade banhada em amor. A nossa mensagem deve tocar mentes e corações. Assim, como o Senhor requereu da igreja de Éfeso, devemos voltar ao primeiro amor e encharcarmos-nos do Evangelho da Graça de Deus. (Lição 03 - Éfeso, a Igreja do amor esquecido – CPAD 2º trimestre 2012)

1. A mensagem à igreja de Éfeso
A cidade de Éfeso era a capital da província da Ásia (Ap 1.4). Uma cidade de beleza única, e a quarta maior cidade do império romano. Nesta metrópole agitada estava construído o templo da deusa Diana (At 19.23-27), considerado por muitos como uma das sete maravilhas do mundo antigo. O procônsul precisava desembarcar ali quando iniciava o seu oficio de governador da Ásia. Por Éfeso, passava a estrada principal para Roma, lugar que, segundo os historiadores, prisioneiros cristãos eram transportados para serem lançados às feras como alimento. Inácio chamou aquele lugar de a rota dos mártires.

ÉFESO. O nome significa “desejado”. Situação Geográfica: a cidade de Éfeso se encravava no pequeno Continente da Ásia Menor. “Esta era a capital da província romana da Ásia. Com Antioquia da Síria e Alexandria no Egito, formavam o grupo das três maiores cidades do litoral leste do Mar Mediterrâneo. Pelo menos duas vezes, Paulo esteve nessa cidade (At 18.19 e 19.1).
Em sua terceira viagem por aquela região, ele não chegou até lá, mas estando em Mileto “mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da Igreja”. Essa igreja recebeu duas cartas: uma de Paulo (epístola aos efésios), e outra de Cristo (à que está em foco). A primeira em 64 d. C., a segunda em 96 d. C. (Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva)

1.1. O destino e o autor da mensagem
“... Ao anjo da igreja”. Nada se sabe de certo quem era esse “anjo” nos dias em que esta carta estava sendo enviada, a não ser aquilo que depreende do texto em foco. Segundo o relato de Lucas em Atos 20, quando Paulo visitou a Ásia Menor, “... de Mileto mandou a Éfeso, chamar os anciãos da igreja. E, logo que chegaram juntos dele, disse-lhes... Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.17, 18, 28). Quando Paulo falou essas palavras, Timóteo era o pastor (anjo) da igreja de Éfeso (1Tm 1.3) e provavelmente Tíquico tenha sido seu substituto (At 20.4; Ef 6.21; 2Tm 4.12). O “anjo” a que Jesus se refere bem pode ser este último. (Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva)

A primeira carta do Apocalipse está dirigida à congregação que se reunia no porto de Éfeso (cf. At 18.18; 19.41). Lar de Priscila e Áquila (18.27), essa cidade foi provavelmente o lugar aonde chegou o portador do livro de Apocalipse. Paulo e Apolo também haviam ajudado a estabelecer a Igreja nesse local. O ministério de Paulo havia sido particularmente acompanhado pelo que Lucas chama de “maravilhas extraordinárias” (19.11). A comunidade cristã local também estava enfrentando uma terrível oposição, liderada pela associação dos ourives, cujos membros eram artífices das lucrativas imagens de Ártemis (a mesma deusa Diana) (19.23-40; cf. 2 Tm 4.14-17). Paulo havia deixado a cidade pouco antes da rebelião que ali se instalou, instigada por esse grupo de artesãos. (Lição 03 - Éfeso, a Igreja do amor esquecido – CPAD 2º trimestre 2012)

