LIÇÃO 05 - O SÉTIMO SELO E SEU CONTEÚDO
29 DE ABRIL DE 2012
TEXTO ÁUREO
“Havendo, pois, de perecer todas
estas coisas, que pessoas vos convêm ser em santo trato e piedade, aguardando e
apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo se
desfarão, e os elementos ardendo se fundirão”. 2Pe 3.11.12
VERDADE APLICADA
Mais bem aventurados são os que
leem e os que ouvem, e os que guardam o Apocalipse agora, do que aqueles que
deixarem para fazê-lo depois.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Esclarecer que Deus é imparcial no trato com os homens;
Ensinar que as nossas orações são respondidas; e
Mostrar que o processo de redenção da terra será difícil e
doloroso.
GLOSSÁRIO
Dispensacionalista: é um sistema
teológico que interpreta de forma literal as Escrituras;
Parentética: que tem parentesco; análogo, semelhante; e
Principado: dignidade de príncipe ou princesa.
Textos de Referência
Ap 7.2 E vi
outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e
clamou com grande voz aos quatro anjos a quem fora dado o poder de danificar a
terra e o mar,
Ap 7.3 dizendo:
Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado
na testa os servos do nosso Deus.
Ap 7.9 Depois
destas coisas, olhei, e eis aqui uma grande multidão, a qual ninguém podia
contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estava diante do
Trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas em suas mãos.
Ap 8.1 E,
havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por quase meia hora.
Ap 8.2 E vi
os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.
Ap 8.6 E
sete os anjos que tinham as sete trombetas preparam-se para tocá-las.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
- Segunda
feira: Ap 7.10-17
10 - E clamavam com grande
voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao
Cordeiro.
11 - E todos os anjos
estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se
diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,
12 - Dizendo: Amém. Louvor,
e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso
Deus, para todo o sempre. Amém.
13 - E um dos anciãos me
falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde
vieram?
14 - E eu disse-lhe:
Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação,
e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
15 - Por isso estão diante
do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está
assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.
16 - Nunca mais terão fome,
nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.
17 - Porque o Cordeiro que
está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das
águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.
- Terça
feira: Ap 8.7-13
7 - E o primeiro anjo tocou
a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados
na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das
árvores, e toda a erva verde foi queimada.
8 - E o segundo anjo tocou
a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em
fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
9 - E morreu a terça parte
das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus.
10 - E o terceiro anjo
tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha,
e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas.
11 - E o nome da estrela
era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens
morreram das águas, porque se tornaram amargas.
12 - E o quarto anjo tocou
a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a
terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a
terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite.
13 - E olhei, e ouvi um
anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! ai! dos que habitam
sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão
de ainda tocar.
- Quarta
feira: Ap 9.1-6
1 - E O QUINTO anjo tocou a
sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave
do poço do abismo.
2 - E abriu o poço do
abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a
fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar.
3 - E da fumaça vieram
gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os
escorpiões da terra.
4 - E foi-lhes dito que não
fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas
somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus.
5 - E foi-lhes permitido,
não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento
era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.
6 - E naqueles dias os
homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá
deles.
- Quinta
feira: Ap 9.7-12
7 - E o parecer dos
gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as
suas cabeças havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram
como rostos de homens.
8 - E tinham cabelos como
cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de leões.
9 - E tinham couraças como
couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando
muitos cavalos correm ao combate.
10 - E tinham caudas
semelhantes às dos escorpiões, e aguilhões nas suas caudas; e o seu poder era
para danificar os homens por cinco meses.
11 - E tinham sobre si rei,
o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom.
12 - Passado é já um ai;
eis que depois disso vêm ainda dois ais.
- Sexta
feira: Ap 9.13-17
13 - E tocou o sexto anjo a
sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que
estava diante de Deus,
14 - A qual dizia ao sexto
anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao
grande rio Eufrates.
15 - E foram soltos os
quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de
matarem a terça parte dos homens.
16 - E o número dos
exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles.
17 - E assim vi os cavalos
nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de
jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e
de suas bocas saía fogo e fumaça e enxofre.
- Sábado:
Ap 9.17-21
17 - E assim vi os cavalos
nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de
jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e
de suas bocas saía fogo e fumaça e enxofre.
18 - Por estes três foi
morta a terça parte dos homens, isto é pelo fogo, pela fumaça, e pelo enxofre,
que saíam das suas bocas.