1.2. O caráter da carta aos efésios
“... os que dizem ser apóstolos”. Está em foco neste versículo, os chefes Gnósticos, que tinham arrogado para si o título de apóstolos de Cristo. Paulo diz que tais “... falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo” (2Co 11.13b). Diante dos “anciãos de Éfeso”, Paulo os chamou de “... lobos cruéis, que não perdoarão ao rebanho” (Al 20.29a). Oito livros do Novo Testamento foram escritos contra formas diversas dessa heresia, a saber: (Colossenses, as três epístolas pastorais, as três epístolas joaninas e Judas). A Epístola aos Efésios, o evangelho de João e o livro do Apocalipse, em alguns trechos esparsos, também refletem oposição a essa heresia. A igreja de Éfeso não suportava os tais gnósticos e por isso foi louvada pelo Senhor: “puseste à prova”. Esta expressão é o equivale dizer no grego: “Reprovaste-Os”.
1. A igreja de Éfeso, talvez tenha sido a de maior cuidado do ministério de Paulo; O Novo Testamento diz que, Paulo esteve em Éfeso, levando consigo Priscila e Áquila; e deixou-os ali (At 18.19); retornou mais tarde (19.1) e desta vez permaneceu dois anos, dedicado à pregação do Evangelho. Dessa maneira, todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra sobre o Senhor Jesus, assim judeus como gregos (At 19.10). Éfeso chegou mesmo a tornar-se o centro do mundo cristão. “As profecias de Paulo realizaram-se: poderá hoje, quem visita Éfeso saber onde era o lugar da casa ou templo em que a igreja se reunia? Tudo ruína! “Como homem, combati em Éfeso contra as bestas” disse Paulo: Feras humanas! (cf. 1Co 15.32)”. (Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva)

1.3. A doutrina na igreja em Éfeso
“... os nicolaítas”. Não podemos determinar com certeza serem estes “nicolaítas” discípulos de “Nicolau”, o sétimo diácono (At 6.5). O texto divino escrito por São Lucas, afirma ser Nicolau, um homem de “boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria” (At 6.3). O Apóstolo João, conhecia bem pessoalmente a Nicolau, e sem dúvida, no dia de sua separação para o diaconato (o texto em si não diz que aqueles sete foram separados para diáconos; mas o grego ali existente favorece o significado do pensamento: diáconos, três vezes, ministros, sete vezes e servos, vinte vezes), pôs suas mãos sobre ele (At 6.2, 6), é esta razão, além de muitas outras, motivo para não infligirmos na conduta deste servo de Deus, aquilo que ele não foi. Se assim o tivesse sido, João teria citado seu nome como fez com os outros inimigos da igreja. De acordo com C. I. Scofield, a palavra “Nicolau” quer dizer “Vencedor do Povo”, e o termo “nicolaítas” que vem no superlativo tem quase o mesmo sentido: Nico é um termo grego que significa conquistar ou subjulgar. Laitanes é a palavra grega de onde se deriva nosso vocábulo “leigo”. Nas cartas do Apocalipse, quando é mencionada uma doutrina ou ato de uma pessoa, comumente se usa mencionar seu nome, por exemplo: “doutrina de Balaão” (2.14); “os tronos de Satanás” (2.13); “sinagoga de Satanás” (2.9 e 3.9); “as profundezas de Satanás” (2.24); “toleras Jezabel”, etc. (2.20). Quanto aos nicolaítas, o estilo muda completamente como pode muito bem ser observado: a frase “as obras dos nicolaítas” (2.6), e “doutrina dos nicolaítas” (2.15). O presente texto, diz: “As obras de Nicolau” (a pessoa); nem a “doutrina de Nicolau” (um dos sete). O leitor deve observar a frase pluralizada: “As obras (dos) nicolaítas” e “doutrina (dos) nicolaítas”. Estas expressões referem-se a um grupo e não a uma pessoa.

1. Outro ponto de vista sobre o assunto que deve ser observado é que Nicolau “era prosélito de Antioquia” (At 6.5); separado para o diaconato, servia na igreja de Jerusalém. O livro de Atos dos Apóstolos não fala de Nicolau como tendo-se destacado como missionário itinerante, a exemplo de Estevão e Filipe (At 6.8 e 21.8). É evidente que sua esfera de trabalho foi local; ele não alcançou lugares distantes como Éfeso e Pérgamo. Pelo que sabemos, não é mencionado mesmo ante ou depois de Cristo, um homem chamado Nicolau que tenha fundado uma seita, a não ser aquilo depreendido e focalizado do texto em foco. Se essa palavra é simbólica, vemos, neste vocábulo, “nicolaítas”, o começo do controle sacerdotal ou eclesiástico sobre as congregações (igrejas) cristãs individuais. O Sr. A. E. Bloomfield declara o que segue: Os movimentos das igrejas, visando poder político e prestígio social mediante uniões, federações e alianças mundanas, são “doutrinas e obras” dos nicolaítas. Trata-se do esforço de restaurar, por métodos humanos, aquilo que se perdeu (o primeiro amor). Observemos dois pontos focais ainda sobre o presente assunto:

(a) Tudo indica que “nicolaítas”, refere-se ao começo da noção de uma ordem sacerdotal na igreja: “clero” e “leigos”. Tudo nos faz crer, que esta seita denominada de “nicolaítas” faz parte de um “sistema” gnóstico existente naqueles dias; pode ser isso o sentido real do que temos aqui.