19 - Porque o poder dos
cavalos está na sua boca e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas são
semelhantes a serpentes, e têm cabeças, e com elas danificam.
20 - E os outros homens,
que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas
mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de
bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.
21 - E não se arrependeram
dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos
seus furtos.
INTRODUÇÃO
Quando o Cordeiro abrir o sétimo
selo, serão entregues aos sete anjos, as sete últimas trombetas, que contém a
última e pior sequência de juízo jamais vista sobre a terra. Elas desencadearão
uma série de fenômenos e fatos extraordinários os quais iremos examinar.
1. PREPARATIVOS PARA A ABERTURA DO ÚLTIMO SELO
Segundo teólogos pentecostais de
linha dispensacionalista, o capítulo sete do livro do Apocalipse, é a primeira
passagem parentética do livro. Este parêntese encontra-se entre o sexto e o
sétimo selo (Ap 6.12-17; 8.1). O capítulo sete é que registra esta cena
parentética, nele se verifica dois grupos de redimidos os judeus, e outro
gentio. O primeiro grupo em destaque acha-se na terra, porém o segundo grupo
está no céu.
1.1.
O primeiro
grupo de redimidos (Ap 7.2-8)
A segunda série de juízos é
muitíssimo mais severa e extensa do que aquela que foi apresentada pela
abertura dos selos. Antes que os sete anjos façam soar as sete trombetas, duas
grandes multidões são apresentadas, uma na terra (7:1-8) e outra certamente no
céu, em pé diante do trono e diante do Cordeiro (7:9-17). O primeiro grupo está
identificado como os 144.000 selados. “...de todas as tribos dos filhos de
Israel” (v. 4). Não se diz que são mártires. O sinal dá a entender que este
grupo particular será divinamente protegido nas tribulações que estão para se
desencadear sobre a terra.
João em sua visão futurística vê a
terra como uma grande superfície quadrada, com um anjo em cada um dos quatro
cantos. Mas algo especial, novamente lhe chama atenção: vê outro elevado poder
angelical “subir da banda do oriente”, ou seja, do oriente em direção à
Palestina. O elevado poder angelical tinha o selo do Deus vivo; ele gritou aos
quatro anjos que não danificassem a terra até que fossem “assinalados” 144.000
israelitas separados para Deus e o Cordeiro.
O Deus Eterno está em foco nesta
passagem. Russell Norman: ressalta: “temos aqui um título dado freqüentemente a
Deus no Antigo Testamento; também nos escritos judaicos e helenistas,
salientando o fato de que Deus é a única deidade verdadeira, em contrate com os
“ídolos mortos” do paganismo, que não têm vida, e, portanto, não têm poder”. O
leitor deve ainda consultar as seguintes passagens sobre “O Deus Vivo” no Novo
Testamento (Jo 6.69; At 14.15; Rm 9.26; 2Co 3.3; 1Ts 1.9; 1Tm 4.10; Hb 3.12;
10.31; 12.22). O Deus vivo confere vida aos homens, a saber, a sua própria
modalidade de vida, de tal modo que os remidos virão a participar da imagem e
natureza do Seu Filho Jesus que também é a vida.
1.2. O Anticristo e os 144.000 selados de Israel
Mt 24.21. “Porque haverá, então,
grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem
tampouco haverá jamais.”
Começando com 24.15, JESUS trata de
sinais especiais que ocorrerão durante a grande tribulação (as expressões “grande aflição”, de 24.21, e “grande
tribulação”, de Ap 7.14, são idênticas no grego). Tais sinais indicam que o fim
dos tempos está muito próximo (24.15-29). São sinais conducentes à, e
indicadores da volta de CRISTO à terra, depois da tribulação (24.30,31; cf. Ap
19.11–20.4).
O maior desses sinais é “a
abominação da desolação” (24.15), um fato específico e visível, que adverte os
fiéis vivos durante a grande tribulação de que a vinda de CRISTO à terra está
prestes a ocorrer. Esse sinal-evento, visível, relaciona-se primeiramente com a
profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo (ver
Dn 9.27 *; 1Jo 2.18).
O Anticristo, também chamado o
homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de DEUS, declarando ser
ele mesmo DEUS (2Ts 2.3,4; Ap 13.14,15). Seguem-se fatos salientes a respeito
desse evento crítico.
(1) A “abominação da desolação”
marcará o início da etapa final da tribulação, que culmina com a volta de
CRISTO a terra e o julgamento dos ímpios em Armagedom (24.21,29,30; ver Dn
9.27; Ap 19.11-21).
(2) Se os santos da tribulação
atentarem para o fator tempo desse evento (“Quando, pois, virdes”, 24.15),
poderão saber com bastante aproximação quando terminará a tribulação, época em
que CRISTO voltará à terra (ver 24.33 *). O decurso de tempo entre esse evento
e o fim dos tempos é mencionado quatro vezes nas Escrituras como sendo três
anos e meio ou 1260 dias (ver Dn 9.25-27; Ap 11.1,2; 12.6; 13.5-7). Por causa
da grande expectativa da volta de CRISTO (24.33), os santos daqueles dias devem
acautelar-se quanto a informes afirmando que CRISTO já voltou. Tais informes
serão falsos (24.23-26). A “vinda do Filho do homem” depois da tribulação será
visível e conhecida de todos os que viverem no mundo (24.27-30; Ap 1.7).
2Ts 2.3,4 “Ninguém, de maneira
alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se
manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta
contra tudo o que se chama DEUS ou se adora; de sorte que se assentará, como
DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS.”
Segundo a Bíblia, está para vir o
AntiCRISTO (cf. 1Jo 2.18); aquele que trama o derradeiro ataque furioso de
Satanás contra CRISTO e os santos, pouco antes do tempo em que nosso Senhor JESUS
CRISTO estabelecerá o seu reino na terra. As expressões que a Bíblia usa para o
AntiCRISTO são “o homem de pecado” e “o filho da perdição” (2.3). Outras
expressões usadas na Bíblia são “a besta que sobe do mar” (Ap 13.1-10), a
“besta de cor escarlate” (Ap 17.3) e “a besta” (Ap 17.8, 16; 19.19,20; 20.10).
No fim da tribulação, Satanás
congregará muitas nações no Armagedom, sob o comando do AntiCRISTO, e
guerrearão contra DEUS e o seu povo numa batalha que envolverá o mundo inteiro
(ver Dn 11.45 *; Ap 16.16 *). Quando isso ocorrer, CRISTO voltará e intervirá
de modo sobrenatural, destruindo o AntiCRISTO, seus exércitos e todos os que
não obedecem ao evangelho (ver Ap 19.15-21 *s). A seguir, CRISTO prenderá
Satanás e estabelecerá seu reino na terra (20.1-6).
Na passagem de Apocalipse 7.4-8 os
judeus selados (diferentes da multidão gentia) são numerados, e as tribos são
cuidadosamente separadas. Em números precisos, há 144.000 judeus selados. Estes
judeus são salvos no início da Grande Tribulação e são selados a fim de
passarem por ela. É o remanescente judaico preservado do martírio. Existe
sempre uma pergunta a respeito dos 144.000 por parte dos estudantes da Bíblia:
é a Igreja representada? Observando com atenção os textos e contextos em foco,
fica terminantemente esclarecido quem são os 144.000. O Espírito de Deus diz
que são “...de todas as tribos dos filhos de Israel”. Na verdade a palavra
“Israel” nunca é usada para a Igreja, a não ser em Gl 6.16; mas há divergência
sobre a exegese deste texto. Passagem também similar pode ser vista em Gl 3.29:
“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme
a promessa”.
1.3. O segundo grupo de redimidos (Ap 7.9-17)
A outra multidão é de natureza
universal – certamente não confinada a Israel, mas de todas as tribos e povos
agora na glória – cantando o grande hino a Deus e ao Cordeiro, junto com os
anjos, os anciãos, e os quatro seres viventes. “Estes”, João foi informado, são aqueles que vêm da grande
tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro (v.
14). A grande tribulação não Apocalipse pode ser nenhuma outra a não ser aquela
mencionada no Discurso das Oliveiras (Mt. 24:9, 21, 29). Toda a cena é
celestial: O Cordeiro é apresentado como seu pastor e guia; faz-se a promessa
de que Ele os guiará até as fontes das águas da vida; e, antecipando à
posterior descrição detalhada da Cidade Santa, eles são informados de que Deus
enxugará toda lágrima de seus olhos (Ap. 21:4).