(b) Como já ficou estabelecido acima: “... Em época posterior a Cristo, houve uma seita gnóstica conhecida pro “os nicolaítas”, a qual é mencionada por Tertuliano de Cartago. Que também era de índole gnóstica”. (Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva)

Deus nunca está desatento ao que fazemos por Ele. Jesus diz à igreja de Éfeso: Eu sei (2). Sempre é um conforto lembrar que nosso Senhor nos conhece corretamente.
A igreja de Éfeso é primeiramente elogiada por suas obras. Encontramos isso nova­mente em 2.19; 3.1,8,15. Trabalho (kopos) é um termo forte. Barclay diz que ele descre­ve "trabalho até suar; trabalho até ficar exausto; o tipo de labuta que suga toda a energia e mente que um homem possui".
Paciência dificilmente é uma tradução adequada para a palavra grega aqui, que significa "persistência imperturbável". Barclay comenta: "Hupomone não é a paciência inflexível que resignadamente aceita as coisas, e que curva sua cabeça quando preocupações aparecem. Hupomone é a bravura corajosa que aceita sofrimento, privação e perda e os transforma em graça e glória".
Smith faz uma observação interessante acerca desses três termos usados aqui. Ele escreve: "Fé, esperança e amor lamentavelmente estão faltando aqui. Contraste essa igreja com a de Tessalonicenses: Éfeso tinha obras, mas não obras de fé; trabalho, mas não trabalho de amor; paciência, mas não paciência de amor" (1 Ts 1.3). Ele então torna essa declaração significativa: "Não é demais dizer que uma igreja pode ter todas essas virtudes mencionadas e mesmo assim estar destituída de vida espiritual". Poderíamos acrescentar o seguinte: e o mesmo vale para cada indivíduo.
A igreja de Éfeso não era apenas diligente, mas também cautelosa em termos de disciplina: ela não podia sofrer ("suportar", ARA; "tolerar", NVI) os maus. Diferentemente de Corinto, ela não tolerava o pecado dentro da igreja. Ela havia colocado à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e os havia achado mentirosos. A íntima conexão dessas cláusulas sugere que os maus devem ser identificados com os falsos após­tolos. Swete explica quem eram essas pessoas: "Os falsos mestres afirmavam ser apostoloi num sentido mais amplo, mestres itinerantes com uma missão que os colocava num nível mais elevado do que os anciãos locais" (cf. 1 Co 12.28; Ef 4.11).
Esses apóstolos itinerantes se tornaram um verdadeiro problema na Igreja Primitiva. Evidentemente, era requerido que levassem "cartas de recomendação" de alguma igreja estabelecida (2 Co 3.1). Em sua primeira epístola, João adverte: "provai [testai] se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (Jo 4.1). O Didaquê, escrita em meados do segundo século, relata como esses itinerantes deveriam ser testados: "E cada apóstolo que vem a vocês, que seja recebido como o Se­nhor; mas ele não deverá permanecer mais do que um dia; se, no entanto, for necessário, que fique mais um dia; mas se permanecer três dias, ele é falso profeta". Em outras palavras, ele não deve se aproveitar da hospitalidade da igreja.
No melhor manuscrito grego, tens paciência (3) vem antes de sofreste, que está conectado com pelo meu nome; ou seja: "Vocês têm pacientemente sofrido por causa do meu nome". E trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste no grego significa sim­plesmente: "e vocês não têm desfalecido". Os cristãos de Éfeso eram obreiros incansáveis.
Acerca da descrição da igreja em Éfeso, Ramsay escreve: "O melhor comentário dis­so é encontrado na carta de Inácio aos Efésios [...] As características que ele elogia na Igreja de Éfeso são as mesmas que São João menciona [...] 'Devo ser treinado para a disputa convosco na fé, na admoestação, na perseverança e na longanimidade' (v. 3): 'porque todos vós viveis de acordo com a verdade e nenhuma heresia tem se alojado no meio de vós' (v. 6)".
A igreja em Éfeso é também aprovada porque aborrece as obras dos nicolaítas (6). Não se sabe ao certo quem eram essas pessoas (Eles são mencionados novamente no v. 15). Irineu (cerca de 180 d.C.) diz que eles foram estabelecidos por Nicolau de Antioquia, mencionado em Atos 6.5. Mas Clemente de Alexandria questiona isso. Depois de discutir as várias teorias, Swete conclui: "Como um todo parece melhor aceitar a suposição de que um partido levando esse nome existia na Ásia quando o Apocalipse foi escrito, quer devesse sua origem a Nicolau de Antioquia, que não é improvável [...] ou a algum outro falso mestre com esse nome".
Na expressão as quais eu também aborreço, Swete faz esta observação pertinen­te: "Aborrecer obras más [...] é uma verdadeira contrapartida do amor ao bem e ambos são divinos". (Lição 07 - CARTA À IGREJA DE ÉFESO – BETEL 4º trimestre 2006)