A vasta multidão não numerada dos gentios do presente texto e dos
que se seguem, está em vivido contraste com o número mais limitado e exatamente
definido de Israel. Esta multidão de “todas as nações”, com palmas nas mãos não
deve ser confundida nem com a Igreja nem com Israel. Este é o poderoso ajuntamento
de almas que Joel predisse ao dizer que no dia do Senhor todo o que invocasse o
nome do Senhor seria salvo (cf. Jl 2.30-32; At 2.16-21). O capítulo 6. 9 deste
livro relata que os mártires da Grande Tribulação encontram-se “debaixo do
altar”, aqui, porém, a cena mudou, e eles se encontram “diante do trono e
perante o Cordeiro”. Porém, as vestes são as mesmas (6.11 e 7.9).
“Com palmas nas suas mãos”. De acordo com a simbologia profética das
Escrituras, as palmas simbolizavam vitória e paz. Esta foi à interpretação
quando entrou em Jerusalém o Príncipe da Paz (Jo 12.12-13). As palmas ou ramos
de palmeiras são citados em caráter cerimonial com a festa dos tabernáculos
(cf. Lv 23.40), e é curioso observar que esta festa durava “sete dias” (em
caráter profético, equivale a sete anos). Cf Lv 23.40; Nm 14.34; Ez 4.6). No
texto em foco, as palmas são dadas em lugar de coroas para simbolizar a vitória
daqueles crentes e a paz que desfrutarão no céu.
2. O CORDEIRO ABRE O SÉTIMO SELO (AP 8.1-13)
A ruptura do sétimo selo abrirá
definitivamente o livro. Na sua abertura serão revelados os juízos das sete
trombetas. E, da mesma forma, a sétima a trombeta anunciará os juízos das sete
taças (Ap 11.15; 16.1-21). A partir da abertura dele, a justa ira de Deus, em
sua plenitude, será derramada sobre a Terra.
Os juízos das trombetas são
revelados nos capítulos 8 e 9, e tal como aconteceu com os sete selos, os
quatro primeiros vão juntos. Antes que uma trombeta seja tocada por um dos
anjos, temos declarações referentes às orações dos santos (vs. 3,4).
2.1. O silêncio no céu e as orações dos santos
João não
nos diz o que esse silêncio significa. Portanto, precisamos usar da imaginação
para descobrir. Nesta secção existe uma intermediária, que se divide em duas
partes distintas que serão focalizadas no tópico seguinte:
Aqui, como
noutras partes do Apocalipse, a última subdivisão da visão é transicional ou
intermediária. Ray Summers diz que ela prepara o caminho para o que vem na
visão seguinte. A secção intermediária é dividida em duas partes: (a) O
silêncio no céu. Vs 1 e 2; (b) O incenso da vitória. Vs 3 a 5. Os eruditos
fazem inúmeras investigações para descobrir porque “fez-se silêncio no céu”
(SELÁ) e quase todos apresentam uma interpretação diferente:
(aa)
Hagigah 12b diz que os anjos ministrantes se calaram para Deus ouvir os
louvores prestados por Israel, que ascendiam desde a terra. Talvez esse
silêncio igualmente tenha esse propósito.
(bb) O
trecho de II Esdras 7.30 fala de um período de silêncio de “sete dias”, durante
o qual ninguém estava vivo, pois Deus eliminará a antiga ordem e dará início a
uma nova ordem de coisas. Isso será feito mediante uma nova criação. Os sete
dias seriam dias de criação, tal como está declarado na criação original.
(cc) Há uma
tradição judaica que diz que “no quinto céu existem companhias de anjos de
serviço que cantam louvores à noite, porém são silenciosos de dia por causa da
glória de Israel”. Isto é, que os louvores de Israel sejam ouvidos na corte
celestial, porquanto, o Criador tinha entrado no Templo para ouvi-los:
observe-se: Hb 2.20; Sf 1.7; Zc 2.13.
(dd) Devemos observar que, nos
capítulos anteriores havia grande alarido no céu. Agora, porém, fez-se
repentino! Toda música cessa. A voz de Deus está abafada. A seriedade do
momento é suficiente para afastar todo regozijo da história humana e celeste. O
sétimo selo é o último selo. O selo do silêncio! Há nele uma pausa de quase
meia hora”! Por quê? A “DISPENSAÇÃO DA GRAÇA” começou com a morte e
ressurreição do Senhor Jesus Cristo e terminará em sua plenitude com o
arrebatamento da Igreja (Mt 25.10). Mas, é evidente que, oficialmente falando,
ela terminará sua forma de ação na presente secção de Apocalipse (8.1-5); a
seguir, no versículo seguinte, vem um “depois” que reassume o curso da “ira
divina” já manifestada no início da Grande Tribulação (cf. 6.16-17). No
versículo 6 do capítulo em foco, diz literalmente: “...Os sete anjos...
preparam-se”. Isto é, receberam as instruções divinas para executarem juízos
sobre a humanidade decaída.
2.2. Sete anjos e sete trombetas
as
Escrituras declaram que o povo de Israel estava familiarizado com o som da
trombeta em qualquer sentido; como por exemplo:
(a) nos dias de alegria,
festividades e sacrifícios. Nm 10.1-6; (b) em tempos de guerras. Nm 10.9 e Ez
33.1-7; (c) a fim de convocar o povo para ouvir os mandamentos divinos. Êx
19.19; (d) em meio à guerra havia também sons de trombetas. Js 6.4, 5; (e) Nas
festividades solenes. Sl 81.3. Nas mãos dos profetas, as trombetas simbolizavam
pronunciamentos escatológicos (cf. Is 27.13; Jl 2.1; Sf 1.16; 1Co 15.52; 1Ts
4.16). Nas mãos dos anjos de Deus, elas representam castigos iminentes (ver Ap
8.7 e 11.15). Em várias passagens escatológicas, na literatura judaica, a
trombeta anuncia o advento do Messias e o fim do mundo. O número sete
trombetas, indica que Deus trará algum julgamento, perfeito, completo e
inteiramente apropriado para realizar seu propósito contra “o mundo dos
ímpios”.
O tocar das trombetas convoca os
israelitas a receberem instruções (Nm. 10:3, 4) ou dando sinal de partida (Nm.
10:3-7); também os reunia para a guerra (Jr. 4:19; 42:14, etc.), e também para
o retorno da dispersão (Is. 27:13); anunciava a libertação no ano do jubileu (Lv. 25:8-10), e aqui anuncia o
juízo. Os juízos das trombetas são bastante semelhantes às pragas que Deus
enviou ao Egito por ocasião da libertação de Israel, embora não aconteça na
mesma ordem.
2.3. Ouve-se o soar de quatro trombetas
O resultado do tocar da primeira
trombeta é a consumação pelo fogo da terça pane da flora da terra. Ao tocar a segunda trombeta, uma
terça parte do mar se transformou em sangue, um terço das criaturas do mar
morreram, e uma terça parte dos navios foi destruída (cons. a primeira praga,
Êx. 7:20-24). Com o tocar da terceira trombeta, uma grande estrela, ardendo
como uma tocha cai sobre os rios e
fontes da terra, transformando-os em absinto e causando morte em larga
escala. Os dois primeiros juízos afetaram a natureza, e o homem apenas
indiretamente, mas a terceira provocou a morte de muitos. O tocar da quarta
trombeta provoca distúrbios celestes, de modo que a terça parte do sol, lua e estrelas foi ferida, e sua
luz diminuída (cons, com a nona praga, Êx. 10:21-23). Este milagroso eclipse do
sol, da lua e das estrelas foi predito por Amós como um sinal da vinda do dia
do juízo (Amós 8:9;veja também Joel 2:2, 10). Observe que todos estes quatro
juízos relacionam-se com algum desastre incidindo sobre a natureza. (Weidner,
op. cit., tem um excelente resumo das diversas interpretações fantásticas
desses quatro juízos das trombetas, págs. 343-345). Antes dos juízos das duas
trombetas seguintes, ouve-se uma águia voando e gritando pelo meio do céu, Ai, ai, ai, dos que moram na terra.
Esta é a primeira vez que a palavra traduzida para “ai!” aparece no Apocalipse.
3. TROMBETAS E AIS (AP 8.13-9.1-21)
As três últimas trombetas são
precedidas do brado de três “ais” pronunciados por um anjo, como apelo final
aos homens, pois elas iniciarão o processo de julgamento e aniquilamento dos
seres que não querem ser redimidos e de outros que não estão sujeitos à
restauração e à redenção. No primeiro grupo, estão os homens que rejeitaram a
graça de Deus. No segundo, anjos que não guardaram o seu principado (Jd v.6).