2. A frieza dos cristãos de Éfeso
O caráter da igreja de Éfeso tinha um diferencial em relação às demais igrejas. Estava alinhada com as práticas litúrgicas e doutrinárias, mas divorciada da prática da piedade e do exercício do amor. Eles haviam esquecido o primeiro amor, e não se importavam mais com esse tema.

2.1. O primeiro amor foi esquecido
Cristo o grande Cabeça da Igreja viu apenas uma coisa errada na congregação em Éfeso. Embora essa congregação fosse ortodoxa, perseverante e zelosa, ela carecia do amor. Sem isso, tudo o mais era em vão.
A tradução da KJV minimiza a seriedade da acusação ao inserir em itálico a pala­vra somewhat (depois substituída por something, que quer dizer "algo" ou "alguma coisa"). Isso distorce a afirmação do original. O grego diz: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor" (cf. ARA), como é o titulo da nossa lição dominical. Isso não era um insignificante "alguma coisa". O texto seguinte mostra que a situação era uma completa tragédia, requerendo um remédio drástico.
Muitas vezes é dito que a igreja de Éfeso tinha "perdido" seu primeiro amor. Mas, não é isso que o texto diz. Lemos: que deixaste [o teu primeiro amor]. O verbo é aphiemi, que significa "deixar ir, mandar embora, desistir, abandonar". Tudo isso sugere uma negligência voluntária. É por isso que se exigiu o arrependimento. Pecados de omissão podem ser tão fatais em suas consequências quanto que pecados de ação.
O que era essa primeira caridade que a igreja de Éfeso havia deixado? Quase todos os comentaristas concordam que a palavra primeira precisa ser interpretada cronologicamente: esse era o amor da igreja primitiva em Éfeso, especialmente durante os dias do ministério de Paulo ali (cf. At 19.20; 20.37). A tentativa de alguns de interpretá-la qualitativamente como que significando "amor de primeira classe" não parece encon­trar apoio adequado na palavra grega usada aqui. É verdade que ela pode significar "principal" ou "superior". Mas a ideia é de prioridade e não de qualidade.
O termo caridade (ou "amor") é interpretado pela maioria como significando "amor fraternal". Os Pais gregos da Igreja Primitiva acreditavam que a referência era à falta de cuidado pelos irmãos pobres. Outros associam essa passagem a Jeremias 2.2, em que Deus acusa Israel de ter esquecido "do teu amor quando noiva". Isto é, os Efésios haviam deixado o seu amor por Cristo. A melhor proposta é a posição inclusiva de Charles R. Erdman: "Esse era o amor por Cristo e o amor pelos companheiros cristãos. Os dois aspectos são inseparáveis".
Inevitavelmente aparece uma pergunta: Porventura, o zelo da igreja de Éfeso na sua defesa pela ortodoxia contribuiu para a perda do amor? Isso é bem provável. Ao defender a verdade e disciplinar membros instáveis, é fácil desenvolver um espírito severo e crítico que acaba destruindo o amor. E, com frequência, quando o calor do amor divino desaparece, as pessoas tornam-se mais zelosas na luta por doutrinas e padrões ortodoxos. Esse é um perigo contra o qual todos devem vigiar. (Lição 07 - CARTA À IGREJA DE ÉFESO – BETEL 4º trimestre 2006)