3.1. A estrela que caiu do céu
Devemos
observar que João não percebeu a queda da estrela; mas viu-a já caída do céu.
Uma chave lhe é dada; o anjo toma-a a usa para abrir o “poço do abismo”.
Observemos que a descrição do juízo
da quinta trombeta que é o primeiro “ai”, em sua descrição, ocupa um espaço de
onze versículos, porquanto há completa descrição da invasão por parte das
hostes infernais, e aquilo que elas são. O espaço extraordinariamente grande
dado a essa visão, deve-se à tremenda modificação, para pior, que isso trará
para a humanidade. O quadro geral deste juízo divide-se em três partes, a
saber: (a) descrição geral, vs. 1 a 6; (b) descrição específica dos gafanhotos
infernais, vs. 7 a 10; (c) descrição do “anjo do abismo”. O rei dos gafanhotos,
v. 11. O presente juízo neste capítulo começa com a queda de “uma estrela”. A
palavra “estrela” que freqüentemente, aparece nas Escrituras, não tem sentido
uniforme, mas versátil; pode significar um homem (cf. Gn 37.9 e Ap 1.20) ou um
angelical, santo ou decaído, dependendo do contexto. No presente texto, porém,
a “estrela” significa o próprio Satanás, que é o “anjo do abismo”. (Ver v.11).
No livro do profeta Isaías 14.12 há uma passagem paralela à do texto em foco:
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançada por
terra, tu que debilitavas a nações!”. Os anjos da Bíblia, especialmente na
poesia, são chamados de “estrelas (cf. Jó 38, e Ap 12.4-9). Neste versículo ela
é, pois, um ser pensante, um anjo decaído, Satanás o opositor de Deus e dos
homens.
3.2. Gafanhotos do abismo
Os terríveis gafanhotos mencionados
nesta secção não são os pequenos animais, mas os anjos decaídos que, por
expressa ordem de Deus estão aprisionados em escuridão (cf. 2Pd 2.4 e Jd v.6).
São seres espirituais do mundo tenebroso; mas não são demônios (ver At 23.8), e
que, durante este período de encarceramento, perderam o seu estado de
configuração e, são apresentados com um aspecto terrível. No sexto versículo da
epístola de Judas, vermos os anjos caídos ali aprisionados em cadeias eternas,
na escuridão exterior, esperando pelo julgamento do grande dia. Pode-se
considerar que isso acontecerá quando da “Parousia”, ou, provavelmente, no fim
do Milênio, quando for instaurado o julgamento do Grande Trono Branco (cf. 2Tm
4.1; Ap 20.11 e ss). Na segunda epístola de Pedro, há também menção de anjos
presos nas “cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo”. (cf. 2Pd
2.4). Seja como for, ali no “poço do abismo” estão os gafanhotos infernais
devidamente equipados, com suas armas destruidoras contra aqueles que viverem
no “tempo do fim”.
Os gafanhotos naturais não têm rei
(cf. Pv 30.17), esses porém, têm “sobre si, rei, o anjo do abismo” (v.11).
Observemos ainda dois pontos focais nesta secção: (a) O texto em foco, diz que,
os gafanhotos são seres inteligentes, discernem, pois receberam ordem
exclusivamente para não tocar “... à erva da terra, nem a verdura, alguma, nem
a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de
Deus”. O autor alude ao trecho de (Ap 7.1 e ss). Ali, os quatro anjos guardiões
das forças da natureza, são proibidos de danificar as “verduras”, até que sejam
assinalados “os servos” de Deus. Aquele capítulo passa, então, a descrever os
144.000: (b) “Assim como Israel, no Egito, escapou das pragas que puniam aos
seus vizinhos egípcios, assim também o novo Israel (144.000) será isolado dos
ataques dos gafanhotos que emergirão do abismo”.
3.3. Um exército extraordinário
O tocar da sexta trombeta está
identificado com o segundo ai! (11-14). Somos agora transportados a uma área
geográfica conhecida nesta terra, ao rio Eufrates (v. 14), que aqui
provavelmente deve ser entendido literalmente. Quatro anjos presos em algum
lugar ao longo deste rio são agora soltos, para que matassem a terça parte dos
homens (v. 15). Esta terrível destruição será realizada através de exércitos de
cavalaria. Certamente chegamos aqui aos dias do começo do Anticristo.
Todd disse, e Weidner e outros
concordam, que "devemos provavelmente encarar esta região como o cenário
deste grande juízo, o que está em exata conformidade com as inferências às
quais somos levados pelas profecias de Daniel, onde estes países na região do
Eufrates, uma vez palco de poderosos
impérios, estão destinados a se tornarem o cenário da última grande luta
entre os príncipes do mundo e o povo de Deus".
Esse rio é mencionado por 21 vezes
nas Escrituras. É chamado de “grande rio” por cinco vezes. Era a fronteira
oriental, tal como o mar Mediterrâneo era as fronteira ocidental da herança de
Deus, Israel. A partir de sua boca, podia ser navegado por pequenas embarcações
por cerca de 1.900 quilômetros. Formava as fronteiras de Israel ao norte (cf.
Gn 15.18; Dt 1.7 e Js 1.4). Assim o rio Eufrates servia de defesa natural à
nação eleita contra o exército vindo do norte, especialmente da Assíria. Era
conhecido dos antigos povos como “grande rio”, por ser o maior que se conhecia
na área da Palestina. Em Ap 16.12 (o juízo da sexta taça), o rio Eufrates
secará, permitindo que os exércitos chineses? (reis do Oriente) e seus
satélites invadam a Terra Santa com 200.000.000 de cavaleiros, dando lugar à
grande batalha do Armagedom.
“... fogo e fumo e enxofre”. Três
substâncias nocivas (quando não controladas) à raça humana. Esta trílice
representação encontra-se também nas couraças dos cavaleiros. Isso exprime toda
a incompreensibilidade das forças do mal: número espantoso (200.000.000),
aspecto infernal e inumerável, estranha interioridade inconcebível, proveniente
de suas bocas e letal para um terço da humanidade. A linguagem usada nos
versículos (16 a 18) do presente capítulo faz menção de exército da cavalaria
(v.16), de couraça (v.18), de fogo, fumaça e enxofre como meios mortíferos
fazem pensar em uma guerra moderna, embora sem participação atômica. Nas
páginas da Bíblia, o cavalo aparece como animal de guerra, exceto Is 28.28. Os
cavalos aqui descritos ainda são mais terríveis, porquanto possuem a natureza
do leão. Igualmente, há cavaleiros de horrenda malignidade que os montam. Quem
são eles? Cavalos ordinários? ou armas modernas de artilharia?
A maior
parte dos comentaristas se divide na questão. Para alguns são cavalos literais;
para outros, porém, são armas modernas de artilharia e, ainda outros opinam que
são cavalos sobrenaturais. Observemos três pontos importantes sobre isso:
(a) Lendo
as seguintes passagens (Pv 21.31; Zc 14.15; Ap 9.15; 9.14; 14.20; 19.18),
leva-nos a pensar que são cavalos literais:
(b) Lendo
passagens como (2Rs 2.11; 6.17; Ap 19.11, 14) e fazendo um paralelismo do
significado do pensamento, leva-nos pensar que são cavalos sobrenaturais:
(c) Lendo passagens como (Ap
9.17-19; 16.13-14), leva-nos a pensar que não são cavalos literais e nem
sobrenaturais e sim, armas modernas de guerra. Cremos que o Apóstolo João em
sua visão futurística, faz menção, exatamente, às armas mais modernas usadas em
seus dias: o cavalo que, na simbologia profética das Escrituras, represente
para nós, as possíveis armas modernas da atualidade. Mas não é de admirar que,
o Anticristo usará todos os meios concebíveis de seus dias e, mesmo que usando,
suas armas modernas possam contar segundo se pensa, com um exército moderno de
cavalaria para possíveis eventualidades (cf. 2Ts 2.9).
CONCLUSÃO
Pelo estudo desta lição, Deus
redimirá tudo o que for passivo de redenção. Purificará todas as coisas contaminadas
para que possam ser restauradas. Os demais seres, aqueles que não forem
contemplados neste processo, sofrerão juízos, aguardarão julgamento, e serão
condenados. A sétima trombeta exporá o caráter deles e salientará a justiça de
Deus. Você poderá conferir isso e muito mais, estudando a próxima lição e
participando da classe no próximo domingo.
Fontes:
Bíblia de Estudo Dake – Atos
Comentario Biblico de Moody
- Apocalipse
Apocalipse Versículo por
Versículo - Severino Pedro da Silva - CPAD
Revista:
APOCALIPSE – Editora Betel - 2º
Trimestre 2012 – Lição 05.
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