2.2. A importância do amor
“... A primeira caridade”. (O primeiro amor). A presente expressão, não significa “declínio da fé” como alguns, mas, antes, sugere um esfriamento no amor (Mt 24.12). Cerca de 30 anos antes desta carta, a igreja de Éfeso, tinha ardente caridade para com “todos os santos” (cf. Ef 3.18). Paulo chegou até a convidá-los a participarem da “... largura, e a altura e a profundidade” do amor de Deus, “... que excede todo o entendimento” (Ef 3.18-19). O desaparecimento gradual do amor fraternal no coração do salvo (Mt 24.12). Tem como resultado, o abandono da “primeira caridade”. Pedro disse aos seus leitores: “... sobretudo, tende ardente caridade...” (1Pd 4.8).

1. Cristo mencionou não menos que 9 características destacadas e louváveis que achou na igreja do Éfeso. Mas por isso podia desculpá-la da falta de amor. Apesar de qualquer esforço, ou de qualquer grau de sinceridade, gravíssimo é o nosso estado espiritual se nos faltar o amor: “... ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria”. “... ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria”. Esta é a grande declaração do Apóstolo Paulo, em 1Co 13.3-4. Se o cristão não tem amor, a vida espiritual também não tem sentido. “Nada Seria!”. Disse ele!. (Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva)

2.3. O que era o primeiro amor para eles?
Depois de elogiar a igreja pelo seu trabalho, paciência e intolerância para com os pseudo-apóstolos, o Senhor refere-se a uma trágica deficiência - ela perdera o seu primeiro amor (v. 4).
G.Campbell Morgan relaciona esta passagem com as palavras de advertência de Paulo à igreja de Corinto: "Pois eu a dei por esposa a um marido, para que a pudesse apresentar como virgem pura a Cristo. Mas temo, e espero que não aconteça, que tal como a serpente envolveu Eva em sua malícia, suas mentes se corrompam afastando-se da simplicidade e pureza que há em Cristo... Os elementos do primeiro amor são, então, a simplicidade e a pureza... O amor da Igreja por Cristo está exemplificado pelo amor da esposa w marido. Qual é então o amor de Cristo pela Igreja? Amor altruísta, amor no qual não há o menor lugar para o ego.
Qual é então o amor da Igreja por Cristo? A resposta do amor ao mistério do amor, a submissão do amor ao amor perfeito. Primeiro amor é o amor do casamento. Suas características são a simplicidade, pureza, amor conjugal, reação do amor ao amor, a sujeição de um grande amor ao grande amor, a submissão de um amor auto-renunciante a um amor que nega o próprio ego. O primeiro amor é o abandono de tudo por um amor que também abandonou tudo" (A First Century Message to Twentieth Century Christians, págs. 40-42). (Comentário Bíblico Moody - Apocalipse)

3. O retorno ao primeiro amor (Ap 2.5)
Um autor renomado já disse que aqueles crentes haviam caído de suas maiores elevações espirituais; tinham caído do serviço motivado pelo princípio do amor; tinham caído apesar de sua ortodoxia; tinham caído a despeito de continuarem a defender a verdade; tinham caído apesar de seus labores religiosos e apesar de sua lealdade em meio a perseguição. Eles precisavam retornar ao primeiro amor. Para que isso acontecesse, o Salvador aponta o caminho dizendo que eles tinham que se lembrar, arrepender-se e praticar as primeiras obras.

3.1. Lembranças
O primeiro passo de volta para Deus é: Lembra-te (5). Lembra-te dos dias passados de bênção espiritual. Essa igreja tinha caído não meramente tropeçado. Ela estava abatida. Esse era o caso do filho pródigo, de um modo geral. Mas ele lembrou-se (Lc 15.17) e voltou. (Lição 07 - CARTA À IGREJA DE ÉFESO – BETEL 4º trimestre 2006)

A Bíblia exorta-nos a lembrar-nos de Deus, porque ele jamais se esquece de nós (Ec 12.1; Is 44.21; 49.15). O cristão, infelizmente, corre o risco de esquecer-se daquele que se esquece somente de nossos pecados (Hb 8.12). Não é constrangedor esquecer o nome de um amigo? No entanto, se não formos diligentes, corremos o risco de não mais lembrarmos daquele amigo que é mais chegado que um irmão (Pv 18.24) (Lição 03 - Éfeso, a Igreja do amor esquecido – CPAD 2º trimestre 2012)

3.2. Arrependimento
De que maneira essa igreja poderia se levantar outra vez? A resposta é: arrepende-te. Isso significa "mude sua mente". Então pratica as primeiras obras; isto é, creia e obedeça. Hebreus 6.1 fala do "funda­mento do arrependimento [...] e de fé em Deus". Essa é evidentemente a combinação aqui. Swete ressalta que lembra-te, arrepende-te e pratica "obedecem aos três está­gios na história da conversão".  (Lição 07 - CARTA À IGREJA DE ÉFESO – BETEL 4º trimestre 2006)

"... Arrepende-te...". A mensagem de arrependimento não é somente para perdidos, mas também para os filhos de Deus. Feliz e vitorioso é o crente que sabe sempre arrepender. (Daniel e o Apocalipse - O Panorama do Futuro - Antonio Gilberto)

3.3. Praticar
Se a igreja de Éfeso rejeitasse ou falhasse em se arrepender e praticar as primeiras obras, Jesus advertiu: brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Isto é, a igreja de Éfeso deixaria de existir como congregação cristã. Isso finalmente ocorreu em uma época posterior, mas a advertên­cia foi evidentemente anunciada naquela época. Cerca de 20 anos mais tarde Inácio escreveu aos Efésios: "Dei as boas-vindas à sua igreja que se tornou tão estimada entre nós por causa da sua natureza honesta, marcada pela fé em Jesus Cristo, nosso Salva­dor, e pelo amor a Ele". (Lição 07 - CARTA À IGREJA DE ÉFESO – BETEL 4º trimestre 2006)

Se Éfeso já era rica nas segundas obras, porque voltar à prática das primeiras? Nenhuma obra é completa e perfeita sem o amor. É o que poetiza o apóstolo Paulo no décimo terceiro capítulo de sua Primeira Epístola aos Coríntios. Leia atentamente esta passagem; medite nela e, através dela, afira o seu amor. Veja se você ainda ama o Cristo como Ele tem de ser amado. Ou Será necessário que o próprio Senhor pergunte-lhe: “Amas-me mais do que esses? (Jo 21.15).
Se não devotarmos a Cristo o primeiro amor, como haveremos de ansiar por sua volta? Talvez, o anjo de Éfeso já não almejasse o retorno do Senhor. O ativismo acabara por matar-lhe o primeiro amor e o segundo também. Era-lhe urgente e necessário, pois, não somente amar a Cristo como antes, como também amar-lhe a vinda como nunca.  (Lição 03 - Éfeso, a Igreja do amor esquecido – CPAD 2º trimestre 2012)

CONCLUSÃO
A mensagem de Jesus à Igreja que estava na cidade de Éfeso denunciava sua frieza espiritual, sem, contudo, deixar de reconhecer suas virtudes na defesa da fé cristã. Aquela igreja, não havia deixado de ser povo de Deus, mas precisava urgentemente voltar à prática original da fé, pois eles haviam esquecido o primeiro amor, e não se importavam mais com esse tema.

Sem amor não pode haver Cristianismo. Sua base é o amor primeiro e belo do início de nossa fé. Um amor que jamais deve morrer, mas renovar-se a cada manhã. Se você já não ama a Cristo com oantes, arrependa-se desse pecado grave e evite que as consequências se agravem. Voltar ao primeiro amor não significa voltar à imaturidade espiritual, mas ao ardor do início de nossa fé.
Lembre-se de onde caiu. Volte imediatamente ao primeiro amor. Rogue ao Pai que o reconduza à sala do banquete, onde o Noivo está à nossa espera; “Levou-me à sala do banquete, e o seu estandarte em mim era o amor” (Ct 2.4) (Lição 03 - Éfeso, a Igreja do amor esquecido – CPAD 2º trimestre 2012)

Jesus exorta: “Lembra-te de onde caíste”. Noutras palavras, lembre-se de quando aceitou a Jesus. Reviva aquele sentimento inicial, quando você realmente amava a Jesus. Você pode lembra-se de como amava a Jesus? De como era apaixonado por ele? (Steven J. Lawson)



Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel,
Revista: VIDA CRISTÃ VITORIOSA – Editora Betel - 1º Trimestre 2013 – Lição 01.

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